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Agosto 2018
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Divulgamos na última semana, o Texto para Discussão “A Variação de Custos Médicos Hospitalares (VCMH): um compêndio dos estudos do IESS e uma atualização do tema” com o objetivo de esclarecer os diferentes pontos que impactam na variação do indicador e sua consequência para a saúde suplementar.

Um dos principais vetores que influenciam na VCMH apontados pelo estudo é a ausência de transparência por parte dos prestadores de serviço de saúde sobre qualidade e segurança do paciente. Desse modo, não é possível diferenciar prestadores eficientes dos ineficientes. A mensuração dessas características reflete diretamente na assistência prestada e na proteção do paciente, com a garantia de um sistema transparente é possível acessar os recursos mais eficientes e diminuir as chances de complicações evitáveis.

Portanto, o avanço nos indicadores de qualidade na prestação de serviços é importante para a sustentabilidade do sistema como um todo. Com isso em mente, o Texto para Discussão 61 "Indicadores de qualidade e segurança do paciente na prestação de serviços na saúde" abordou conceitos e exemplos de indicadores de qualidade utilizados na avaliação da qualidade da assistência hospitalar em alguns países.

Foi com esse proposito de mitigar os problemas do mercado e dar mais conhecimento para o sistema de saúde e para a sociedade que, nos Estados Unidos, criaram uma legislação em 2013 que exige que as empresas divulguem publicamente, por meio de um site, o quanto foi pago para diferentes profissionais de saúde e com que finalidade. Pensada durante o Affordable Care Act (ACA), popular “Obamacare”, a iniciativa conhecida como Sunshine Act buscou tornar as relações mais éticas e transparentes. 

No Brasil, criou-se recentemente uma iniciativa semelhante. Regulamentada pelo Decreto nº 47.334, de 29/12/2017, o Estado de Minas Gerais deu importante passo para tornar mais claras as relações na indústria de saúde. A lei determina que as empresas que atuam na fabricação, comercialização e distribuição de produtos médicos como medicamentos, próteses órteses, implantes e outros, deverão comunicar a Secretaria de Estado de Saúde – SES de Minas Gerais - quaisquer doações ou benefícios dados aos profissionais de saúde. 

É com isso em mente que temos buscado aprofundar o debate sobre o assunto entre a sociedade e os diferentes agentes do setor. Na próxima semana, o Seminário Internacional - Qualidade Assistencial e Segurança do Paciente em Serviços de Saúde trará palestrantes internacionais e nacionais para fomentar a transparência em toda a cadeia da saúde suplementar. 

Traremos os detalhes do que foi debatido nos próximos dias. Não perca! 

Julho 2018
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Publicado na última sexta-feira (27) no Diário Comércio Indústria & Serviços (DCI), artigo de autoria da advogada Caroline Santos aponta a necessidade de os setores de saúde investirem na prevenção, com foco em melhores práticas antes do paciente precisar utilizar os serviços hospitalares.

Para isso, a especialista apresenta os dados do primeiro Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, produzido por nós e pela Faculdade de Medicina da UFMG, que aponta a morte de 829 brasileiros por dia em decorrência de condições adquiridas nos hospitais – causadas por eventos adversos. 

Segundo ela, a sustentabilidade hospitalar está diretamente relacionada com a mitigação dessas falhas. Vale lembrar que outra questão que merece ser observada é o custo gerado por essas situações. O anuário projeta que, em 2016, os eventos adversos consumiram R$ 10,9 bilhões de recursos que poderiam ter sido melhor aplicados, apenas na saúde suplementar brasileira. 

Além disso, o artigo apresenta outra estatística alarmante. Segundo a advogada, nos últimos 10 anos, houve aumento de 1600% nos processos por erro médico. “Enquanto a saúde não for prioridade no país, a judicialização não irá diminuir”, aponta Caroline. Como já mostramos, esse é um ponto de enorme importância dentro dos sistemas de saúde. Em oposição à política pública de saúde, a decisão judicial é geralmente motivada pelo benefício individual, e, assim, perde-se de vista o bem-estar social. 

Tendo em vista, como aponta o artigo, que “os eventos adversos acontecem por falta de emprego de políticas de segurança do paciente”, da necessidade latente de melhor atuação para a padronização de procedimentos hospitalares e adoção de indicadores de qualidade e segurança do paciente realizaremos, no próximo dia 15 de agosto, o Seminário Internacional - Qualidade Assistencial e Segurança do Paciente em Serviços de Saúde. 

As inscrições para o evento são gratuitas, mas as vagas são limitadas! Conheça a programação completa e faça sua inscrição aqui.

Junho 2018
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No último mês, o Jornal Grande Bahia divulgou um artigo que evidencia como a gestão hospitalar está diretamente relacionada com a segurança do paciente, tema que deve ser priorizado pelas diferentes instituições. 

Para tanto, a publicação retoma os dados que divulgamos no último ano no primeiro Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, produzido em conjunto com a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Entre os números do estudo, o que mais se destaca é a morte de 829 brasileiros todos os dias em decorrência de condições adquiridas nos hospitais.

Segundo o artigo, o Conselho Federal de Medicina (CFM) ratifica que há deficiências na infraestrutura física, falhas administrativas e falta de controle interno nos estabelecimentos de assistência hospitalar no Brasil. O CFM indica a necessidade da “adoção de um conjunto de ações, da capacitação das equipes de assistência, da qualificação da rede assistencial pública e privada, do aumento dos investimentos, da valorização dos profissionais, do aperfeiçoamento da gestão e da criação de mecanismos eficazes de avaliação, monitoramento e controle”, repercute o texto.

Além da necessária atualização, capacitação e valorização dos profissionais, a nota do CFM tangencia temas cruciais à saúde suplementar no país: qualificação e avaliação. Temas ainda mais sensíveis quando falamos da rede hospitalar. É por isso, que reforçamos constantemente que a divulgação de indicadores de qualidade e de desempenho na saúde pode se tornar um fator transformador para o país, tanto para serviços públicos quanto particulares.

Esta mudança possibilita que o beneficiário seja capaz de escolher melhor onde deseja ser atendido e ainda contribui para todo o sistema, seja na correta remuneração dos prestadores de saúde ou ainda para criar referências sobre performance de profissionais e instituições, contribuindo para um avanço na prestação de serviços de toda a cadeia e impactando diretamente na segurança do paciente, tema caro na agenda de pautas do setor.

Como apontado por Renato Couto no Seminário Internacional "Indicadores de qualidade e segurança do paciente na prestação de serviços na saúde" - na apresentação “Impactos da ausência de indicadores de qualidade na prestação de serviços de saúde no Brasil”, um conjunto de indicadores de alta relevância para hospitais está diretamente relacionado com a transparência do setor e com o empoderamento dos diferentes clientes, sejam beneficiários, operadoras ou compradores de planos de saúde.

Não custa lembrar, em 2016, aproximadamente 19% dos gastos assistenciais da saúde suplementar no país foram consumidos por desperdícios e fraudes, segundo nosso estudo. Esse percentual representou cerca de R$25,5 bilhões no ano de 2016, somando contas hospitalares e de exames.

Se na medicina causa e efeito é uma relação comum na rotina dos profissionais quando se fala de exames, procedimentos e medicamentos, quando se fala das especificidades do setor de saúde não é diferente: a falta de transparência está diretamente relacionada com o desperdício em todo o setor. 

Novembro 2017
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Ontem lançamos o primeiro Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, produzido por nós e pela Faculdade de Medicina da UFMG, que aponta dados alarmantes na qualidade assistencial. Entre os números do estudo, o que mais se destaca é a morte de 829 brasileiros todos os dias em decorrência de condições adquiridas nos hospitais.  

Isso significa que a cada cinco minutos, 3 brasileiros falecem em hospitais por conta de um “evento adverso" como, por exemplo, erros de dosagem ou aplicação de medicamentos, uso incorreto de equipamentos e infecção hospitalar, entre inúmeros outros casos. No total, foram 302,610 casos desse tipo em 2016.  

Apenas para efeito de comparação, o número é superior que a soma de óbitos diários por acidente de trânsito (129, segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária), homicídio e latrocínio (164, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública) e câncer (entre 480 e 520, conforme o INCA). Apenas as doenças cardiovasculares, consideradas a principal causa de falecimento no mundo, matam mais pessoa no País: são 950 brasileiros por dia, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia. 

Além do óbito, os eventos adversos também podem gerar sequelas com comprometimento do exercício das atividades da vida do paciente e sofrimento psíquico, além de elevar o custo assistencial. De acordo com o Anuário, dos 19,1 milhões de brasileiros internados em hospitais ao longo de 2016, 1,4 milhão foram “vítimas” de ao menos um evento adverso. 

É preciso destacar que cada evento adverso não caracteriza, necessariamente, um erro, negligência ou baixa qualidade assistencial. Não existe sistema de saúde infalível. Mesmo os sistemas mais avançados do mundo também sofrem com eventos adversos. Contudo, considerando os incidentes que terminaram em morte e os que não, ao menos 60% poderiam ser evitados. 

Tantas vidas perdidas ou prejudicadas indicam a clara necessidade de indicadores de qualidade e transparência quanto a qualidade assistencial dos prestadores de serviço médico. Afinal, como já mostramos aqui no blog, não há dados que permitam a comparação da qualidade assistencial ofertada nos diversos prestadores de serviço do setor. Assim, quando alguém escolhe um determinado hospital para se internar, essa decisão se baseia apenas em uma percepção de qualidade, na recomendação de um médico ou na opinião de conhecidos. Mas ninguém tem condições de garantir que aquele prestador realmente é qualificado, simplesmente porque não temos indicadores de qualidade claros e amplamente conhecidos, como acontece em outros países. Uma situação que precisa ser revertida urgentemente. 

Por fim, vale reforçar que o objetivo do estudo (apesar do que possa parecer, devido a realidade constatada) não é demonizar os hospitais, médicos, enfermeiros ou outros prestadores de serviço. O que buscamos é promover a transparência de informações e dos indicadores de qualidade assistencial e de segurança do paciente no sistema brasileiro de saúde e, assim, encorajar as melhorias necessárias nos serviços prestados. 

Novembro 2017
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Acabamos de divulgar o primeiro Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, que produzimos em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O estudo mostra que todo dia, 829 brasileiros falecem em decorrência de condições adquiridas nos hospitais, o que equivale a três mortos a cada cinco minutos. Ou seja, os eventos adversos são a segunda causa de morte mais comum no Brasil. 

Os dados apontam o falecimento de 302.610 brasileiros em hospitais públicos ou privados como consequência de um “evento adverso", apenas em 2016. Além do óbito, estas falhas também podem levar a sequelas que comprometem as atividades do dia a dia, além de sofrimento psíquico e aumento do custo assistencial. 

O estudo foi elaborado com dados de 133 hospitais, em um período de 12 meses. Por “eventos adversos” são considerados, por exemplo, erros de dosagem de medicamento ou de aplicação, uso incorreto de equipamentos ou infecção hospitalar. Não significa que houve negligência ou baixa qualidade, mas, um incidente que poderia ter sido evitado. 

Nos próximos dias, traremos os dados completos do primeiro Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil com informações essenciais para a saúde no país. Fique por dentro. 

Setembro 2017
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A pesquisa “Efficiency and optimal size of hospitals: results of a systematic search” (“Eficiência e tamanho ótimo dos hospitais: resultados de uma pesquisa sistemática”), publicada no 18º Boletim Científico, analisa a relação entre o tamanho dos hospitais, seus custos e resultados clínicos, numa tentativa de determinar o tamanho produtivo ótimo dos hospitais com base em sua eficiência. 

O estudo fez uma revisão sistemática de 45 anos de pesquisas em publicações de revistas cientificas, levando em conta a eficiência de escala e o tamanho ótimo no setor hospitalar para identificar lacunas e propor observações para o futuro.

Os resultados da análise apoiam a política de expansão de hospitais maiores e a restruturação e fechamento de pequenos. A maioria das pesquisas feitas nos Estados Unidos e Reino Unido relata constatações consistentes de economia de escala para hospitais com 200 a 300 leitos. 

Outras questões a se levar em conta na busca por mais eficiência nos hospitais são os eventos adversos e a transparência. Questões que já abordamos aqui no Blog.

Agosto 2017
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Ontem, aqui no Blog, apresentamos um modelo de pagamento baseado no desempenho, em que os prestadores de serviços de saúde são remunerados melhor ao atingirem certas metas de qualidade de atendimento e penalizados por resultados negativos. Hoje, até para ilustrar a variedade de modelos existentes, vamos apresentar um sistema bastante diferente: o Global budget, ou orçamentos globais.

Nesse modelo de pagamento, predominante em países que possuem sistema de saúde público, a fonte pagadora aloca um orçamento anual fixo para cada organização de assistência à saúde, normalmente baseado no volume e na variedade serviços e na quantidade de pacientes atendidos no período anterior. Logo, o modelo não conta com estímulos financeiros que estimulem ganhos de eficiência, como o “Pay for Performance”. 

As grandes vantagens deste modelo, ao menos pela ótica de quem paga a conta, são o elevado grau de previsibilidade orçamentaria e a facilidade de se manter um controle rígido sobe o crescimento das despesas. 

Já para quem recebe e administra os recursos, o grande atrativo é que excedentes orçamentários não precisam ser restituídos, podendo ser empregados de diversas formas. Um hospital, por exemplo, pode investir qualquer excedente para modernizar suas instalações, para bonificar o conselho de administração pelos bons resultados ou aplicar o resultado para suprir eventuais necessidades, entre diversas outras possibilidades.

Por outro lado, se os gastos forem mais elevados que o orçamento, a diferença deve ser paga por outras fontes do hospital. O lado negativo é que orçamentos muito apertados podem representar um estimulo para redução da qualidade do atendimento ou da quantidade de serviços prestados. 

Claro, isso pode ser amenizado com a adoção de bonificações por qualidade no desfecho clínico. Afinal, os modelos não precisam ser engessados e podem se complementar para responder as características de cada local.

Amanhã, no último dia de nosso especial sobre modelos de pagamento, iremos apresentar o Captation. Não perca. 

Junho 2016
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A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) propôs, recentemente, novos modelos assistenciais que consideram critérios de qualidade para estabelecer ajustes na remuneração por serviços de prestadores pagos pelas operadoras de saúde. Acreditamos que o debate precisa ser mais amplo e os modelos de remuneração de toda a cadeia produtiva da saúde precisam ser reavaliados e debatidos em profundidade.

 

No TD 54, mostramos que o DRG (sigla em inglês para Grupo de Diagnósticos Relacionados) pode contribuir para conter a escalada de custos da saúde no Brasil. Este modelo de remuneração já é aplicado com sucesso há décadas em países como Estados Unidos e Alemanha e também tem alcançado bons resultados em países que começam a implementá-lo agora. O caso da África do Sul, por exemplo, foi contado com detalhes pelo Dr. Sam Rossolimos, médico e membro do American College of Healthcare Executives, e por Etienne Dreyer, da PwC, no Seminário Internacional "A Sustentabilidade da Saúde Suplementar".

 

Cabe enfatizar que o DRG contempla a qualidade como um dos princípios de sua estrutura. Assim, é possível aferir a qualidade assistencial e buscar o melhor desfecho clínico, pois o modelo pune o desperdiço, não remunera reinternações e premia o prestador mais eficiente.

 

Já bastante debatido no setor, o DRG é um método de classificação dos pacientes hospitalares que leva em consideração os tipos de diagnóstico e o consumo de recursos, reunindo os pacientes clinicamente homogêneos em um mesmo grupo. A partir dessa classificação, os pagamentos dos serviços hospitalares são realizados. O DRG também é usado como padronização para criar referências (benchmarks) assistências. 

 

Iniciativas que busquem a melhoria da qualidade dos serviços são sempre bem-vindas. Mas, reforçamos, os modelos de remuneração da cadeia precisam ser revistos como um todo se quisermos conter o continuo aumento dos custos médico-hospitalares, que vem crescendo em ritmo quase duas vezes superior ao da inflação geral, medida pelo IPCA, como tem apontado o VCMH. Adotar critérios de qualidade, a partir da definição e divulgação de indicadores de performance, significa um profundo avanço da cadeia de saúde. E, nesse sentido, a iniciativa da ANS pode criar uma ótima oportunidade para esse tema ser debatido.c