Ontem, aqui no Blog, apresentamos um modelo de pagamento baseado no desempenho, em que os prestadores de serviços de saúde são remunerados melhor ao atingirem certas metas de qualidade de atendimento e penalizados por resultados negativos. Hoje, até para ilustrar a variedade de modelos existentes, vamos apresentar um sistema bastante diferente: o Global budget, ou orçamentos globais.
Nesse modelo de pagamento, predominante em países que possuem sistema de saúde público, a fonte pagadora aloca um orçamento anual fixo para cada organização de assistência à saúde, normalmente baseado no volume e na variedade serviços e na quantidade de pacientes atendidos no período anterior. Logo, o modelo não conta com estímulos financeiros que estimulem ganhos de eficiência, como o “Pay for Performance”.
As grandes vantagens deste modelo, ao menos pela ótica de quem paga a conta, são o elevado grau de previsibilidade orçamentaria e a facilidade de se manter um controle rígido sobe o crescimento das despesas.
Já para quem recebe e administra os recursos, o grande atrativo é que excedentes orçamentários não precisam ser restituídos, podendo ser empregados de diversas formas. Um hospital, por exemplo, pode investir qualquer excedente para modernizar suas instalações, para bonificar o conselho de administração pelos bons resultados ou aplicar o resultado para suprir eventuais necessidades, entre diversas outras possibilidades.
Por outro lado, se os gastos forem mais elevados que o orçamento, a diferença deve ser paga por outras fontes do hospital. O lado negativo é que orçamentos muito apertados podem representar um estimulo para redução da qualidade do atendimento ou da quantidade de serviços prestados.
Claro, isso pode ser amenizado com a adoção de bonificações por qualidade no desfecho clínico. Afinal, os modelos não precisam ser engessados e podem se complementar para responder as características de cada local.
Amanhã, no último dia de nosso especial sobre modelos de pagamento, iremos apresentar o Captation. Não perca.
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