A variação dos custos médico-hospitalares per capita das operadoras de saúde, VCMH, calculado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), foi de 12,5% no período de doze meses terminados em setembro de 2009 em relação aos doze meses terminados em setembro de 2008 (o cálculo considerou as contas médicas pagas até dezembro de 2009). O índice VCMH esteve bem acima da inflação - a variação do índice IPCA, no mesmo período, foi de 5,4%. Essa também tem sido a experiência vivida em países estrangeiros. A despesa per capita com saúde na sociedade americana, por exemplo, tem crescido sistematicamente acima da inflação de preços a consumidor e acima dos ganhos salariais nos últimos 30 anos.
O índice VCMH havia crescido expressivamente de janeiro a maio (3 p.p.) e se manteve nesse patamar elevado durante os quatro meses seguintes.
A variação de custo é composta pela variação da frequência (número de procedimentos realizados per capita nos doze meses) e pelo preço unitário médio por procedimento. O constante aumento da frequência de utilização dos procedimentos tem sido o principal impulsionador da variação das despesas médico-hospitalares. Nas consultas, por exemplo, a freqüência que havia aumentado 4,1% em 2008 continuou crescendo em 4,7% no último estudo. O da freqüência junto com o expressivo reajuste dos preços, (12% em 2007, 9% em 2008 e 7,1% no último estudo – todos acima da inflação) foram os pontos decisivos para o atual indicador.
O principal componente do VCMH são as internações, que representam 60% do índice. As despesas com este procedimento estão crescendo aceleradamente, chegando a 12,6% ante 9% em 2008. As internações foram responsáveis pela manutenção do alto valor do VCMH – devido as elevados aumentos na freqüência, de 2006 a 2008, e ao aumento no preço médio último período.
Outro fator importante para o cálculo do VCMH é a idade da população. Na última medição, verificou-se um aumento na participação das faixas etárias de 24 a 33 anos (0,3 p.p.) e na faixa acima de 59 anos (0,7 p.p.). O percentual de idosos nos planos individuais alcançou 22,1%, percentual que é mais do dobro do que se observa na população brasileira (10%). Essas duas faixas são críticas, pois a primeira concentra mulheres em idade fértil e a segunda, as pessoas com maior prevalência de doenças crônicas – ambas consomem mais serviços de saúde.
Entende-se por Custos Médico-Hospitalares o total das despesas assistenciais pagas pelas operadoras de planos e seguros de saúde para os planos individuais. Criado pelo IESS, o VCMH é um índice que mede a variação anual dessas despesas, através de uma média móvel de 12 meses em relação aos dozes meses imediatamente anteriores.
A saúde suplementar traduzida em dados de forma simples e prática
Infográficos didáticos explicam como funciona a saúde suplementar no país