sustentabilidade da saúde http://iess.org.br/index.php/ pt-br Uma chance à saúde suplementar http://iess.org.br/index.php/publicacao/blog/uma-chance-saude-suplementar <span>Uma chance à saúde suplementar</span> <a href="/taxonomy/term/71" hreflang="pt-br">Blog</a> <span><span lang="" about="/user/246" typeof="schema:Person" property="schema:name" datatype="">aborges</span></span> <span>qua, 11/05/2016 - 19:36</span> /sites/default/files/2021-11/Uma%20chance%20%C3%A0%20sa%C3%BAde%20suplementar.jpg <a href="/taxonomy/term/131" hreflang="pt-br">Planos de Saúde</a> <a href="/taxonomy/term/1091" hreflang="pt-br">SUS</a> <a href="/taxonomy/term/4806" hreflang="pt-br">Cadeia da saúde</a> <a href="/taxonomy/term/5186" hreflang="pt-br">Economia da saúde</a> <a href="/taxonomy/term/6" hreflang="pt-br">IESS</a> <a href="/taxonomy/term/5481" hreflang="pt-br">sustentabilidade da saúde</a> <p>Por Luiz Augusto Carneiro*</p> <p>O início do novo governo, com gente que chega, mudanças estruturais, novas agendas e prioridades, abre a perspectiva de transformações no País. Os desafios serão imensos para reorganizar a economia e retomar o desenvolvimento. E, nessa agenda, a saúde suplementar pode também merecer atenção da nova administração.</p> <p>Não vamos usar esse espaço para uma defesa de uma empresa ou de um segmento da cadeia da saúde. Esse não é nosso papel. Mas, não há a menor dúvida, seria muito positivo se a administração Michel Temer considerasse o setor de saúde suplementar como um elemento importante da melhoria do sistema de saúde brasileiro. Todos vão ganhar com a modernização da saúde suplementar se avançarmos em reformas que garantam a sustentabilidade do setor, priorizando o equilíbrio, a qualidade e a segurança do paciente.</p> <p>No nosso portal, há estudos de sobra que servem de referência técnica para estabelecer uma agenda de melhoria da saúde suplementar. E por que isso é importante?</p> <p>Em março último, ante o mesmo mês de 2015, <a href="https://www2.iess.org.br/?p=imprensa&amp;categoria=noticia&amp;id=119">mais de 1,33 milhão de beneficiários perderam seus planos</a>. Temos visto, diariamente, na imprensa, em todas as regiões do País, secretários estaduais e municipais de Saúde expressarem suas preocupações e dificuldades de manter o atendimento do SUS. Além das dificuldades estruturais e administrativas, dos recursos limitados, há aumento da procura por aqueles que perderam seus planos de saúde.</p> <p>Claro que, enquanto possuía a carteirinha do plano, esse beneficiário não deixou de ser cidadão e sempre teve seu direito intocável de também usar os serviços públicos de saúde. Na prática, porém, é cada vez mais reconhecido pelos gestores públicos que a saúde suplementar reduz a procura pelo SUS.</p> <p>Com 1,33 milhão de clientes a menos, as operadoras perderam receitas (também acompanhadas na queda de despesas, porém, em proporção menor), o governo deixou de arrecadar tributos e viu aumentar a demanda do SUS. Todos perdem nesse contexto.</p> <p>Lembremos da <a href="https://pt.scribd.com/doc/269967705/php1627-tmp#fullscreen">Pesquisa Ibope/IESS</a>: o plano de saúde é o terceiro principal desejo do brasileiro, depois da casa própria e educação; 86% das pessoas que não contam com o benefício o julgam “importante ou muito importante”; e 79% daqueles que possuem plano de saúde recomendariam seu plano para amigos e parentes. Naturalmente, como também mostram as reportagens da imprensa, os “órfãos” dos planos têm mostrado enorme frustração.</p> <p>Se todos reconhecemos que esse elemento é relevante na estrutura da cadeia de saúde do País, o que pode ser feito ou priorizado para esse setor evoluir? Porque a situação é grave: desde 2011, o indicador <a href="https://www2.iess.org.br/?p=publicacoes&amp;id_tipo=13">Variação dos Custos Médico-Hospitalar (VCMH)</a>, produzido pelo IESS, cresce sistematicamente acima de dois dígitos. Em junho de 2015, acumulava alta de 18,2%. Nossa expectativa é que tenha fechado o ano passado batendo um triste recorde.</p> <p>Há que se considerar que o Brasil começa a ingressar em um ciclo de mudança demográfica. O envelhecimento populacional, nos próximos 20 anos, vai aumentar muito a demanda por serviços de saúde. Eis uma componente extra para desafiar a preservação da sustentabilidade do sistema.</p> <p>Devemos pensar, portanto, em termos sistêmicos e tentar fugir da opção por cuidar apenas de um elo da cadeia para, efetivamente, reorganizar a estrutura, conter a escalada de custos e garantir a qualidade assistencial.</p> <p>A agenda pode se concentrar, em princípio, na transparência e no combate ao desperdício, na modernização dos modelos de pagamento de prestadores e na adoção de critérios técnicos, claros e transparentes, para a adoção de novas tecnologias. Se conseguir endereçar esses temas, a gestão Temer vai promover um profundo avanço nesse mercado.</p> <p>Uma sugestão de foco está na transparência de informações, por meio da aferição e divulgação de indicadores de qualidade. O sistema, hoje, se caracteriza por falhas de mercado geradas pela assimetria de informações. Tal deficiência impede a comparação e compromete a concorrência.</p> <p>Isso reflete nas mais distintas práticas. Por exemplo, sem os devidos parâmetros, é difícil estimular a competição entre prestadores de serviços e fornecedores de insumos médicos. Assim, não há como saber, por exemplo, se um hospital “x” faz por merecer uma remuneração melhor do que o hospital “y”, pois não se tem os indicadores de qualidade. O mesmo está na comparação entre materiais e medicamentos e sua efetividade em relação aos preços cobrados.</p> <p>Um recente <a href="https://pt.scribd.com/doc/311741771/php5140-tmp#fullscreen">estudo do Insper</a>, feito a nosso pedido, trata com muita clareza as falhas de mercado e aponta algumas sugestões para aperfeiçoar o sistema.</p> <p>Com transparência, todos saberão, por exemplo, se o laboratório remunerou um profissional que recomendou a realização de um exame em determinado laboratório ou prescreveu um material ou medicamento específico. A transparência empodera o paciente, portanto.</p> <p>A estrutura da saúde suplementar hoje é voltada a estimular o desperdício, muito por conta do sistema de remuneração conhecido como “<em>fee-for-service</em>”. Quanto maior a conta hospitalar, melhor a remuneração do prestador. É preciso reverter essa lógica e premiar os prestadores mais eficientes e que priorizem a qualidade assistencial. Há mais de três décadas, países desenvolvidos usam o modelo de pagamento baseado por diagnósticos, conhecido como DRG (<em>Diagnosis Related Groups</em>). Esse é um caminho, mas existem outros, sempre com o foco na eficiência.</p> <p>O princípio da eficiência também deve pautar a adoção de novas tecnologias em saúde. Hoje, toda nova tecnologia tem sido adicionada sem, necessariamente, passar por uma análise técnica para identificar se representa avanços em comparação às já adotadas e se o sistema tem condições de absorver seus custos. Essa é uma das principais causas para o aumento dos custos no setor e deve ser corrigida.</p> <p>O início do novo governo, vale insistir, cria uma expectativa de mudanças. E a saúde suplementar pode ter uma grande oportunidade para evoluir. Basta, para isso, receber uma chance.</p> <p><em>*Superintendente executivo do IESS</em></p> /sites/default/files/2021-11/Uma%20chance%20%C3%A0%20sa%C3%BAde%20suplementar_0.jpg /sites/default/files/2021-11/fotoblog_sicvorec.jpg /sites/default/files/2021-11/fotoblog_sicvorec_0.jpg <div class="container container-comment"> <div class="comment-box col-xs-12 col-sm-12 col-md-8 col-lg-8"> <section> <drupal-render-placeholder callback="comment.lazy_builders:renderForm" arguments="0=node&amp;1=14346&amp;2=field_comment&amp;3=comment" token="6O4wC3rnebaJBG76nT3igI4tcXdVgcPXYCHEzRFsu1E"></drupal-render-placeholder> </section> </div> </div> <drupal-render-placeholder callback="flag.link_builder:build" arguments="0=node&amp;1=14346&amp;2=favorite_button" token="IOXdXR1JcJeh2ycsSTLeSGnnIYa_Q9U0qgmPU_X5zkY"></drupal-render-placeholder><drupal-render-placeholder callback="like_and_dislike.vote_builder:build" arguments="0=node&amp;1=14346" token="c9Pt1Wt9RIQnbrPlPpUfvKw0kgd4FCaC2axYbpz89Yk"></drupal-render-placeholder> Wed, 11 May 2016 19:36:56 +0000 aborges 14346 at http://iess.org.br Estudo do Insper, feito a pedido do IESS, propõe melhorias para a saúde suplementar http://iess.org.br/index.php/publicacao/blog/estudo-do-insper-feito-pedido-do-iess-propoe-melhorias-para-saude-suplementar <span>Estudo do Insper, feito a pedido do IESS, propõe melhorias para a saúde suplementar</span> <a href="/taxonomy/term/71" hreflang="pt-br">Blog</a> <span><span lang="" about="/user/246" typeof="schema:Person" property="schema:name" datatype="">aborges</span></span> <span>qui, 05/05/2016 - 20:12</span> /sites/default/files/2021-11/Estudo%20do%20Insper%2C%20feito%20a%20pedido%20do%20IESS%2C%20prop%C3%B5e%20melhorias%20para%20a%20sa%C3%BAde%20suplementar.jpg <a href="/taxonomy/term/6" hreflang="pt-br">IESS</a> <a href="/taxonomy/term/131" hreflang="pt-br">Planos de Saúde</a> <a href="/taxonomy/term/5186" hreflang="pt-br">Economia da saúde</a> <a href="/taxonomy/term/1311" hreflang="pt-br">Insper</a> <a href="/taxonomy/term/1306" hreflang="pt-br">Custos da Saúde Suplementar</a> <a href="/taxonomy/term/5481" hreflang="pt-br">sustentabilidade da saúde</a> <p>O atual modelo de gerenciamento de custos e de qualidade de serviços de saúde no País não é sustentável e precisa ser revisto com urgência. As fragilidades do sistema, que no período acumulado de março do ano passado a março de 2016 perdeu cerca de 1,3 milhão de beneficiários, não se limitam a um específico elo da cadeia, aliás, numerosa e complexa, o que torna mais difícil o seu equilíbrio. Médicos, administradores, fornecedores de insumos e equipamentos médicos, operadoras, governo e até o beneficiário precisam se acertar para corrigir as distorções do setor. O fato de ser atividade fortemente regulamentada e de sofrer crescente judicialização torna o enfrentamento do problema mais complexo.</p> <p>Mas quais as saídas para esse cenário desfavorável ao setor? O Insper, com o apoio do IESS, promoveu hoje o Seminário “A cadeia de Saúde Suplementar: avaliação de falhas de mercado e propostas políticas”, em São Paulo, a fim de fomentar o debate sobre esse desafio.</p> <p>Paulo Furquim de Azevedo, professor Sênior Fellow do Insper, apresentou <a href="https://www2.iess.org.br/?p=publicacoes&amp;id=777&amp;id_tipo=15">estudo inédito</a>, produzido a pedido do IESS, sobre a temática do encontro. Aperfeiçoar o arcabouço regulatório, prover empoderamento aos compradores de serviços de saúde, modernizar os modelos de remuneração na prestação de serviços e prover transparência nas relações de mercado e na qualidade assistencial são algumas das sugestões apresentadas no documento.</p> <p>Exposta como contribuição à reflexão de toda a cadeia, o estudo pontua, por exemplo, que a adoção criteriosa do DRG (Diagnoses Related Groups), metodologia para gerenciamento de custo e de qualidade assistencial-hospitalar, deve ser examinada como um dos instrumentos para reverter os autos custos do sistema e ainda suas falhas de qualidade. Furquim exemplificou que em alguns mercados internacionais a reinternação pela mesma doença não é paga, estimulando a eficácia do tratamento.</p> <p>Outro exemplo apresentado é o estímulo à coparticipação. Utilizado em larga escala no mercado internacional, o sistema induz, segundo Furquim, o beneficiário a ser mais criterioso no uso do plano de saúde e na escolha de prestadores, evitando procedimentos ou exames desnecessários. Evidentemente, foi destacado que esse modelo precisa ser estruturado com muito cuidado técnico, para não subtrair o direito do beneficiário à um serviço de qualidade e segurança.</p> <p>A Chefe de Gabinete da Presidência da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Lenise Barcellos de Mello Secchin, complementando esse ponto, revelou que entre 30% e 40% dos exames médicos realizados não são retirados dos laboratórios. Em 2015, de acordo com ela, foram feitos cerca de 750 milhões de exames, “isso dimensiona o quanto a cadeia perdeu com a não retirada de exames”, destacou. Lenise, na sua apresentação, defendeu ser necessária a disseminação de informações do setor, bem como a promoção de debates entre os elos da cadeia, como o realizado pelo Insper e apoiado pelo IESS, para que o País chegue mais rapidamente a um modelo de gestão sustentável, segura e de qualidade.</p> <p>Bastante crítico aos desequilíbrios atuais do sistema nacional de saúde suplementar, o Dr. Cláudio Lottenberg, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, destacou que a classe médica, as operadoras e todos os envolvidos na cadeia devem “recobrar a consciência que o objeto central de todos é o cidadão”. “O seu bem-estar é que deve ser o foco”, pontuou. </p> <p>Participaram ainda do seminário como convidados a Diretora Corporativa de Qualidade e Segurança da ACSC-Hospital Santa Catarina, Camila Sardenberg, o presidente do CADE, Vinicius Marques de Carvalho, e Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS, coordenador  do debate entre os palestrantes. Carneiro destacou a oportunidade do encontro e a qualidade da pesquisa do Insper, que deverá ser matriz para outros estudos e discussões setoriais. Ele alertou também que a rápida mobilização do setor é importante, uma vez que é preciso planejamento para atender a rápida transição demográfica em curso no País.</p> <p>Você vai poder assistir a uma aos vídeos do evento em breve, aqui no portal do IESS.</p> <h3>COMPARTILHE:</h3> /sites/default/files/2021-11/Estudo%20do%20Insper%2C%20feito%20a%20pedido%20do%20IESS%2C%20prop%C3%B5e%20melhorias%20para%20a%20sa%C3%BAde%20suplementar_0.jpg /sites/default/files/2021-11/blog_yb5aanjc.jpg /sites/default/files/2021-11/blog_yb5aanjc_0.jpg <div class="container container-comment"> <div class="comment-box col-xs-12 col-sm-12 col-md-8 col-lg-8"> <section> <drupal-render-placeholder callback="comment.lazy_builders:renderForm" arguments="0=node&amp;1=14361&amp;2=field_comment&amp;3=comment" token="79rrx_mLa6v_NqIxPabE7jJb7Sen_r1lfjLwTbofffc"></drupal-render-placeholder> </section> </div> </div> <drupal-render-placeholder callback="flag.link_builder:build" arguments="0=node&amp;1=14361&amp;2=favorite_button" token="T4zTdlVaJuBvV5CAt_OAhtoDWLPSDH_c_x18qCjNXCo"></drupal-render-placeholder><drupal-render-placeholder callback="like_and_dislike.vote_builder:build" arguments="0=node&amp;1=14361" token="CK4QKBow4xGi0L3pdpUBEg-MR0nzhVZ8weDo1fMpJ6U"></drupal-render-placeholder> Thu, 05 May 2016 20:12:25 +0000 aborges 14361 at http://iess.org.br