A variação dos custos médicos hospitalares, VCMH/IESS, calculado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar, IESS, foi de 11,6% para o período de 12 meses que se encerra em março de 2010 em relação aos 12 meses anteriores (abril de 2008 a março de 2009). Apesar de ter apresentado um pequeno pico em fevereiro de 2010, o índice se mantem próximo a 12% desde outubro de 2009.
A variação das despesas médicas tem sido sistematicamente superior à variação do IPCA. Essa tendência também é observada em países da OCDE inclusive nos EUA. A despesa per capita com saúde na sociedade americana, por exemplo, tem crescido sempre acima da inflação de preços ao consumidor e acima dos ganhos salariais nos últimos 30 anos.
O cálculo dos custos médico-hospitalares considera o total das despesas assistenciais pagas pelas operadoras de planos e seguros de saúde para uma amostra de beneficiários de planos individuais. Criado pelo IESS, o VCMH é um índice que mede a variação anual dessas despesas, através de uma média móvel de 12 meses em relação aos dozes meses imediatamente anteriores.
VCMH - procedimentos médicos
O custo médico-hospitalar é composto por grandes grupos de procedimentos como consultas, exames, terapias, outros atendimentos ambulatoriais - OSA e internações. Nos últimos seis meses, o que mais chamou a atenção foi o aumento nas despesas com Internações, resultado da alta nos preços médios desses procedimentos de 12,7%.
Por ser um índice de variação de custos, o VCMH/IESS é composto por duas principais componentes a variação na quantidade de serviços utilizados, medido pela frequência média per capita anual de um procedimento, e a variação do preço médio do procedimento.
A variação das despesas com as consultas apresentou um comportamento diferenciado no último estudo. As despesas com consultas continuam crescendo, mas nos últimos 12 meses o principal indutor do crescimento foi a variação de preço de 5,6% e uma variação de frequência de e 2,2%. O efeito combinado das duas variáveis foi uma variação de 8,2% nas despesas com consulta que representam 9% dos custos assistenciais das OPS.
Note-se também o expressivo aumento das despesas com terapias (9,3%), motivadas pelo efeito combinado de elevação na frequência de utilização (15,5%) e redução do preço unitário médio. Essa tendência nos custos das terapias é explicada pela atualização do rol de procedimentos em abril de 2008. A partir dessa data, foram incluídas terapias como fonoaudiologia, psicoterapia, terapia ocupacional, e número ilimitado de fisioterapia. É um atendimento novo, que começa a ser incorporado nos tratamentos oferecidos pelas operadoras, por isso o expressivo crescimento na frequência. Quanto ao efeito preço, essas terapias têm preço unitário menor do que as até então vigentes antes da atualização do Rol, por isso o preço médio diminuiu no histórico recente.
A saúde suplementar traduzida em dados de forma simples e prática
Infográficos didáticos explicam como funciona a saúde suplementar no país