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Janeiro 2018
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Nos últimos anos, a crise econômica tomou conta da Espanha e o governo do país decidiu cortar gastos em todos os setores, inclusive na área da saúde. O resultado não foi nada satisfatório já que a população sofreu consequências no atendimento em hospitais com longas filas de espera, falta de médicos e outros profissionais, e maiores coparticipações nos custos de cada serviço utilizado.

Diante deste cenário, surgiu o estudo Effect of having private health insurance on the use of health care services: the case of Spain (Efeito de ter um seguro de saúde privado sobre o uso de serviços de saúde: o caso da Espanha), divulgado na 21ª edição do Boletim Científico IESS, com o objetivo de avaliar os efeitos do seguro de saúde privado no país.

Segundo dados do European Community Household Panel (ECHP), da Pesquisa Nacional de Saúde (SNHS), realizada no período de 1998 a 2001, e das estatísticas da União Europeia sobre Rendas e Condições de Vida (EU-SILC), de 2011 a 2012, apenas 12,45% dos espanhóis possuem cobertura de serviços de saúde públicos e privados.

Ainda de acordo com o estudo, os resultados de todos os modelos testados mostraram que ter um seguro privado gera um efeito positivo na utilização: nas consultas ao clínico geral, ter um seguro privado em relação aos que não possuem, gera um aumento no número de consultas médicas na faixa de 0,069 a 0,13. Já em relação as consultas com especialistas, o efeito positivo está na faixa de 0,067 a 0,112.

Com esse resultado, resta ao governo espanhol estudar se a promoção do seguro médico privado reduziria as filas de espera e aumentaria a qualidade da saúde e quais os tipos de medidas e parcerias entre público e privado que poderiam ser criadas para beneficiar a população e melhorar o atendimento nos hospitais.

Continue acompanhando o nosso blog. Em breve, abordaremos outros temas da 21ª Edição do Boletim Científico do IESS.

Agosto 2016
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As Parcerias Público-Privadas (PPP) têm sido empregadas em diversas áreas com sucesso, trazendo melhorias para a qualidade dos serviços prestados à população e alivio para a administração pública. No Brasil, o modelo já é aplicado com sucesso nas rodovias de São Paulo, por exemplo, e tem se tornado cada vez mais comum para viabilizar e acelerar obras de infraestrutura, como nos aeroportos. Na saúde, contudo, a maior parte das iniciativas nesse sentido ainda têm muito espaço para amadurecer.

A última edição do Boletim Científico, traz um estudo, conduzido na Espanha, que avalia o custo/desempenho de hospitais geridos por PPPs e hospitais públicos. Os resultados indicam que há caminhos para alcançar resultados muito positivos, como a redução de custos e a melhoria dos serviços prestados à população.

O estudo “A cost and performance comparison of Public Private Partnership and public hospitals in Spain” (Uma comparação do custo e desempenho de Parcerias Público-Privadas e hospitais públicos na Espanha, em tradução livre) aponta que o modelo tem sido, cada vez mais, adotado na Europa como uma forma de inovar na gestão de saúde e torná-la mais eficiente. Na Espanha, em particular, o estudo avaliou cinco hospitais geridos por PPPs e comparou seus resultados aos da rede pública. Para tanto, foram avaliados quatro indicadores: média de atendimento em primeiras consultas; tempo de espera na primeira consulta; taxa de operações de fratura de quadril com mais de 2 dias de atraso; e, custo do material na unidade de emergência.

Os hospitais geridos por PPPs apresentaram resultados superiores em todas as questões relacionadas ao atendimento. Enquanto os hospitais geridos por PPPs atenderam, em média 7,3 milhões de primeiras consultas, os da rede tradicional atenderam, em média, 4,9 milhões. O tempo de espera foi, em média, 5,5 pontos porcentuais menor nos hospitais geridos por PPPs e a taxa de operações de fratura de quadril com mais de 2 dias de atraso, 71,3% menor.

Apenas nos custos médios de materiais e medicamentos os hospitais públicos apresentaram um resultado melhor do que os privados. O resultado, contudo, deve ser olhado com cautela. Isso porque o tamanho da rede pública pode, facilmente, justificar uma negociação para aquisição desses produtos com um custo inferior ao que apenas cinco PPPs teriam condições de alcançar.