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Saúde suplementar exige cautela, apesar de sinais de maior confiança na economia

Setembro 2016
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Os indicadores que antecipam o sentimento empresarial e de consumidores começam a apresentar os primeiros sinais de recuperação de confiança na economia brasileira. Esse é um bom sinal, mas que, não necessariamente, já deve repercutir positivamente na cadeia da saúde suplementar.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da cidade de São Paulo, produzido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) atingiu 100 pontos em agosto. Assim, saiu, pela primeira vez em 15 meses, da situação de “pessimismo” – abaixo de 100 pontos, o sentimento é de “pessimismo” e, a partir dessa pontuação, “otimismo”. De forma inédita em seis meses, a intenção de consumo das famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou aumento na comparação mensal: 0,9% entre julho e agosto. Numa escala de 0 a 200, a ICF alcançou 69,3 pontos, puxada pela variação positiva em todos os sete componentes do índice. O índice de confiança dos micro e pequenos empresários atingiu, em julho, o maior patamar em 15 meses. E, por fim, após 28 meses, o Índice Confiança do Empresário Industrial (ICEI), apurado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), ficou acima da linha divisória dos 50 pontos, demonstrando que os empresários estão mais confiantes.

O ambiente econômico apresenta, portanto, sinais de melhora. Mas a saúde suplementar ainda está em sinal de alerta. Primeiro, porque, no período de 18 meses acumulados até junho de 2016, o setor acumula a perda de 1,9 milhão de beneficiários. Ainda que o setor seja resiliente, tendo sido um dos últimos a ingressar na crise econômica e, comparativamente a outros ramos de atividade, tenha sofrido perdas menores, a situação ainda é grave.

A melhoria virá, a nosso ver, somente a partir da recuperação dos níveis de emprego. Isso porque, cerca de 66% dos vínculos desse setor advêm de contratos coletivos empresariais, os planos contratados pelas empresas para colaboradores e seus familiares. E as projeções do mercado, a nosso ver bastante realistas, são preocupantes. O noticiário aponta, nos últimos dias, projeções de que os patamares de emprego pré-crise, de praticamente emprego pleno, só devem acontecer depois de 2018. Logo, é muito pouco provável que, se tais projeções se confirmarem, o setor volte aos níveis do final de 2014, quando acumulava 50,39 milhões de beneficiários.

É preciso ter cautela, mesmo que o ambiente econômico inspire sinais de melhora. E, em economia, muito de um ciclo de desenvolvimento se deve a fatores psicológicos, de sentimentos de confiança. Enquanto a contratações não são retomadas, o setor deve ter uma atenção redobrada na contenção dos custos e ganhos de eficiência.

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