Satisfação com planos de saúde está apoiada no uso dos serviços assistenciais
A última edição da pesquisa IESS/Ibope, divulgada no mês passado, mostrou que o plano de saúde médico-hospitalar permanece como o 3° maior desejo do brasileiro e que aqueles que possuem plano estão satisfeitos ou muito satisfeitos com o benefício, especialmente por conta da qualidade de atendimento e das equipes assistenciais; da qualificação dos médicos que atendem pelo plano; da cobertura do plano (possibilidade de realizar exames, internação etc.); e, da rapidez na marcação de consultas e autorização de procedimentos.
Contudo, há outros indicadores importantes na pesquisa que ainda pretendemos explorar aqui no blog. Um dos mais importantes é que a satisfação com o plano não se deve apenas a segurança e respaldo com relação à própria saúde, questão que, aliás, é apontada como o principal motivo para ter um plano médico-hospitalar por 48% dos entrevistados, ou pela qualidade do atendimento, apontada como a principal razão para ter o plano por 38% dos entrevistados.
De acordo com as entrevistas realizadas, a satisfação dos beneficiários destes planos está diretamente vinculada à utilização dos serviços médicos. Em média, 88% dos beneficiários de planos médico-hospitalares utilizam serviços de saúde ao menos uma vez por ano. Sendo que 86% dos beneficiários passaram por ao menos uma consulta nos últimos 12 meses; 78% realizaram exames diagnósticos; e, 17% foram internados.
Ou seja, não é apenas ter o plano que torna os beneficiários satisfeitos, mas a qualidade do atendimento recebido quando eles têm necessidade de atenção assistencial.
O resultado indica claramente que o brasileiro adquire um plano de saúde na quase certeza de que terá necessidade de utilizá-lo assim que tiver cumprido as carências. Isso vale tanto para os novos adquirentes quanto para todos os que já têm plano ou seguro de saúde, pois 88% de todos eles percebem a necessidade de utilizá-lo a cada ano. Comportamento bastante diferente daquele encontrado em outros segmentos de seguro.
Apenas para ilustrar a questão, o total de solicitações para cobertura de sinistros automobilísticos está ao redor de 29% de toda a carteira segurada, de acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), autarquia vinculada ao Ministério da Economia que é responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Ou seja, de cada 100 veículos segurados, 29 buscam atendimento de algum sinistro junto ao segurador.
Enquanto ninguém quer usar o seguro do automóvel, porque isso significa que a pessoa se envolveu em um acidente, a maioria dos beneficiários recorre à serviços de assistência à saúde, inclusive procedimentos preventivos, a cada ano. Isso significa que os beneficiários estão se cuidando mais e terão mais qualidade de vida no futuro
A pesquisa IESS/Ibope também apresenta dados sobre o perfil de uso de serviços assistenciais de beneficiários e não beneficiários, reforçando esta tese, mas isso é assunto para outro post. Não perca!