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Falhas em hospitais são facilmente percebidas

Maio 2018
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Publicado hoje (22/05) na Folha de S. Paulo, reportagem de Cláudia Collucci sobre a internação de um familiar traz dados do Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, produzido por nós e pela Faculdade de Medicina da UFMG, que aponta dados alarmantes na qualidade assistencial.

No texto intitulado “Bastam algumas horas à beira do leito para observar riscos em hospitais”, a jornalista conta como os três dias acompanhando o pai no hospital foram suficientes para identificar uma série de falhas em procedimentos que podem trazer graves complicações para os pacientes.

As falhas na assistência apontadas pela reportagem foram de diferentes tipos – desde um possível banho ao paciente que deveria estar imóvel durante três dias até a troca da medicação e uma quase queda. A natureza delas, no entanto, tem causas conhecidas, como já lembramos em diferentes momentos. “Enfermagem sobrecarregada, falta de prontuário eletrônico, sistema de informação precário, entre outros problemas, explicam boa parte dessas falhas que podem comprometer a segurança do paciente”, aponta Collucci.

A jornalista fala que, nesse período, lembrou-se da pesquisa que publicamos no último ano. “O estudo cai como uma luva nesse contexto”, comenta. “Os eventos adversos em saúde não são privilégio do Brasil ou de instituições específicas (por isso, não faz sentido nomeá-las). Ocorre que estudos internacionais apontam que eles são evitáveis em cerca de 60% dos casos”, continua a colunista.

Como bem lembra a reportagem, os erros não devem ser personalizados para determinados profissionais, mas são das instituições e ainda exige um longo caminho para melhoria. É necessário, portanto, a ampliação da discussão sobre os eventos adversos em instituições de saúde para que se amplie a transparência, o uso e divulgação de indicadores de qualidade que garantam a segurança do paciente. “Não temos informações sobre o índice de infecção hospitalar ou de reinternação daquela instituição. É comum observar nos hospitais quadros com listas de recomendações para um cuidado mais seguro, mas bastam algumas horas na beira do leito para perceber que ainda há uma enorme distância entre a teoria e a prática”, conclui a reportagem.

Apenas uma ressalva deve ser feita, já que a coluna utiliza dados de 2015. A mais recente edição do Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, com dados de 2016, mostra que a cada 5 minutos, 3 brasileiros morrem nos hospitais por falhas que poderiam ser evitadas. Confira o estudo na íntegra.

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