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Transparência e desperdício: causa e efeito

Junho 2018
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No último mês, o Jornal Grande Bahia divulgou um artigo que evidencia como a gestão hospitalar está diretamente relacionada com a segurança do paciente, tema que deve ser priorizado pelas diferentes instituições. 

Para tanto, a publicação retoma os dados que divulgamos no último ano no primeiro Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, produzido em conjunto com a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Entre os números do estudo, o que mais se destaca é a morte de 829 brasileiros todos os dias em decorrência de condições adquiridas nos hospitais.

Segundo o artigo, o Conselho Federal de Medicina (CFM) ratifica que há deficiências na infraestrutura física, falhas administrativas e falta de controle interno nos estabelecimentos de assistência hospitalar no Brasil. O CFM indica a necessidade da “adoção de um conjunto de ações, da capacitação das equipes de assistência, da qualificação da rede assistencial pública e privada, do aumento dos investimentos, da valorização dos profissionais, do aperfeiçoamento da gestão e da criação de mecanismos eficazes de avaliação, monitoramento e controle”, repercute o texto.

Além da necessária atualização, capacitação e valorização dos profissionais, a nota do CFM tangencia temas cruciais à saúde suplementar no país: qualificação e avaliação. Temas ainda mais sensíveis quando falamos da rede hospitalar. É por isso, que reforçamos constantemente que a divulgação de indicadores de qualidade e de desempenho na saúde pode se tornar um fator transformador para o país, tanto para serviços públicos quanto particulares.

Esta mudança possibilita que o beneficiário seja capaz de escolher melhor onde deseja ser atendido e ainda contribui para todo o sistema, seja na correta remuneração dos prestadores de saúde ou ainda para criar referências sobre performance de profissionais e instituições, contribuindo para um avanço na prestação de serviços de toda a cadeia e impactando diretamente na segurança do paciente, tema caro na agenda de pautas do setor.

Como apontado por Renato Couto no Seminário Internacional "Indicadores de qualidade e segurança do paciente na prestação de serviços na saúde" - na apresentação “Impactos da ausência de indicadores de qualidade na prestação de serviços de saúde no Brasil”, um conjunto de indicadores de alta relevância para hospitais está diretamente relacionado com a transparência do setor e com o empoderamento dos diferentes clientes, sejam beneficiários, operadoras ou compradores de planos de saúde.

Não custa lembrar, em 2016, aproximadamente 19% dos gastos assistenciais da saúde suplementar no país foram consumidos por desperdícios e fraudes, segundo nosso estudo. Esse percentual representou cerca de R$25,5 bilhões no ano de 2016, somando contas hospitalares e de exames.

Se na medicina causa e efeito é uma relação comum na rotina dos profissionais quando se fala de exames, procedimentos e medicamentos, quando se fala das especificidades do setor de saúde não é diferente: a falta de transparência está diretamente relacionada com o desperdício em todo o setor. 

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