Os avanços médicos e científicos trazem cada vez mais evidências sobre a importância de manter uma alimentação saudável. Além dos benefícios à qualidade de vida, esse hábito pode reduzir os riscos de desenvolvimento de uma série de doenças. No Brasil, entre os beneficiários de planos de saúde, há indícios de um movimento de mudança no padrão alimentar, com aumento no consumo regular de frutas e a redução de carne vermelha e doces. É o que aponta o “Texto para Discussão 82 - Hábitos alimentares e estilo de vida em beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares”, estudo do IESS produzido a partir da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019 no comparativo com dados de 2013.
Segundo o levantamento, o consumo de frutas por cinco dias ou mais na semana subiu de 55% para 60% no período. Nessa categoria de beneficiários, as maiores taxas foram registradas em mulheres e entre a faixa da população com 60 anos ou mais. Por outro lado, em 2019, o consumo de carne vermelha foi maior entre os homens e de beneficiários até 59 anos. Apesar disso, entre 2013 e 2019, a ingestão regular do produto caiu de 35,2% para 28,8%.
Vale destacar que a categoria analisada que apresentou maior redução foi de alimentos doces, que passou de 25,5% para 16,8% no período. Os resultados de 2019 demonstram maior prevalência desses produtos entre as mulheres e, principalmente, beneficiários mais jovens, entre 18 e 20 anos. Além disso, a ingestão regular de bebidas alcoólicas entre os beneficiários apresentou leve redução, caindo de 8,8% para 8,5% entre 2013 e 2019. Nesse recorte, a prevalência é maior entre homens e de pessoas com 60 anos ou mais.
Esse panorama é um importante indicador sobre o bem-estar da população, especialmente porque a Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca que uma dieta inadequada somada à falta de atividade física são dois dos principais fatores de risco globais para a saúde. Além disso, acompanhar os hábitos alimentares de beneficiários ou não de planos médico-hospitalares é uma das maneiras mais eficientes para o desenvolvimento de políticas e ações de prevenção e combate às doenças.
Nosso novo trabalho identifica um cenário preocupante para a saúde suplementar: o crescimento de demanda por serviços de saúde, de forma cada vez mais precoce, entre os beneficiários mais jovens (faixas etárias de 0 a 18 anos e de 19 a 23 anos). Por outro lado, o mesmo trabalho constata que beneficiários de faixa etária mais idosa, de 59 anos ou mais, ainda não retomaram os padrões de consultas e exames verificados anteriormente à pandemia de Covid-19, ao mesmo tempo em que continuam sendo, naturalmente, o grupo de beneficiários com maior prevalência nas internações.
Os dados constam do “Texto para Discussão 108 – Análise do Prêmio de Risco e da Frequência de Utilização em Planos Individuais: Contribuições para o Debate sobre a Regulação de Preços na Saúde Suplementar”, que acabamos de disponibilizar. As descobertas trazidas pelo estudo indicam para a potencial necessidade, futura, de revisar a precificação e os reajustes dos planos de saúde conforme a faixa etária.
Como se sabe, o sistema de saúde suplementar se assenta sobre o princípio do “mutualismo”, no qual as pessoas mais saudáveis e que demandam menos por serviços de saúde (em sua maioria jovens) subsidiam os custos provocados pelas necessidades de serviços para quem precisa de mais assistência à saúde (majoritariamente, mais idosos). Esse princípio é o que garante o equilíbrio do sistema, de modo a garantir acesso e permanência no sistema dos mais jovens e dos idosos.
A crescente demanda por serviços de saúde (terapias, tratamentos ambulatoriais e internações) pelos jovens, de forma cada vez mais precoce, é um indicativo de que o sistema pode ter desafios importantes para sua sustentabilidade. Reflete, conforme mostra o estudo, mudanças no estilo de vida, alterações de padrões epidemiológicos e alterações introduzidas, ao longo dos anos, nas bases estruturais do sistema, especialmente – mas não apenas – com a introdução de novas tecnologias e coberturas. O trabalho levanta a hipótese, inclusive, de o aumento na frequência de utilização entre jovens poder estar relacionado à maior incidência de diagnósticos como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), e a condições crônicas, como a obesidade, ressaltando a necessidade de atenção e acompanhamento dessa população.
Com esse trabalho, mostramos a necessidade de reforçar as estratégias de promoção da saúde e de acompanhamento mais próximo entre os mais jovens, mas também apontamos uma tendência que interfere diretamente na estrutura de custos do setor e em potenciais riscos à sustentabilidade financeira do sistema.
Clique aqui e leia a íntegra do estudo.
O IESS tem como objetivo promover e realizar estudos de aspectos conceituais e técnicos que sirvam de embasamento para implementação de políticas e introdução de melhores práticas voltadas para a saúde suplementar. Assim, periodicamente, são produzidos diferentes estudos que abordam temas atuais e relevantes para o setor.
Apenas em 2024, já foram disponibilizados sete Textos para Discussão (TDs) que trazem dados, reflexões e informações de grande relevância para o debate e desenvolvimento do sistema suplementar. No blog de hoje, apresentamos alguns dos temas que estão em nosso site. Confira:
- TD 100: Internações psiquiátricas por Transtorno do Espectro Autista entre beneficiários de planos de saúde
O estudo aponta que no ano de 2015, na saúde suplementar, houve apenas um caso de internação por Transtorno do Espectro Autista (TEA) na faixa etária de 0 a 19 anos. Este número, no entanto, cresceu exponencialmente de lá para cá. Em 2022, os casos nessa faixa etária chegaram a 62. Em todo o período, o registro foi de 270 internações.
Baixe na íntegra aqui.
- TD 103: O que é Saúde 4.0: Desvendando Termos, Oportunidades e Desafios na Saúde Suplementar
O trabalho contextualiza a evolução tecnológica a partir do ambiente industrial, evolui para as terminologias usadas, passa pela aplicação no sistema de saúde e aponta oportunidades de implementação para a melhoria da saúde suplementar, sem desconsiderar os desafios a serem superados.
Clique aqui para fazer o download do material.
- TD 105: Análise dos custos da Variação Médico-Hospitalar de planos individuais na faixa etária de 0 a 18 anos
A analise mostra que os custos dos planos de saúde com beneficiários na faixa etária de 0 a 18 anos apresentou um crescimento amplamente superior no período pós-pandemia de Covid em comparação aos valores registrados pela média dos beneficiários e também em relação à população mais idosa (a partir de 59 anos).
Baixe gratuitamente o estudo aqui.
Procedimentos passaram de 4,1 milhões, em 2019, para 7 milhões, em 2023, aponta estudo do IESS
Os cuidados com a visão, bem como a prevenção de problemas que podem comprometer a saúde ocular são fundamentais para uma boa qualidade de vida. Entre 2019 e 2023, o número de beneficiários com planos de saúde que realizaram exames de mapeamento de retina subiu de forma exponencial no País – passou de 4,1 milhões para 7 milhões, respectivamente. As informações são do Texto para Discussão nº 107 – Análise da saúde ocular na saúde suplementar: desafios e perspectivas, produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
O procedimento, também conhecido como exame do fundo do olho ou fundoscopia, é um exame oftalmológico que permite avaliar a saúde da retina, do nervo óptico e dos vasos sanguíneos. Em 2020, primeiro ano da pandemia da Covid-19, observou-se alto crescimento desse tipo de exame, em movimento oposto ao observado com praticamente todos os outros procedimentos – de 4,1 milhões em 2019 para 4,6 milhões em 2020. Nos anos seguintes, as altas foram ainda mais significativas: 2021 (5,7 milhões), 2022 (6,6 milhões) até atingir a marca de 7 milhões no ano seguinte.
Os dados sobre saúde suplementar têm como base o Painel dos Dados do TISS (D-TISS) e também traz informações sobre cirurgias fistulizantes antiglaucomatosas, realizadas para tratar o glaucoma. A análise apura período um pouco maior, entre 2015 e 2023, e revela que também houve crescimento nesse tipo de procedimento, que passou de 8,1 mil para 12,7 mil, respectivamente.
“É preciso ficar atento com a saúde ocular. Para se ter uma ideia, a cegueira e a deficiência visual afetam cerca de 2,2 bilhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo que metade dos casos são previsíveis ou ainda não tratados. Portanto, a prevenção ainda é o melhor caminho, pois evita complicações, sabendo-se que a deficiência visual tem impacto significativo na qualidade de vida”, afirma o superintendente executivo do IESS, José Cechin.
De acordo com outro estudo produzido pelo IESS, “Número de consultas na saúde suplementa: evolução entre 2019 e 2022”, durante o período, houve queda de 5,7% em relação ao volume de consultas realizadas com oftalmologistas no Brasil – foram 15,7 milhões no primeiro ano e 14,8 milhões no último. O número representa cerca de uma consulta para cada três beneficiários, sendo registrada como a terceira especialidade com maior demanda, somente atrás de clínica médica e obstetrícia.
Clique aqui para ver o estudo na íntegra.
Sobre o IESS
O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma entidade sem fins lucrativos com o objetivo de promover e realizar estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade da saúde suplementar.
Mais informações
LetraCerta Inteligência em Comunicação
Emerson Oliveira – [email protected]
(11) 98231-8002
Entre 2019 e 2023, o número de beneficiários com planos de saúde que realizaram exames de mapeamento de retina subiu de forma representativa no País – passou de 4,1 milhões para 7 milhões, respectivamente. As informações são do Texto para Discussão nº 107 – Análise da saúde ocular na saúde suplementar: desafios e perspectivas, produzido pelo IESS.
O procedimento, também conhecido como exame do fundo do olho ou fundoscopia, é um exame oftalmológico que permite avaliar a saúde da retina, do nervo óptico e dos vasos sanguíneos. Em 2020, primeiro ano da pandemia da Covid-19, observou-se alto crescimento desse tipo de exame, em movimento oposto ao observado com praticamente todos os outros procedimentos – de 4,1 milhões em 2019 para 4,6 milhões em 2020. Nos anos seguintes, as altas foram ainda mais significativas: 2021 (5,7 milhões), 2022 (6,6 milhões) até atingir a marca de 7 milhões no ano seguinte.
Os dados sobre saúde suplementar têm como base o Painel dos Dados do TISS (D-TISS) e também traz informações sobre cirurgias fistulizantes antiglaucomatosas, realizadas para tratar o glaucoma. A análise apura período um pouco maior, entre 2015 e 2023, e revela que também houve crescimento nesse tipo de procedimento, que passou de 8,1 mil para 12,7 mil, respectivamente.
Acesse o estudo na íntegra aqui.
Recentemente divulgamos o Texto para Discussão nº 106 – O papel das cirurgias bariátricas no tratamento da obesidade: perspectivas da saúde suplementar no Brasil. O estudo mostra que mesmo durante o período de pandemia, houve crescimento de 43% no número desse tipo de procedimento.
Em 2021 foram realizadas 33,3 mil cirurgias, e em 2022 47,8 mil, resultando em um acréscimo de 14,5 mil. O estudo tem como base informações do Painel de dados do TISS (D-TISS) da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
De modo geral, a realização de cirurgias bariátricas tem crescido de forma expressiva no Brasil entre beneficiários de planos de saúde. Entre 2015 e 2023, o número saltou de 28,4 mil, em 2015, para 52,4 mil, em 2023, alta de 84,3%.
Levando-se em conta a evolução do número de procedimentos por sexo do beneficiário, o estudo mostra que a grande maioria de cirurgias se deu entre as mulheres. Para se ter uma ideia, durante o período analisado houve crescimento expressivo de 99,5%, passando de 20,9 mil para 41,7 mil.
Para acessar o Texto para Discussão nº 106 na íntegra, clique aqui.
Procedimentos tiveram salto expressivo, no período, passaram de 28,4 mil para 52,4 mil, aponta novo estudo do IESS
Considerada uma pandemia mundial, a obesidade é um grave problema de saúde pública, que está associada ao desenvolvimento de muitas outras doenças. Dentro desse cenário, a realização de cirurgias bariátricas é uma realidade e tem crescido de forma expressiva na saúde suplementar do Brasil. Entre 2015 e 2023, o número de procedimentos passou de 28,4 mil, em 2015, para 52,4 mil, em 2023, alta de 84,3%.
As informações são do novo estudo especial do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o Texto para Discussão nº 106 – O papel das cirurgias bariátricas no tratamento da obesidade: perspectivas da saúde suplementar no Brasil, que tem como base dados do Painel de dados do TISS (D-TISS).
Ao longo do período analisado, foram realizadas 331,1 mil cirurgias em beneficiários de planos de saúde. Nota-se que, de modo geral, entre 2015 e 2020 houve crescimento gradual, passando de 28,4 mil para 33,4 mil, respectivamente. No entanto, nos anos seguintes, mesmo durante a pandemia de Covid-19, o crescimento foi bastante representativo – 43% entre 2020 e 2021 e 15% entre 2021e 2022. Já entre 2022 e 2023 houve leve queda de 4,7%.
Levando-se em conta a evolução do número de procedimentos por sexo do beneficiário, o estudo mostra que a grande maioria de cirurgias se deu entre as mulheres. Para se ter uma ideia, entre 2015 e 2023, houve crescimento expressivo de 99,5%, passando de 20,9 mil para 41,7 mil, respectivamente.
“A obesidade continua sendo um grave problema de saúde e a projeção não é muito animadora para o Brasil e para o mundo. Isso porque se estima que a taxa de prevalência cresça de forma substancial nos próximos anos, caso não sejam implementadas políticas públicas ou privadas efetivas, visando a sua redução e contenção. Por isso, é fundamental que o setor público promova educação e políticas para sua contenção e cada vez mais as pessoas entendam a importância de manter hábitos e estilo de vida mais saudáveis”, ponderou o superintendente executivo do IESS, José Cechin, ao lembrar que o custo por beneficiário representa R$ R$ 33 mil por ano e 22% dos sinistros, entre 2015 e 2021, (R$ 4,8 bilhões) estão relacionados a consequências diretas com a doença.
Em 2022 o IESS publicou dois estudos relacionados a esse tema, confira:
1 – Como o aumento da prevalência da obesidade entre beneficiários pode impactar a sustentabilidade da saúde suplementar
2 – Custos diretos e atribuíveis à obesidade grave e obesidade mórbida no sistema de saúde suplementar no Brasil
Para acessar o Texto para Discussão nº 106 na íntegra, clique aqui.
Sobre o IESS
O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma entidade sem fins lucrativos com o objetivo de promover e realizar estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade da saúde suplementar.
Mais informações
LetraCerta Inteligência em Comunicação
Emerson Oliveira – [email protected]
(11) 98231-8002
Considerada uma pandemia mundial, a obesidade é um grave problema de saúde pública, que está associada ao desenvolvimento de muitas outras doenças. Dentro desse cenário, a realização de cirurgias bariátricas é uma realidade e tem crescido de forma expressiva na saúde suplementar do Brasil. Entre 2015 e 2023, o número de procedimentos passou de 28,4 mil, em 2015, para 52,4 mil, em 2023, alta de 84,3%.
As informações são do novo estudo especial do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), o Texto para Discussão nº 106 – O papel das cirurgias bariátricas no tratamento da obesidade: perspectivas da saúde suplementar no Brasil, que tem como base dados do Painel de dados do TISS (D-TISS).
Ao longo do período analisado, foram realizadas 331,1 mil cirurgias em beneficiários de planos de saúde. Nota-se que, de modo geral, entre 2015 e 2020 houve crescimento gradual, passando de 28,4 mil para 33,4 mil, respectivamente. No entanto, nos anos seguintes, mesmo durante a pandemia de Covid-19, o crescimento foi bastante representativo – 43% entre 2020 e 2021 e 15% entre 2021e 2022. Já entre 2022 e 2023 houve leve queda de 4,7%.
Levando-se em conta a evolução do número de procedimentos por sexo do beneficiário, o estudo mostra que a grande maioria de cirurgias se deu entre as mulheres. Para se ter uma ideia, entre 2015 e 2023, houve crescimento expressivo de 99,5%, passando de 20,9 mil para 41,7 mil, respectivamente.
Para acessar o Texto para Discussão nº 106 na íntegra, clique aqui.