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Maio 2018
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Não é novidade dizer que instituições que prestam cuidados em saúde, como hospitais e clínicas são grandes fontes geradoras e transmissoras de bactérias. Claro que há uma série de fatores que contribuem para isso, que vão desde falhas nas medidas de prevenção, a resistência cada vez maior dos diferentes tipos de bactérias aos antibióticos ou até mesmo a própria vulnerabilidade dos pacientes nesses ambientes. As Infecções Relacionadas à Assistência em Saúde (IRAS) ainda são um dos mais importantes problemas do setor em todo o mundo e que podem resultar em mortes, além de elevado custo direto e indireto.

Exatamente com o intuito de conscientizar sobre esta questão e promover a redução de casos e prevenção de infecção no país, em 2008 o Ministério da Saúde instituiu o 15 de maio como o Dia Nacional do Controle das Infecções Hospitalares. Podendo afetar qualquer pessoa, especialistas afirmam que eventos adversos relacionados a infecções ocorrem principalmente no trato urinário e respiratório em decorrências de cirurgias.

Acredita-se que a correta higienização das mãos durante uma visita ao paciente ou antes e depois de procedimentos é a forma mais eficaz e barata na luta contra as infecções. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que, se a medida fosse adotada corretamente, os casos diminuiriam em 70%. Enquanto nos Estados Unidos e Europa, cerca de 10% dos pacientes internados são atingidos por infecções hospitalares, no caso brasileiro os números da OMS mostram que aproximadamente 14% dos pacientes internados morrem em função do problema.

Tema recorrente em nossos estudos e publicações, essa sempre foi uma preocupação visando a eficiência em todas as etapas da assistência hospitalar. No final do último ano, divulgamos o Primeiro Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, produzido pelo IESS e UFMG, que mostra que a cada 5 minutos, 3 brasileiros morrem nos hospitais por falhas que poderiam ser evitadas. 

O relatório aponta para 302.610 mortes de brasileiros em hospitais públicos ou privados, apenas em 2016, como consequência de um “evento adverso".  O número engloba tanto as infecções hospitalares quanto de erros de dosagem ou aplicação de medicamentos, uso incorreto de equipamentos e outros casos. Não quer dizer, necessariamente, que houve erro ou negligência dos profissionais e instituições, mas de complicações que poderiam, na maioria das vezes, serem evitadas. 

O assunto já foi pauta de estudos do Boletim Científico, do vencedor do “Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar” com a pesquisa “Influência das infecções relacionadas à assistência no tempo de permanência e na mortalidade hospitalar utilizando a classificação do Diagnosis Related Groups como ajuste de risco clínico”, além de estar presente nos debates em eventos do setor.

Importante aspecto da assistência em saúde, a incidência de infecções é, inclusive um dos pontos principais levados em consideração para a acreditação hospitalar. Dados de uma instituição de acreditação mostra que o índice de infecção hospitalar, em uma UTI, passou de 7% para menos de 1% em menos de dois anos quando colocados em prática os princípios orientadores dos manuais de acreditação.

Portanto, o debate sobre o tema é latente para o setor exatamente porque seu impacto acontece nas diferentes esferas, sejam sociais ou econômicas, da assistência à gestão hospitalar – estando diretamente relacionado com o número de vidas perdidas ou com o total de recursos financeiros desperdiçados.

Agosto 2017
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As infecções relacionadas à assistência em saúde (Iras) ainda são um dos mais importantes problemas do setor no mundo. Este tipo de infecção é adquirido durante a prestação dos cuidados de saúde e podem resultar em mortes, além de elevado custo direto e indireto. Exatamente pela importância deste tema na cadeia de saúde - suplementar ou pública – é que novos estudos e iniciativas na área devem ser incentivados. 

O estudo “Influência das infecções relacionadas à assistência no tempo de permanência e na mortalidade hospitalar utilizando a classificação do diagnosis related groups como ajuste de risco clínico” rendeu a Maria Aparecida Braga o 2° lugar na categoria “Promoção da Saúde e Qualidade de Vida” na edição 2016 do Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar. “As Iras são condições passíveis de serem evitadas e acreditamos que o impacto assistencial, social e econômico é imenso, daí a importância do tema”, comenta Maria Aparecida.

Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e doutora pela UFMG, Maria Aparecida conversou conosco sobre seu trabalho, a importância do Prêmio IESS e o que mudou após ter seu trabalho reconhecido.

Leia a entrevista abaixo e não deixe de inscrever gratuitamente, até 15 de setembro, seu trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) com foco em saúde suplementar nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde. Veja o regulamento completo.

Os dois melhores de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, além de certificados, que serão entregues em cerimônia de premiação em dezembro deste ano.

Blog do IESS – Sobre o que é o trabalho? 

Maria Aparecida Braga – É sobre a influência da infecção relacionada à assistência à saúde no tempo de permanência hospitalar e sobre a mortalidade. São condições passíveis de serem evitadas e acreditamos que os impactos assistenciais, sociais e econômicos são imensos, daí a importância do tema.  É parte de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, Infectologia e Medicina Tropical.

Blog – Como conheceu o Prêmio IESS? 

MAB – Por meio do meu orientador, o Dr. Renato Couto, que é um grande pesquisador da área de gestão da saúde.

Blog – E qual sua impressão sobre o Prêmio IESS? 

MAB – Foi muito gratificante receber o Prêmio IESS. É um reconhecimento de todo o trabalho. Saber que estamos atuando para modificar alguma coisa para melhoria da sociedade e que isto está sendo levado em consideração, sendo avaliado por um grupo de pesquisadores renomados é recompensador. A participação no evento da premiação foi particularmente importante. A forma como foram apresentados os trabalhos e como foram detalhadamente avaliados me deixou muito bem impressionada.

Blog – Em sua opinião, qual a importância de premiações com esta? 

MAB – A premiação é um estímulo ao desenvolvimento da pesquisa séria e conectada à realidade da saúde brasileira. No Prêmio IESS, são avaliados trabalhos que podem realmente fazer a diferença na atuação dos profissionais de saúde e na gestão do setor, melhorando as condições assistenciais, com foco na segurança assistencial e determinando maior responsabilidade e responsabilização com o uso dos recursos, que são limitados. 

Blog – O que mudou após receber o Prêmio IESS? 

MAB – Recebi diversos telefonemas e a visibilidade do trabalho certamente aumentou. Parabenizo o IESS não apenas por essa iniciativa, mas por todas realizadas em prol da segurança assistencial. A saúde brasileira está muito carente de atitudes como esta.

Maio 2017
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Hoje é o Dia Nacional de Combate à Infecção Hospitalar, mas a verdade é que não sabemos exatamente o tamanho dessa luta, uma vez que falta transparência de dados no País. 

O estudo “Erros acontecem: a força da transparência no enfretamento dos eventos adversos assistenciais em pacientes hospitalizados”, que produzimos em parceria com a UFMG, constatou que a cada três minutos, mais de dois brasileiros morrem em um hospital, público ou privado, como consequência de um “evento adverso" que poderia ser prevenido, como a infecção hospitalar. Erros que poderiam ser prevenidos se houvesse mais transparência na saúde.  Como já apontamos aqui no Blog, há meios para melhorar nesse sentido e ferramentas que permitiriam aos pacientes comparar hospitais.

Enquanto isso não é feito, com um problema que, apenas em 2015, foi responsável por consumiu 434,11 mil óbitos. Além das vidas perdidas, há prejuízos financeiros significativos devidos às essas falhas. De acordo com o estudo, os eventos adversos assistenciais hospitalares consomem entre R$ 5,2 bilhões e R$ 15,6 bilhões da saúde privada no Brasil. Não há dados para estimar os valores desperdiçados no SUS.

Apesar de o trabalho não informar quanto é desperdiçado apenas com infecções hospitalares no Brasil, já que não há dados precisos para possibilitar o cálculo, nos Estados Unidos, onde há mais transparência sobre essas informações, é estimado em até US$ 31,5 bilhões o total de recursos que poderiam ser poupados com mais controle de infecções.