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Agosto 2019
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De acordo com o relatório 2019 MedicalTrends Around the World, da Mercer Marsh, os custos médico-hospitalares avançaram 16,9% no Brasil ao longo do ano passado, 7,2 pontos porcentuais a mais do que a média global de 9,7%. Além disso, o relatório aponta que esses custos devem crescer outros 15,5% em 2019, novamente, um resultado bastante superior à média global estimada em 9,6%. 

A publicação é uma das três mais importantes projeções de custos médico-hospitalares no mundo, sendo que as outras duas são o relatório Global Medical Trends, da Willis Tower Watson – já analisado em nosso blog –, e o Global Medical Trends Rates Report, da Aon Hewitt – também já comentado aqui

Estes são, também, os documentos usados de base para o TD 69 – "Tendências da variação de custos médico-hospitalares: comparativo internacional".  Mas o que a análise dos três novos relatórios pode nos revelar? 

Primeiro, o Brasil deve permanecer como um dos 10 países com maior variação dos custos médico-hospitalares (VCMH) no mundo. Para ser mais preciso, o 8° de acordo com os documentos de Towers e Aon, o 7° segundo a Mercer. Considerando as três projeções, o avanço na VCMH nacional deve ficar entre 15,3% e 17%, com tendência de alta segundo a Towers e de recuo de acordo com as outras duas consultorias. Confira:  

  

Variação dos custos médico-hospitalares no Brasil 2018-19  

IESS 

  

Olhando para a média global, entretanto, há uma pequena diferença nas tendências detectadas pelos relatórios. De acordo com a Willis Tower Watson, a VCMH deve subir no mundo assim como no Brasil; Já a Aon Hewitt acredita que haverá arrefecimento da VCMH nos dois casos; enquanto o Mercer Marsh prevê que o indicador terá um comportamento praticamente idêntico ao do ano passado, com variação de apenas 0,1 ponto porcentual. 

  

Variação dos custos médico-hospitalares no mundo 2018-19 

IESS_1 

  

As principais causas de avanço dessas despesas são gastas com o tratamento de câncer e doenças dos sistemas circulatório, gastrointestinal e respiratório. Além disso, o todos os relatórios apontam que as doenças mentais devem se tornar, cada vez mais, uma questão constante para os sistemas de saúde ao redor do globo. 

Agosto 2019
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O prazo para inscrições no IX Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar acaba em 30 dias, em 13 de setembro. A mais importante premiação de trabalhos de pós-graduação com foco no setor irá conceder R$ 45 mil em prêmios aos melhores estudos de três categorias: Economia; Direito; e Promoção da Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde. São R$ 10 mil a cada um dos primeiros colocados e, R$ 5 mil para os segundos. 

Não perca tempo! Veja o regulamento e inscreva-se agora. 

Já na nona edição, o Prêmio IESS é uma importante ferramenta para ligar a academia e a produção de conhecimento técnico intrínseco a este ambiente ao processo de gestão do setor e àqueles responsáveis por tomar decisões, motivando, inclusive, a elaboração de políticas nas Operadoras de Planos de Saúde (OPS) e na própria Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). 

Além do reconhecimento no mercado, também há um reconhecimento das instituições de ensino, que têm uma disputa saudável para permanecer no topo da lista de vencedores. Hoje, liderada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com nove trabalhos laureados. No segundo lugar aparece a Fundação Getulio Vargas (FGV), com 8 premiações (6 para a FGV-SP e 2 para a FGV-RJ); e, em terceiro, a Universidade de São Paulo (USP), com 6 trabalhos vencedores. Confira a lista completa.  

Claro, vale lembrar que a avaliação é imparcial. Os trabalhos são entregues para os avaliadores sem qualquer indicação de autor, orientador ou entidade, para evitar conflitos de interesse e manter o foco na qualidade técnica do estudo desenvolvido. Independentemente das instituições em que os trabalhos vencedores deste ano estão sendo conduzidos ou de como essa lista irá se alterar, não nos resta dúvida que a grande vencedora da competição é a saúde suplementar. 

Além de concorrer ao Prêmio IESS, pesquisadores (de graduação e pós-graduação) e empresas também podem se inscrever (relembrando, até 13 de setembro) para a exibição de pôsteres de trabalhos e artigos. Uma oportunidade para trocar conhecimento e contato entre gestores e acadêmicos. 

Agosto 2019
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No mês passado, destacamos as diferenças regionais na realização de cesáreas e a falta de conhecimento sobre o procedimento que ainda existe no País. De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), foram realizadas 425,9 mil cesarianas no Brasil em 2018, apenas na saúde suplementar, tornando essa a cirurgia obstétrica mais comum no País, a despeito das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que apenas 15% dos partos sejam feitos por meio desta técnica. 

E, falando em internações cirúrgicas mais comuns no País, a cirurgia bariátrica é outro procedimento que, especialmente no Brasil, tem sido realizado com muito mais frequência do que seria necessário ou recomendado pelos órgãos competentes, no caso, o Ministério da Saúde (MS). 

Em 2018, foram realizados 49,5 mil procedimentos deste tipo no Brasil. Apesar de o montante ser substancialmente menor do que o total de cesáreas, é importante notar que o total de cirurgias bariátricas tem crescido, enquanto o de partos cesarianos tem recuado. 

No total, em 2013, 41,1 mil cirurgias bariátricas foram realizadas no Brasil. O que significa que o total de procedimentos desse tipo cresceu 20,4% nos últimos 5 anos. Por outro lado, o total de cesáreas recuou 6%, já que, em 2013, registrou-se 453,2 mil partos deste tipo no País. Os números constam no Mapa Assistencial da ANS – que já analisamos aqui no blog

Segundo a última edição do Vigitel Saúde Suplementar, 17,4% dos beneficiários de planos de saúde (já que os números acima também se referem a esta população e não ao total do País) estão obesos. Ou seja, apresentam Índice de Massa Corporal (IMC) – peso dividido pela altura ao quadrado (kg/m²) – igual ou superior a 30kg/m². Vale lembrar que estar obeso não qualifica, automaticamente, uma pessoa para a realização da cirurgia. 

De acordo com as normas do MS, antes de passar pelo procedimento, é necessário que o paciente apresente: 

• IMC superior a 50 kg/m²; 

• IMC superior a 40 kg/m² sem sucesso em tratamento clínico por ao menos 2 anos; 

• IMC superior a 35 kg/m² com comorbidades como alto risco cardiovascular, Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica etc. que não tenham obtido sucesso em tratamento clínico por ao menos 2 anos. 

Além disso, mesmo após passar pela cirurgia, é necessário fazer acompanhamento médico, já que o tratamento, apesar de efetivo, possui riscos, assim como qualquer procedimento invasivo. 

Em nossa Área Temática, você pode acessar rapidamente os estudos que desenvolvemos, nossas análises e mesmo os  trabalhos de terceiros que apresentamos sobre o tema, como o vencedor do Prêmio IESS“Impacto da Cirurgia Bariátrica, em médio prazo, na utilização de serviços de saúde, morbimortalidade e custo com atenção médica”, de Silvana Bruschi Kelles. 

Agosto 2019
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A região Sul foi a única que registrou recuo do total de beneficiários de planos médico-hospitalares de acordo com a última edição da NAB, que divulgamos esta semana. No total, a região teve 19,7 mil vínculos rompidos entre junho de 2019 e o mesmo mês do ano anterior, retração de 0,3%. No Brasil, como já mostramos aqui, o total de beneficiários destes planos cresceu 0,2%, o que equivale a 108,1 mil novos vínculos. 

O resultado negativo da região Sul foi puxado pelos números do Rio Grande do Sul, que teve 30,1 mil vínculos rompidos no período analisado, a maior retração no País. Com a redução de 1,1%, o Estado passa a contar com 2,6 milhões de beneficiários. Santa Catarina também registrou queda. Foram 1,3 mil beneficiários que deixaram os planos médico-hospitalares, um recuo de 0,1%. No total 1,5 milhão de beneficiários são atendidos pelas Operadoras de Planos de Saúde (OPS) no Estado. Já o Paraná seguiu em outra direção e teve incremento de 0,4% no total de vínculos, o que equivale a 11,6 mil novos beneficiários. 

No Sudeste do Brasil, o mercado permaneceu praticamente estável, com ligeira alta de 0,1% ou acréscimo de 37,2 mil vínculos. Sendo que São Paulo e Espírito Santo tiveram resultados positivos, com incremento de 64,6 mil e 11,9 mil beneficiários, respectivamente. Já Rio de Janeiro e Minas Gerais registraram rompimento de 33,7 mil e 5,5 mil vínculos, também respectivamente. 

Nas demais regiões do País, o aumento de beneficiários foi de 11,7 mil no Nordeste (+0,2%); mais 6,9 mil, no Norte (+0,4%); e outros 69,7 mil, no Centro-Oeste (2,2%). 

Dentro da região Centro-Oeste, que teve o incremento mais expressivo de beneficiários em termos de variação porcentual, os números do Distrito Federal e de Goiás se destacam. No Distrito Federal, 27,5 mil novos vínculos foram firmados. O que fez o total de beneficiários avançar de 873,1 mil, em junho de 2018, para 900,6 mil em junho de 2019. Alta de 3,2%. 

Já em Goiás, a alta foi proporcionalmente menor, de 2,8%, mas em números absolutos o resultado é mais expressivo. O total de vínculos no Estado subiu de 1,11 milhão para 1,14 milhão no período. Ou seja, 30,7 mil novos beneficiários. Isso significa que essas pessoas realizaram o sonho de ter um plano se saúde, que, conforme mostramos na Pesquisa IESS/Ibope, já analisada aqui, é o terceiro maior desejo de consumo da população sem plano de saúde. 

Os dados sobre total de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares e exclusivamente odontológicos (que não abordamos hoje) podem ser vistos em detalhes no IESSdata

Agosto 2019
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“O Prêmio IESS é fundamental para apoiar o desenvolvimento da saúde suplementar no País.” A opinião é do Dr. Alberto Ogata, conselheiro da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), presidente da International Association for Worksite Health Promotion (IAWHP - Associação Internacional de Promoção da Saúde no Ambiente de Trabalho) e responsável por avaliar os trabalhos da categoria Promoção da Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde do Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar

Segundo Ogata, a iniciativa se tornou o mais importante prêmio de trabalhos acadêmicos no Brasil porque consegue ligar a produção de pesquisas nos centros de excelência à atividade de gestão tanto nas Operadoras de Plano de Saúde (OPS) quanto na própria agência reguladora, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “Os estudos que venceram as edições anteriores do Prêmio IESS serviram como base para a elaboração de importantes políticas de promoção da saúde e mesmo de modelos de assistência e atenção”, comenta. “Questões que estão sendo implementadas hoje, como a Atenção Primária à Saúde (APS) e os médicos de família, foram amplamente analisadas por trabalhos inscritos no Prêmio IESS e, sem dúvidas, fomentaram as mudanças que estão se desenrolando atualmente”, completa. 

Para o avaliador, a principal virtude do Prêmio IESS é o fomento de pesquisas de elevado grau técnico com foco nos dados nacionais. “No começo do Prêmio (IESS), a maior parte pesquisas focavam muito em análise de literatura, principalmente de resultados internacionais. Mas temos acompanhado um crescente empenho de pesquisadores em desenvolver pesquisas com estudo de casos nacionais e esse é um movimento diretamente ligado ao nosso critério de avaliação, que valoriza esses estudos justamente pelo potencial de aprimoramento do setor que eles apresentam”, afirma. “Essa é, provavelmente, a maior contribuição do IESS para a saúde suplementar no Brasil”, se orgulha. 

O IX Prêmio IESS tem inscrições abertas até 13 de setembro, com prêmios de R$ 10 mil para o primeiro colocado de cada categoria e de R$ 5 mil para os segundos colocados. Veja o regulamento e não perca essa oportunidade de contribuir para o futuro do setor. 

Ah, se o seu trabalho não é de pós-graduação, você pode apresentá-lo em nossa área de exibição de pôsteres e não há limite de pôster por autor. Saiba mais sobre ótima oportunidade para fazer contatos, dividir experiências e mostrar as suas ideias. 

Agosto 2019
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Desde que reformulamos completamente o nosso site, em 2014, temos constantemente procurado canais para estar mais próximos dos pesquisadores, gestores e interessados no setor de saúde suplementar de forma geral. 

Foi por isso que, em 2016, criamos este blog, hoje já com quase 800 posts, e entramos no Facebook, que já conta com mais de 66 mil fãs; LinkedIn, com quase 15 mil seguidores; e Twitter, com pouco mais de 500 seguidores. 

Claro, desde 2016 muita coisa mudou nas mídias sociais. Alguns canais ganharam relevância, outros perderam e, também, surgiram espaços novos. É por isso que estamos expandindo nossa presença digital para o Instagram

Para “alimentar” esse canal, vamos postar conteúdos exclusivos: vídeos, infográficos e análises especialmente pensados para esse espaço tão diferente, com foco mais no visual do que no texto. 

Esperamos que a iniciativa agrade e estamos, como sempre, abertos às críticas e sugestões para aprimorarmos nossos meios de contato com você! 

Corre lá conhecer nosso Insta e não deixe de seguir para receber os conteúdos exclusivos que estamos preparando. 

Agosto 2019
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Vamos  premiar com R$ 45 mil os 2 melhores trabalhos (R$ 10 mil para o primeiro colocado e R$ 5 mil para o segundo) de cada uma das três categorias do IX Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar: Promoção da Saúde, Qualidade de Vida e Gestão de Saúde; Economia; e, Direito. 

Mais importante do que o dinheiro, é o reconhecimento que o Prêmio imputa aos seus vencedores e a oportunidade de colaborar para o aperfeiçoamento da gestão, de processos e da qualidade assistencial da saúde suplementar no Brasil. 

Para ter ideia da importância da premiação, vale ver o depoimento de alguns dos vencedores em entrevistas publicadas aqui no blog, como os seguintes: 

Eulalia Martins Fraga, vencedora da categoria Promoção de Saúde, com o trabalho “Atenção Primária na Saúde Suplementar: estudo de caso de uma Operadora de Saúde de Belo Horizonte”

Bruno Araújo Ramalho, vencedor da categoria Direito, com o trabalho “Processo decisório e motivação no âmbito das normas sobre o ‘rol de procedimentos e eventos em saúde’: uma análise exploratória”; e,  

Luís Carlos Moriconi de Melo, vencedor na categoria Economia, com o estudo “Assimetria de informação a partir da regulação do mercado de saúde suplementar no Brasil: teoria e evidências”

E esses são apenas os vencedores de 2017. Quer saber a opinião dos vencedores de 2018? Então continue acompanhando o Blog. Vamos publicar essas entrevistas nas próximas semanas. 

Se inspirou? Não deixe de ver o regulamento completo e se inscrever. E se o seu trabalho não é de pós-graduação, você ainda pode apresentá-lo em nossa área de exibição de pôsteres. Uma ótima oportunidade para fazer contatos, dividir experiências e mostrar as suas ideias. 

Julho 2019
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Mais de 1,5 milhão de vínculos com planos exclusivamente odontológicos foram firmados entre maio de 2019 e o mesmo mês do ano passado de acordo com a última edição da NAB. Com a alta de 6,5%, o segmento já conta com 24,6 milhões de beneficiários. 

Do total de novos vínculos, 68,6% (1 milhão) foram firmados no Sudeste do País. Em São Paulo, foram 464,1 mil novos vínculos. Avanço de 5,6%. Já no Rio de Janeiro, o crescimento foi proporcionalmente maior, de 12,5%. Em números absolutos, contudo, o incremento representa 356,5 mil novos beneficiários. A diferença acontece porque o Rio de Janeiro conta com 3,2 milhões de vínculos enquanto o Estado de São Paulo tem 8,7 milhões. 

Fora do Sudeste, o maior aumento foi registrado no Paraná. O estado registrou 80,3 mil novos vínculos, alta de 6,7%. Rio Grande do Sul e Santa Catarina apresentaram variações similares entre si, com 28,7 mil (+3,8%) e 28,8 mil (+5,9%) novos beneficiários, respectivamente. No total, a região passou a atender 137,7 mil novos vínculos. 

Rondônia, Amapá e Sergipe foram os únicos Estados com redução do total de beneficiários. Em Sergipe, 4,5 mil planos foram desfeitos, queda de 2,3%. Em Rondônia, foram 6 mil vínculos rompidos. Retração de 5,4%. Já no Amapá, o resultado foi praticamente estável. A redução de 0,7% representa que 319 beneficiários deixaram de contar com o plano que possuíam. 

Amanhã, vamos apresentar os motivo que levam os planos exclusivamente odontológicos a continuar crescendo, inclusive de acordo com a avaliação dos beneficiários detectada pela pesquisa IESS/Ibope. Não perca. 

Julho 2019
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Nos últimos dias, temos analisado os resultados da Pesquisa IESS/Ibope que aponta que 8 a cada 10 beneficiários estão satisfeitos com seus planos e que eles são o terceiro maior desejo do brasileiro

Qual seria então, a maior barreira para que 73% dos não beneficiários que afirmam desejar um plano de saúde médico-hospitalar passem a contar com benefício? De acordo com o levantamento do Ibope, 77% dos entrevistados apontaram o valor da mensalidade ou a falta de condições financeiras como o principal impeditivo para a realização deste sonho. 

A pesquisa IESS/Ibope também aponta que dos 54% da população que já teve plano, metade deixou de contar com ele por questões relacionadas ao mercado de trabalho. Ou seja, o plano era ofertado pelo empregador e, após perder ou trocar de emprego, o benefício foi cancelado. Como a pesquisa compara os números de 2019 com 2017, também foram captados aí aqueles beneficiários que tinham direito a continuar com o plano (pagando do próprio bolso) por mais algum tempo após sair do emprego e o fizeram, mas não conseguiram recolocação no mercado ao longo desse período e, consequentemente, não passaram a contar com um novo plano coletivo empresarial. 

Em nossa avaliação, a questão está mais diretamente relacionada ao nível de emprego com carteira assinada no Brasil. Hoje, o País conta com 13 milhões de desempregados buscando recolocação ou o primeiro emprego, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a maior parte dos planos de saúde guarda uma relação mais direta com a carreira das pessoas do que com sua remuneração propriamente dita. Isso porque, a maior parte dos planos é ofertada pelo empregador (planos coletivos empresariais) ou feita por meio de uma entidade de classe (planos coletivos por adesão). Segundo dados da última edição da NAB, 67,1% dos vínculos com planos médico-hospitalares são coletivos empresariais e 13,5% são coletivos por adesão, um total de 80,6%. 

Assim, concluir que a questão é puramente financeira (diretamente relacionada à massa de rendimentos das famílias em contraponto às contraprestações pecuniárias dos beneficiários) não nos parece uma análise precisa. Especialmente porque o plano de saúde é o 3° bem mais desejado do brasileiro, atrás apenas de educação e casa própria. Ou seja, mesmo perdendo o emprego ou tendo uma redução na renda, as famílias tendem a cortar outros gastos e manter o benefício tanto quanto for possível. Além disso, assim que voltam a recompor sua renda, este é um dos primeiros itens a serem readquiridos, muitas vezes antes de quitar completamente outras dívidas. 

Claro que não pretendemos menosprezar a questão do custo dos planos. Esse é um ponto que merece ser debatido e acreditamos que esse debate começa pela regulação atual, que impede modulações que tornariam os planos economicamente mais interessantes para grande parte da população. Não se trata de tolher direitos. Mas seria mais inteligente e barato que uma pessoa que viveu a vida inteira em um lugar e não tem intenção de sair contratar um plano com cobertura regional ao invés de nacional. Contratando um adicional em momentos de viagens, por exemplo. 

E há espaço para novas modalidades de plano, como afirmaram os próprios entrevistados da pesquisa. Mas isso é assunto para um próximo post. Não perca! 

Julho 2019
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Contar com um plano de saúde é o 3° maior desejo de consumo do brasileiro, como aponta a pesquisa IESS/Ibope, que já destacamos aqui. De acordo com o levantamento, os quatro itens mais desejados pelos brasileiros (tanto os que já contam com plano quanto os que não) são educação (1°), casa própria (2°), plano de saúde (3°) e seguro de vida (4°). 

O plano de saúde permanece como o terceiro maior desejo do brasileiro desde 2015, apesar de o País ter passado por momentos econômicos distintos, independentemente do momento econômico, se as famílias estão com mais ou menos renda, mais ou menos endividadas ou mesmo do nível de emprego no País, o desejo por planos de saúde se manteve elevado nas 3 edições da pesquisa, 2015, 2017 e 2019.  

Além disso, os números da pesquisa indicam que esse desejo está mais diretamente relacionado com a percepção de qualidade dos planos de saúde do que uma eventual percepção negativa da capacidade de atendimento do sistema público. 

De acordo com a pesquisa, 54% dos brasileiros que não têm plano de saúde já contaram com o benefício em algum momento e 73% desejam ter/voltar a ter plano médico-hospitalar. E o principal motivo para desejar contar com um plano deste tipo, apontado por 82% dos entrevistados, é a qualidade do atendimento, entendida como maior facilidade de acesso e disponibilidade de tecnologia médica mais recente. Vale destacar que grande parte das opiniões é emitida com base em experiência própria e não percepção a partir de comentários de conhecidos, pesquisas e notícias.  

Olhando as três edições da pesquisa, nota-se que houve uma mudança na primeira colocação entre os beneficiários de planos de saúde. Em 2015, educação era o item mais desejado, seguido por casa própria. Em 2017, a ordem foi alterada, com moradia própria se tornando o maior desejo dos beneficiários. Já este ano, educação voltou ao topo da lista. Acreditamos que a mudança se deu por conta do momento econômico. Em 2017, o desemprego tinha atingido proporções muito elevadas e muitas famílias estavam passando por dificuldades para se manterem em dia com as prestações da casa própria ou mesmo pagar o aluguel.  

Fora do setor de saúde suplementar, a pesquisa também demonstrou outros desejos dos brasileiros e que há poucas diferenças entre aqueles que têm planos e os que não tem. A distinção entre os desejos de beneficiários e não beneficiários começa a aparecer no 5° item da lista. Enquanto os beneficiários desejam contar com previdência privada, os não beneficiários anseiam por celulares. Mas a diferença é pequena. Previdência privada é o 6° maior desejo dos não beneficiários e celular, o dos beneficiários. 

Confira a lista dos maiores desejos dos beneficiários e não beneficiários de planos de saúde: 

  

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