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Cirurgia bariátrica pode ser evitada com abordagem clínica “agressiva”

Março 2017
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A cirurgia bariátrica, como já temos apontado há algum tempo, não pode ser somente estética, já que há uma série de riscos relacionados ao procedimento. 

Contudo, ao longo da última década, a quantidade de cirurgias desse tipo aumentou significativamente e já ultrapassa a marca de 88 mil cirurgias por ano apenas no Brasil. Como também já mostramos aqui no Blog.

O estudo "Aggressive clinical approach to obesity improves metabolic and clinical outcomes and can prevent bariatric surgery: a single center experience", publicado na última edição do Boletim Científico com o título “Abordagem clínica agressiva à obesidade melhora os resultados metabólicos e clínicos e pode prevenir a cirurgia bariátrica: uma experiência única no centro”, indica que esse aumento é resultado, principalmente, de intervenções clínicas mal sucedidas na perda de peso.

Os resultados do trabalho indicam, ainda, que 93% das cirurgias bariátricas poderiam ser evitadas se as intervenções clínicas fossem bem feitas. O que não acontece, segundo os pesquisadores, por seis motivos: os medicamentos anti obesidade são tipicamente administrados como monoterapia, mesmo sabendo que nenhum dos medicamentos disponíveis hoje no mercado pode conseguir mais do que 10% da meta de perda de peso; a farmacoterapia não é efetivamente combinada a outras intervenções, como a psicoterapia, vigilância e dieta intensiva; curta duração da farmacoterapia; falta de estratégias para manutenção de perda de peso; mal entendimento da complexa fisiopatológica da obesidade; e  sub prescrição dos medicamentos contra a obesidade (o estudo aponta que apenas 2% dos pacientes com IMC superior a 30kg/m² receberam medicação contra obesidade).

Para corrigir essa situação e reduzir o total de cirurgias bariátricas – que, novamente, constituem um tratamento efetivo contra obesidade, mas que deve ser empregado apenas como última alternativa –, os pesquisadores sugeriram uma abordagem mais “agressiva”, corrigindo as falhas usualmente detectadas na abordagem clínica. Os resultados, após dois anos de acompanhamento com pacientes que apresentavam obesidade entre moderada e severa, mostram melhoras significativas, como a perda de 20% da massa corporal por quase três quartos (74,4%) dos pacientes. O que indica que a abordagem clínica intensiva proposta neste trabalho para o tratamento da obesidade pode ser uma alternativa eficaz à cirurgia bariátrica.

Se você se interessa pelo assunto, não deixe de ler, também, o Estudo Especial “Evolução da obesidade no Brasil” e o TD 59 – “Impactos da cirurgia bariátrica”

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