A realização de cesárea em detrimento do parto natural é um tema ainda bastante controverso. Como já indicamos aqui no Blog, há estudos que apontam que o risco de morte materna pós-parto é três vezes maior em cesarianas do que em outras modalidades de parto, sendo que os principais riscos são morte por hemorragia e complicações na anestesia.
Por outro lado, o procedimento pode ser extremamente útil e indicado, por exemplo, quando se constata que o cordão umbilical está enrolado no pescoço do bebê ou em outras situações. Por isso, acreditamos que cada caso deva ser analisado separadamente e a decisão deve ser tomada em conjunto pela paciente e seu médico de confiança.
Há, contudo, trabalhos que destacam a necessidade de campanhas de conscientização sobre os riscos e vantagens de um procedimento e de outro além da relação médico/paciente, uma vez que há uma relação direta entre os ganhos financeiros dos profissionais e a escolha pela realização de cesáreas. É o que revela o estudo "Impacto do Seguro privado de saúde sobre o sistema público de saúde: o caso dos partos cesarianas”, publicado na mais nova edição do Boletim Científico.
O trabalho analisou 58,6 mil partos na França e concluiu que há mais probabilidade de parto natural na rede pública, em que o médico recebe um salário fixo e não por procedimento. Já na rede privada, em que os prestadores de serviço são remunerados por volume de atendimento, a probabilidade de parto cesáreo aumenta em 7,6 pontos porcentuais.
Veja esse e outros artigos na última edição do Boletim Científico.
Você pode se interessar também por....
Fotografia das mulheres beneficiárias de planos
Como falamos no início da semana, no Dia Internaci...Saúde feminina no Brasil
Como se sabe, hoje é celebrado o Dia Internacional...Assistência à mulher na saúde suplementar
Recentemente divulgamos a publicação “Análise da ...Nos últimos anos, são notórios os diferentes avanços alcançados na investigação da saúde durante o período de gravidez que levaram ao conhecimento das características que provocam o problema e representaram diminuição da mortalidade materna.
Este, contudo, ainda é um desafio dos diferentes sistemas de saúde em todo o mundo. Exatamente por isso, o dia 28 de maio foi a data escolhida para a conscientização da redução da mortalidade materna. A data busca promover o debate em todo o país sobre a importância dos cuidados para a saúde da mulher e fortalecer a necessidade de políticas que garantam as melhores condições médicas para as gestantes.
Mesmo com diversos problemas, o Brasil tem motivos para celebrar os resultados quanto ao tema. Dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que o país reduziu o índice de mortes em 63% entre 1990 e 2015. O número representa que a taxa de mortalidade caiu de 120 mães por 100 mil nascidos vivos para 44 mães por 100 mil nascidos vivos no período analisado.
Nós já lembramos, em diferentes momentos, sobre a importância da prevenção aqui no Blog. Seja com anseio de ampliar a conscientização sobre o tema ou ainda destacando boas ações internacionais, como a estratégia para redução do problema por parte do governo das Filipinas com a ampliação dos subsídios oferecidos para aquisição de planos de saúde.
E nacionais, como a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) para garantir a segurança do bebê por meio de norma que estabelece que os partos cesarianos sejam realizados apenas a partir da 39ª semana de gestação. Ou ainda o programa Parto Adequado, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que busca aumentar a participação das operadoras de planos de saúde na promoção desse procedimento.
Estudo divulgado no Boletim Científico do IESS mostrou que o risco de morte materna pós-parto é três vezes maior em cesarianas quando comparado a outras modalidades de parto. Os principais riscos relacionados ao procedimento são morte por hemorragia pós-parto e complicações na anestesia.
As diferentes ações buscam mudar o paradigma entre pacientes, profissionais de saúde e instituições com a revisão de diferentes protocolos. É importante reforçar que o debate do tema nas diferentes esferas é fundamental para que todos tenham condições de adotar as práticas mais seguras na redução de riscos tanto ao longo da gravidez, no parto ou logo após o nascimento da criança.
Claro que cada caso tem suas especificidades e o que deve prevalecer é a decisão tomada entre a mãe e o médico, sempre visando a segurança ao longo de todo o período.