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Junho 2016
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Acabamos de publicar a nova edição do Conjuntura Saúde Suplementar. O Boletim traz números alarmantes e aponta que a deterioração do mercado de trabalho está impactando diretamente na contratação de planos de saúde, especialmente nos coletivos empresariais. Além do crescimento da taxa de desocupação, medida pela PNAD/IBGE, a publicação indica a redução da renda das pessoas ocupadas como um dos principais motivos para a redução de 2,7% no total de beneficiários no 1° trimestre de 2016.

Entre o primeiro trimestre de 2016 e o mesmo período do ano anterior, o total de beneficiários de planos coletivos recuou 2,7% e o de planos individuais ou familiares, 2,3%. No mesmo período, a taxa de desocupação medida pela PNAD avançou 1,5% e a renda diminuiu 3,1%. E nada indica que que haverá uma reversão desse cenário em breve.

Pior, o movimento não é novidade. Aqui mesmo, no Blog, já destacamos o assunto mais de uma vez.

O que chama atenção, cada vez mais, é a tendência negativa que toma conta do cenário econômico e deve continuar impactando o setor de saúde suplementar. O panorama preocupa: com as famílias ganhando menos e o medo crescente de perderem o emprego, além de ter que cortar os custos de planos de saúde para pagar, por exemplo, a conta do mercado, aquelas famílias que planejavam adquirir o benefício, estão adiando seus planos até que a economia volte a melhorar. Já que os planos de saúde são o terceiro maior desejo dos brasileiros, atrás apenas da educação de da casa própria, o fato de as famílias estarem optando por deixar de contar com o benefício ou adiar seus planos para tê-lo, reforça a necessidade de se combater a crise econômica instalada hoje.

Maio 2016
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O total de beneficiários de planos médico-hospitalares individuais atingiu, em março deste ano, o menor nível desde dezembro de 2011. Fortemente influenciado pela recessão econômica, o total de vínculos de planos individuais vem apresentando retração, trimestre a trimestre, desde o último período de 2014. Apenas nos 18 meses encerrados em março deste ano, houve queda de 2,8% no total de vínculos dessa modalidade de contratação. O que representa a perda de cerca de 280 mil vínculos. Os 9,84 milhões de beneficiários de planos individuais se tornaram 9,56 milhões, como demonstra o gráfico.

O movimento coincide com a retração no saldo de empregados medido pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que também começou a apresentar queda no quarto trimestre de 2014. Nos 18 meses encerrados em março deste ano, o saldo de desempregados chegou a 2,45 milhões. No mesmo período, também a renda per capita, medida pelo Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), diminuiu:  7,5%. Os números estão disponíveis no IESSdata.

Os movimentos da economia, trabalho e renda no Brasil, muito preocupantes, impactam diretamente sobre o comportamento do mercado de planos de saúde. Mais um sintoma desse atrelamento se mostra do que pode ser um “fato novo”: a perspectiva negativa sofre o futuro da economia pode estar afetando a alta da variação dos custos de saúde. O índice Variação de Custos Médico-Hospitalar (VCMH) bateu recorde nos 12 meses encerrados em dezembro de 2015, atingindo a alta de 19,3%.

Apuramos esse indicador a partir da análise de um amplo conjunto de informações de carteiras de planos individuais de diversas operadoras. O recorde do VCMH também pode ter sido influenciado por conta da expectativa do beneficiário de não conseguir manter o plano, uma hipótese a ser investigada mais profundamente no futuro. Em tese, nossa suspeita é que, diante do temor de perder o emprego ou mesmo ter a renda reduzida, e, com isso, não ter mais condições de manter o plano de saúde, beneficiários estariam usando mais os serviços de saúde antes de não conseguirem mais manter o plano. Assim, realizam o máximo possível de consultas, terapias e exames sob a lógica de que é melhor se garantir e fazer os procedimentos antes de não contar mais com o plano.

A hipótese ainda precisa, evidentemente, de mais investigação, como dissemos. Contudo, levanta um ponto de atenção para o setor que precisa, constantemente, se aprimorar para garantir sua sustentabilidade. Não há como negar que a combinação de queda de beneficiários e custos em alta amplia o risco do setor.