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Setembro 2019
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Enquanto o mercado de planos médico-hospitalar ainda está enfrentando dificuldades para voltar a crescer, como apontamos aqui no blog, o segmento de planos de saúde exclusivamente odontológicos tem apresentado avanços expressivos. Entre julho de 2018 e o mesmo mês de 2019, o setor cresceu 6,2%, somando 1,5 milhão de novos vínculos. No total, a modalidade conta com 24,96 milhões de beneficiários. 

Apesar de todas as regiões terem registrado aumento de vínculos, há bastante diferença de um canto do País para outro. No Centro-Oeste foram firmados 95,6 mil contratos, o que equivale a alta de 6,5%. O menor crescimento absoluto entre todas as regiões do Brasil. O movimento vai na direção oposta da contratação de planos médico-hospitalares, que têm avançado mais expressivamente nessa região do que no restante do País, especialmente pelos resultados de setores como o agronegócio e a indústria de transformação, que estão impulsionando a geração de postos de trabalho com carteira assinada na região. 

Por outro lado, o Sudeste, que perdeu beneficiários de planos médico-hospitalares entre julho deste ano e o mesmo mês do ano passado, foi a que mais registrou novos vínculos com planos exclusivamente odontológicos. A alta de 6% equivale a 834,3 mil novos vínculos. Acreditamos que o resultado demonstra o quanto a população anseia por ter um plano de saúde e, na impossibilidade momentânea de contar uma cobertura médico-hospitalar, muitas famílias estão optando por ter ao menos a cobertura odontológica. O mesmo vale para as empresas que, cada vez mais, ofertam o benefício como forma de atrair e reter talentos. 

Afinal, como mostra a pesquisa IESS/Ibope, 80% dos brasileiros consideram a oferta deste benefício como importante ou muito importante na hora de escolher entre empregos. 

A NAB ainda indica o aumento de 135,8 mil vínculos (5,5%) no Sul do Brasil; 293,9 mil (6,5%) no Nordeste; e, 126,5 mil (12,4%) no Norte. 

Para saber mais sobre o total de beneficiários no Brasil, você pode sempre consultar o IESSdata

 

Setembro 2019
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A dieta alimentar pode estar ligada à depressão? De acordo com uma nova pesquisa conduzida na Universidade do Alabama, sim. Mas antes de entrarmos no assunto, um lembrete muito importante: 

Você já se inscreveu no IX Prêmio IESS? Faltam menos de 60 horas para acabar o prazo, mas ainda há tempo! Confira o regulamento completo e ajude a aprimorar a saúde suplementar no Brasil.  

De volta para o nosso tema de hoje: como já apontamos aqui no blog, a incidência de doenças mentais está crescendo no mundo todo, ou talvez seja o nosso entendimento sobre essas doenças e nossa capacidade de detectá-las que esteja avançando. Talvez seja uma soma de todos os fatores. O fato é que a depressão e a ansiedade geram, atualmente, US$ 1 bilhão em perda de produtividade por ano à economia global e o montante tende a avançar. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão deve se tornar a segunda doença mais incapacitante no mundo já em 2020, ficando atrás apenas de problemas cardiovasculares. 

Por isso, pesquisas como esta, da Universidade de Alabama, são fundamentais. De acordo com os pesquisadores responsáveis pelo estudo, altas concentrações de sódio no sangue, advindas do consumo de fast-food e alimentos ultraprocessados, podem levar a uma tendência maior à depressão. Em contrapartida, pessoas que ingerem mais potássio, normalmente encontrado em verduras e legumes, têm uma chance menor de desenvolver a doença. 

Os pesquisadores alertam, entretanto, que os resultados do estudo ainda não são conclusivos e indicam principalmente uma alta chance de o desenvolvimento ou não da doença estar relacionado ao nível de sódio, sem uma relação de causa e efeito estabelecida. Para avançar nesse sentido, ainda é necessário expandir a pesquisa que analisou apenas 84 pessoas. 

Há, contudo, outros estudos que indicam resultados semelhantes. O trabalho “Fast-food and commercial baked goods consumption and the risk of depression”, por exemplo, acompanhou quase 9 mil pessoas ao longo de seis anos e constatou que pessoas que consomem mais alimentos processados têm um risco 48% de apresentar depressão. 

Resultados que reforçam nossa percepção de que as Operadoras de Planos de Saúde, as empresas e a sociedade de modo geral precisam pensar em campanhas de Promoção de Saúde com foco em uma alimentação mais saudável. Um bom início seria dar mais atenção para o Guia Alimentar para a População Brasileira, que já comentamos aqui no Blog. 

Setembro 2019
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Mais de 133 mil vínculos com planos de saúde médico-hospitalares foram rompidos entre julho de 2019 e o mesmo mês do ano passado. Com a queda de 0,3% apontada na última edição da NAB, que acabamos de publicar, o setor passou a atender 46,99 milhões de beneficiários. Esta é a primeira vez desde março de 2012 que as carteiras das Operadoras de Planos de Saúde contam com menos de 47 milhões de vínculos. 

  

Apesar de os números parecerem negativos em uma primeira análise, acreditamos que devam ser encarados apenas como o setor “andando de lado”. Em nossa avaliação, não há uma indicação de que devemos iniciar um período de retração no total de beneficiários como aconteceu a partir de dezembro de 2014. A saúde suplementar, assim como a economia de forma geral, vem ensaiando um processo de recuperação que está demorando mais para engatar do que os analistas de mercado previam, mas, ao menos no momento, há mais indícios de que essa ligeira variação negativa seja um soluço do que uma inversão de expectativas. 

Segundo os dados da NAB, dos 133,3 mil vínculos rompidos nos 12 meses encerrados em julho de 2019, 91,1 mil concentram-se no Estado de São Paulo. No mesmo período, a região sudeste perdeu 100,2 mil beneficiários, retração de 0,3%. Também o Sul e o Nordeste tiveram recuo, de 0,9% (-60,5 mil vínculos) e 0,6% (-42,6 mil vínculos), respectivamente. Já o Centro-Oeste registrou alta de 1,7% (+54,3 mil beneficiários) e o Norte, de 0,8% (+13,1 mil vínculos). 

A NAB ainda indica que apesar de o total de beneficiários ter caído como um todo, houve aumento de 2,2% na quantidade de vínculos com pessoas de 59 anos ou mais, o que equivale a 147,3 mil novos contratos. Resultado em linha com o que apontamos ontem aqui no Blog

Para ver mais números e o resultado do mercado de planos exclusivamente odontológicos, além de continuar acompanhando nosso blog, você pode consultar o IESSdata

Setembro 2019
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O total de vínculos entre planos médico-hospitalares e pessoas com 80 anos ou mais é o que mais cresceu nos últimos 4 anos e meio. De acordo com análise especial da NAB, o total de beneficiários nesta faixa etária saltou de 1,01 milhão, em dezembro de 2014, para 1,17 milhão em junho de 2019. A alta de 16,1% equivale ao acréscimo de 162,8 mil novos vínculos. 

O aumento não é exclusividade dessa faixa etária, mas dos idosos de modo geral. O total de beneficiários com 60 anos ou mais cresceu 10,1% desde dezembro de 2014. O movimento é particularmente interessante porque, nesses 54 meses de lá para cá, o mercado como um todo registrou o rompimento de 3,2 milhões de vínculos com planos. De fato, desconsiderando a contratação por pessoas com 60 anos ou mais, o setor registrou a saída de 3,8 milhões de beneficiários da saúde suplementar no período analisado.  

Além disso, se olharmos para um horizonte um pouco mais longe, entre junho de 2000 e o mesmo mês de 2019, o número de vínculos na faixa etária de 80 anos ou mais cresceu mais de três vezes (passou de 391 mil para 1,2 milhão) e na faixa de 75 anos a 79 anos, mais que dobrou (de 404 mil para 822 mil). 

Esse envelhecimento da população de beneficiários de planos e seguros de saúde ajuda a explicar por que, mesmo com a redução do total de vínculos, os custos médico-hospitalares per capita permanecem ascendentes, como indica o VCMH/IESS

Esse crescimento acelerado do número de beneficiários nas faixas etárias mais avançadas simultaneamente ao declínio daqueles mais novos gera um descompasso financeiro crescente no longo prazo, porque desequilibra a proporção de beneficiários idosos em relação a de jovens. Com isso, fica ameaçado o pacto intergeracional, um critério utilizado para a formação de preço e sustentabilidade econômico-financeira dos planos de saúde em que os beneficiários mais novos pagam um pouco a mais do que o custo médio de seu perfil para que os mais idosos possam pagar um pouco menos do que seu custo médio, tornando o benefício mais acessível a essa faixa etária. A questão é bem explicada na nossa Cartilha de Reajuste dos Planos de Saúde

Além dos beneficiários com mais de 80 anos, outros grupos de idosos também registraram aumento nos 54 meses analisados. Houve aumento de 3,4% (+63,3 mil) no total de beneficiários com idade entre 60 anos e 64anos; de 13,5% (+182,4 mil) na faixa de 65 anos a 69 anos; de 14,3% (+141,3 mil) na faixa de 70 anos a 74 anos; e de 6,9% (+52,9 mil) entre aqueles que têm de 75 anos a 79 anos. 

Nesse contexto, é evidente a necessidade de reavaliar e adequar todo o modelo assistencial da saúde suplementar no País, dando mais ênfase a programas de Promoção da Saúde e iniciativas que tragam o paciente e sua qualidade de vida para o centro do debate, como comentamos na última sexta-feira aqui no Blog (LINK).  

Apenas dois grupos de beneficiários de planos médico-hospitalares não idosos cresceram entre dezembro de 2014 e junho de 2019: os da faixa de 40 anos a 44 anos tiveram aumento de 4,7% ou 178,7 mil novos beneficiários; e, os da faixa de 35 anos a 39 anos, com aumento de 5,1%, ou mais 241, 2 mil pessoas. 

Setembro 2019
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Esta quarta-feira (4/9), aqui no Blog, destacamos que 88% dos beneficiários de planos médico-hospitalares passaram por consulta, exame, internação ou outro procedimento ao longo do último ano, conforme revela a Pesquisa IESS/Ibope

O número é o mesmo registrado nas edições anteriores da pesquisa, em 2015 e 2017. O dado pode levar a um questionamento equivocado sobre a frequência de uso dos serviços de saúde por meio da rede credenciada pelos planos. É importante notar que o que está estável é o porcentual de beneficiários que faz uso desses serviços, não a quantidade de procedimentos utilizados por eles. 

Como demonstramos em nossa análise especial do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar no Brasil em 2018, já comentada aqui, o número de procedimentos de assistência médico-hospitalar realizados pelos beneficiários de planos de saúde cresceu 5,4% apenas entre 2017 e 2018. No total, foram feitos 1,4 bilhão de consultas, exames, internações etc. no ano passado. 

Como também já destacamos aqui no Blog, quando explicamos porque os índices que medem a variação dos custos médico-hospitalares, como o VCMH/IESS, não devem ser comparados aos indicadores de inflação, a frequência de uso dos serviços médicos é fundamental para determinar os custos do setor. 

E, enquanto é verdade que o uso indiscriminado da assistência médica contratada por meio das Operadoras de Planos de Saúde (OPS) – ou seja, olhar para a carteirinha do plano como um cheque em branco – pode colocar em xeque a sustentabilidade econômico-financeira do setor, também é verdade que há muitos exames e consultas que são e devem ser incentivados, de acordo com as evidências médicas. 

Isso significa que ter 88% dos beneficiários utilizando os serviços de saúde todo ano tende a ser algo benéfico. Na realidade, o ideal seria que 100% dos beneficiários realizassem exames e consulta de rotina com a finalidade de prevenir futuros problemas de saúde e, no pior dos casos, detectar precocemente doenças que já estejam em desenvolvimento.  

Olhando a curto prazo, a prática até pode representar um aumento das despesas assistenciais das OPS, mas se olharmos para o futuro, certamente estaríamos minimizando gastos com tratamentos mais complexos, longos e caros. A melhor parte, contudo, seria o resultado em qualidade de vida para os pacientes. 

Logo, não é a frequência de uso dos serviços médicos a grande inimiga dos custos médico-hospitalares, mas a falta de racionalidade em sua utilização.

Setembro 2019
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O fato de o Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar ser a mais importante premiação da área no País, todo mundo já sabe. Os mais antenados também estão cientes que restam menos de 10 dias para o término das inscrições gratuitas. O que ainda pode não estar claro para muita gente é que trabalhos que ainda não foram defendidos também podem se inscrever! Como assim? A gente explica! 

Pensando nas vantagens e possibilidades de exposição do trabalho para muitos agentes do setor de saúde suplementar, nosso regulamento permite que esses estudos concorram ao prêmio principal. Além dos renomados avaliadores em cada categoria, o evento de premiação reúne importantes gestores, acadêmicos e diversos profissionais do setor que podem, também, apresentar suas ideias para aprofundar ainda mais os trabalhos em conclusão.  

Mais do que isso. Nós não perderíamos a oportunidade de conhecer, divulgar e premiar trabalhos de alta qualidade técnica, mas que ainda não foram defendidos na instituição de ensino. Já na nona edição, o Prêmio IESS é uma importante ferramenta para ligar as universidades e a produção de conhecimento técnico acadêmico à gestão do setor e aos responsáveis por tomar decisões, motivando, inclusive, a elaboração de políticas nas Operadoras de Planos de Saúde (OPS) e na própria Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). 

Portanto, fica a dica: podem ser inscritos trabalhos aprovados pela instituição de ensino do curso de pós-graduação no período de 01 de janeiro de 2017 a 31 de agosto de 2019 ou, alternativamente, uma versão preliminar que será apresentada até 31/12/2019. Para esse último caso especificamente, deve ser anexada uma declaração do orientador em que conste a data prevista de defesa.  

Ah, importante não esquecer, para o prêmio principal é permitida a inscrição de apenas um trabalho por candidato. Não há limite, no entanto, de inscrições por orientador. Se você tiver mais de um trabalho, estiver na graduação (ao invés de pós) ou tiver desenvolvido sua pesquisa em uma empresa ou outra entidade não acadêmica, o espaço para exibição de pôsteres é ideal para você. Os detalhes também estão no regulamento e a inscrição é fácil e rápida, feita por meio de formulário aqui no site.   

Descubra como submeter trabalhos e ajude a desenvolver o setor de saúde suplementar

Setembro 2019
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última edição da pesquisa IESS/Ibope, divulgada no mês passado, mostrou que o plano de saúde médico-hospitalar permanece como o 3° maior desejo do brasileiro e que aqueles que possuem plano estão satisfeitos ou muito satisfeitos com o benefício, especialmente por conta da qualidade de atendimento e das equipes assistenciais; da qualificação dos médicos que atendem pelo plano; da cobertura do plano (possibilidade de realizar exames, internação etc.); e, da rapidez na marcação de consultas e autorização de procedimentos. 

Contudo, há outros indicadores importantes na pesquisa que ainda pretendemos explorar aqui no blog. Um dos mais importantes é que a satisfação com o plano não se deve apenas a segurança e respaldo com relação à própria saúde, questão que, aliás, é apontada como o principal motivo para ter um plano médico-hospitalar por 48% dos entrevistados, ou pela qualidade do atendimento, apontada como a principal razão para ter o plano por 38% dos entrevistados. 

De acordo com as entrevistas realizadas, a satisfação dos beneficiários destes planos está diretamente vinculada à utilização dos serviços médicos. Em média, 88% dos beneficiários de planos médico-hospitalares utilizam serviços de saúde ao menos uma vez por ano. Sendo que 86% dos beneficiários passaram por ao menos uma consulta nos últimos 12 meses; 78% realizaram exames diagnósticos; e, 17% foram internados. 

Ou seja, não é apenas ter o plano que torna os beneficiários satisfeitos, mas a qualidade do atendimento recebido quando eles têm necessidade de atenção assistencial.  

O resultado indica claramente que o brasileiro adquire um plano de saúde na quase certeza de que terá necessidade de utilizá-lo assim que tiver cumprido as carências. Isso vale tanto para os novos adquirentes quanto para todos os que já têm plano ou seguro de saúde, pois 88% de todos eles percebem a necessidade de utilizá-lo a cada ano. Comportamento bastante diferente daquele encontrado em outros segmentos de seguro. 

Apenas para ilustrar a questão, o total de solicitações para cobertura de sinistros automobilísticos está ao redor de 29% de toda a carteira segurada, de acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), autarquia vinculada ao Ministério da Economia que é responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro. Ou seja, de cada 100 veículos segurados, 29 buscam atendimento de algum sinistro junto ao segurador. 

Enquanto ninguém quer usar o seguro do automóvel, porque isso significa que a pessoa se envolveu em um acidente, a maioria dos beneficiários recorre à serviços de assistência à saúde, inclusive procedimentos preventivos, a cada ano. Isso significa que os beneficiários estão se cuidando mais e terão mais qualidade de vida no futuro 

A pesquisa IESS/Ibope também apresenta dados sobre o perfil de uso de serviços assistenciais de beneficiários e não beneficiários, reforçando esta tese, mas isso é assunto para outro post. Não perca! 

Setembro 2019
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O prazo para inscrições no IX Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar está acabando – há só mais 10 dias! – e, tanto para demonstrar a importância da iniciativa quanto para estimular a produção acadêmica no setor, temos publicado entrevistas com alguns dos vencedores de edições passadas. Hoje, contudo, entrevistamos um dos avaliadores: Alberto Ogata, conselheiro da Associação Brasileira de Qualidade de Vida (ABQV), presidente da International Association for Worksite Health Promotion (IAWHP - Associação Internacional de Promoção da Saúde no Ambiente de Trabalho) e responsável por julgar os trabalhos inscritos na categoria Promoção da Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde. 

Em nossa conversa, Ogata ponderou a importância do Prêmio para o mercado de saúde brasileiro e para os pesquisadores fazendo pós-graduação, além de apontar temas que, na opinião dele, devem entrar no radar de estudiosos e gestores do setor. 

Confira. 

  

Blog do IESS – Como você vê a pesquisa acadêmica com foco em saúde suplementar no Brasil hoje? 

Alberto Ogata – A saúde suplementar tem assumido uma importância cada vez maior no sistema de saúde brasileiro. Apesar disso, ainda hoje se sente uma carência de estudos acadêmicos brasileiros bem feitos com foco nesse setor. Claro, essa carência é muito menor do que já foi no passado e eu acredito que um fator preponderante para tanto é o Prêmio IESS, que está estimulando a produção nesse campo em todo País e ajudando a preencher uma importante lacuna.  

Blog – Ainda que falte quantidade de estudos no setor, como você avalia a qualidade dos que são produzidos? 

Ogata – Muitos dos estudos premiados pelo IESS tiveram enorme repercussão no sistema de saúde nacional, influenciando tanto a tomada de decisão quanto a formulação de políticas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) quanto a formatação de programas de Operadoras de Planos de Saúde (OPS) ou mesmo a prática de profissionais da área. 

Eu acredito que o IESS traz uma enorme contribuição para o Brasil com a manutenção desse Prêmio já por quase uma década. 

Blog – E para os pesquisadores, qual a importância desta iniciativa? 

Ogata – O Prêmio IESS é único. Ele realmente apresenta uma oportunidade enorme para os pesquisadores de nosso País divulgarem seus trabalhos acadêmicos.  

E mais do que isso. Como o Prêmio tem essa capacidade de ligar o que se produz no campo acadêmico com o dia a dia das organizações, o pesquisador sente que seu trabalho é importante e faz diferença para o futuro do setor. É um estímulo muito importante.  

Blog – Como garantir que essa ligação continue existindo e gerando interesse dos dois lados? 

Ogata – O grande diferencial do Prêmio IESS é que ele não é oferecido por uma instituição acadêmica. O Instituto tem a natureza de fazer estudos aplicados para a realidade de mercado. O Prêmio é a tradução desse espírito, dessa missão, aplicado à pesquisa acadêmica. 

Para assegurar que essa conexão entre a prática das operadoras e a produção acadêmica permaneça afiada, há um trabalho que começa com o regulamento da premiação, mas que se estende até a avaliação dos trabalhos. 

É comum que pesquisas acadêmicas estejam muito focadas nas questões metodológicas e não na sua aplicação prática. Mas aqui, na avaliação do Prêmio IESS, um aspecto muito considerado é a possibilidade de adoção e utilização do estudo dentro do sistema de saúde suplementar. É nítida a relação entre a prática e a teoria nos estudos submetidos ao Prêmio. Certamente, as questões metodológicas têm muita relevância e são fundamentais para garantir a qualidade do trabalho, então é necessária uma sintonia muito fina. 

Blog – Pensando nessa ligação entre o mercado e a academia, quais temas você espera ver nas próximas edições do Prêmio IESS? 

Ogata – Ao longo do tempo, temos observado vários estudos relacionados à saúde populacional, modelos de cuidado e de remuneração. O que não deve mudar pois esses são assuntos muito caros ao setor e que ainda precisam de aperfeiçoamento. Mas acredito que outro assunto que precisamos debater é como aumentar o acesso da população aos serviços de saúde e qual a função da telemedicina, big data e machine learning nesse processo 

 

Setembro 2019
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Um dos conceitos mais fundamentais para possibilitar o correto funcionamento de todo tipo de seguro, seja residencial, de automóveis, planos de saúde ou outro qualquer é o mutualismo. Conforme explicamos na “Cartilha – Reajuste de Planos de Saúde”, o mutualismo implica uma solidariedade financeira entre segurados de um mesmo grupo. Para que ele seja efetivo, entretanto, é necessário que os perfis de risco dos beneficiários de uma mesma carteira sejam semelhantes. 

A ideia é simples, minimizar o risco individual, pulverizando-o em um grupo. Para que o conceito funcione, entretanto, a seguradora ou operadora de plano de saúde precisa garantir que os perfis em uma mesma carteira sejam semelhantes entre si. 

Apenas para exemplificar, imagine um grupo com 2 mil motos, sendo mil do modelo A e mil do modelo B. Estatisticamente – e hipoteticamente – 5 motos precisam de reparo a cada ano, sendo 3 do modelo A, ao custo de R$ 15 mil cada, e 2 do modelo B, ao custo de R$ 10 mil cada. No total, o custo anual de reparo das motos será de R$ 65 mil. O que resultaria em um custo anual de R$ 32,50 para cada segurado. 

Contudo, este seguro não é interessante para os proprietários de moto tipo B, que teriam um custo de reparo anual de apenas R$ 20 mil sem as motos do tipo A na mesma carteira. O que resultaria em um custo per capita de apenas R$ 20. E sua saída seria negativa para os proprietários de moto do Tipo A, que teriam que arcar com um custo per capita de R$ 45. 

Como a lei que rege os planos de saúde estipula que as diferenças de mensalidade podem ser feitas apenas por idade, o mutualismo ocorre dentro de cada faixa etária. A ideia é que beneficiários em uma mesma faixa etária apresentem riscos semelhantes em relação à sua saúde e por isso pagam uma mensalidade igual. 

Claro, também existe um mecanismo conhecido como pacto intergeracional, já analisado aqui no Blog, que faz com que os beneficiários mais novos paguem um pouco a mais do que o custo médio de seu perfil para que os mais idosos possam pagar um pouco menos do que seu custo médio, tornando o benefício mais acessível para as últimas faixas etárias. 

Agosto 2019
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Se você acompanha o setor de saúde suplementar há algum tempo, certamente já ouviu alguém afirmando que precisamos mudar o modelo do sistema de saúde atual, de forma que ele deixe de ser centrado na doença e o atendimento assistencial seja estruturado com foco no paciente e na prevenção. Nós, certamente, já destacamos essa necessidade algumas vezes em nosso blog e estudos. 

Exatamente por isso, não poderíamos deixar de valorizar e destacar resultados como o do Programa de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos de Doenças (Promoprev), da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Quando começou, em 2009, a iniciativa contava apenas com 38 projetos de promoção da saúde. O número, contudo, tem avançado a olhos vistos. Apenas nos últimos cinco anos, de 2014 até 13 agosto de 2019, o total de ações inscritas no Promoprev cresceu 65,6%, avançando de 1,1 mil, em 2014, para os 1,9 mil atuais. 

No total, das 743 operadoras de planos médico-hospitalares ativas e com beneficiários, 53% ou 394, possuem iniciativas nesse sentido. Além disso, o número de beneficiários que participam dessas ações também tem avançado. Hoje, 2,3 milhões de pessoas fazem parte de programas cadastrados no Promoprev, 50% a mais do que há cinco anos. 

Para estimular a mudança de modelo de atenção assistencial no Brasil e a elaboração de programas de promoção da saúde e prevenção de riscos, a ANS oferece incentivos regulatórios às Operadoras de Plano de Saúde (OPS) que inscreverem iniciativas nesse sentido no Promoprev. Já para ajudar a atrair beneficiários, a agência também autoriza as OPS a ofertarem desconto na mensalidade do plano para participantes de programa para Promoção do Envelhecimento Ativo ao Longo do Curso da Vida. Além disso, para aqueles de gerenciamento de crônicos ou focados em uma população-alvo específica, também é possível conceder brindes, descontos em serviços e abono total de custos de coparticipação em procedimentos de saúde relacionados ao programa. 

Para saber quais operadoras têm programas inscritos no Promoprev, basta consultar o site da ANS

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Ah, se você tem um trabalho de pós-graduação sobre o tema, não perca tempo e inscreva-se agora no IX Prêmio IESS. As inscrições acabam em 15 dias!