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Promoção da saúde: perguntas e respostas

Julho 2020
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Sabemos da importância da alimentação e hábitos saudáveis para a saúde e o correto funcionamento do organismo, equilíbrio mental e espiritual. Sabemos, também, que atual cenário de pandemia pelo novo Coronavírus suscita uma série de preocupações, angústias e incertezas. 

É por isso que realizamos recentemente o webinar “Promoção da saúde e qualidade de vida – A importância de hábitos saudáveis” que reuniu importantes especialistas no tema com diferentes experiências. 

Claro que, como todo bom debate com visões amplas e embasadas, não conseguimos abordar todos os aspectos do tema – não que tínhamos essa ambição, já que há muito o que se falar. Cientes disso, reuníamos algumas perguntas enviadas pelo público e as respostas dos especialistas. 

Com mediação de José Cechin, nosso superintendente executivo, o encontro reuniu Alberto Gonzalez, médico autor dos livros “Lugar de Médico é na cozinha” e “Cirurgia Verde”; Almir Neto, presidente da Associação Brasileira para a Promoção da Alimentação Saudável e Sustentável (ABPASS); e Marcos Freire, médico do Centro de Referência em Práticas Integrativas de Saúde da Secretaria da Saúde do DF. 

Veja abaixo. Você também pode assistir ao webinar aqui ou no final desse post

Público – O que pode ser feito para diminuir os agrotóxicos no Brasil? 

Dr. Alberto Gonzalez – Fui ao meu próprio livro “Cirurgia Verde”. No capítulo “Terra” exponho detalhadamente todo o sistema de agricultura e agrotóxicos no Brasil e seu sistema de lobby, assim como todas as medidas que nós, como consumidores e população podemos tomar. 

Lendo este capítulo conclui-se entre tantas, duas coisas que respondem esta pergunta: 

1) Não há como reduzir o consumo de agrotóxicos dentro do atual sistema de gerenciamento, nas esferas federal, estadual e ambiente acadêmico. O uso de substâncias químicas na lavoura vai aumentar e capilarizar até entre pequenos produtores. 

2) A única forma de obter alimentos orgânicos e criar grande demanda por eles através de grupos organizados nas cidades e suas periferias, que por sua vez relacionem-se com outros grupos organizados entre os agricultores familiares e pequenas propriedades rurais, seja nas periferias seja em cinturões verdes já estabelecidos. 

Público – Como está a formação da nova geração de médicos sobre os temas de promoção de saúde e qualidade de vida? 

Marcos Freire – A proposta do Ministério da Saúde para a atenção primária à saúde do SUS é a Estratégia Saúde da Família na qual uma equipe composta por um médico de família e comunidade, um enfermeiro, também especializado em família e comunidade, técnicos em enfermagem e agentes comunitários de saúde ficam responsáveis pela população de um território com até 4 mil pessoas. 

Essa é a Medicina da Família e Comunidade, e os profissionais dentro dessa “nova” especialização estão sendo formados com uma visão bastante ampla e promissora para fazer a diferença na atenção à comunidade, não apenas do ponto de vista de tratar as principais doenças como também ter uma abordagem ampla na promoção da saúde e na coordenação do cuidado em toda a rede de assistência à saúde, bem como, nas reações de intersetorialidade com outras instituições públicas e comunitárias do território de atuação. 

Público – Considera que pós pandemia o tema Promoção de saúde e prevenção de DCNTs terá a devida atenção. Seja nas escolas, ambientes de trabalho, ou comunidades, com acesso, incentivo e empoderamento? 

Almir Neto – Tenho percebido que a pandemia serviu como um gatilho para acelerar tendências que estavam no horizonte. Ainda não vi uma maior ruptura com novas atitudes que surgiram após a pandemia. A tendência em dar mais importância para as doenças crônicas não transmissíveis já vinha acontecendo, mas o Coronavírus chamou a atenção para as repercussões desses problemas, principalmente quanto aos cardiovasculares e obesidade, e o quanto eles fragilizam o indivíduo. 

Vai ser, sem dúvida alguma, acelerada a atenção em prevenir doenças crônicas, um tema que vem sendo debatido no mundo todo há mais de uma década. A ênfase nesse tema em nosso país deve se acelerar ao patamar do que temos observado em outros países. 

 
Webinar IESS - Promoção da saúde e qualidade de vida: a importância de hábitos saudáveis 

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