Até agora, em 2021, foram US$ 122,4 milhões aportados em 27 deals, além de 7 fusões e aquisições em startups da área da saúde no Brasil. Os números foram contabilizados pelo Inside Healthtech Report, relatório mensal realizado pelo Distrito Dataminer que mapeou 782 healthtechs em 14 categorias.
A mais recente edição mostra que as startups com soluções de Gestão e PEP tiveram um boom na última década e têm potencial para crescer, comparando-se o mercado nacional ao estrangeiro.
Segundo o relatório, as healthtechs de gestão e PEP são antigas e existem desde antes de 2000, mas nos últimos dez anos proliferam soluções para o setor: 193 novas empresas surgiram desde 2011, sendo que até então apenas 45 haviam sido criadas desde 1986.
As mais antigas pivotaram ou se modernizaram, estando hoje em pleno crescimento. Hoje as healthtechs de Gestão e PEP representam a maior fatia do setor (31,2%), seguidas pelas dedicadas ao acesso à saúde (15%) e telemedicina (12,28%). No Brasil, o setor ainda tem muito espaço para crescer, considerando que um terço das equipes da rede pública de saúde do país não tem acesso a prontuários eletrônicos.
Melhorar a segurança do paciente e a qualidade da assistência prestada é ordem do dia para garantir o futuro dos sistemas de saúde e, ao mesmo tempo, definir estratégias para a redução dos custos, desperdícios e práticas abusivas em toda a cadeia.
Nesse sentido, a utilização do PEP auxilia na precisão e confiabilidade da aferição dos serviços clínicos e os fatores de risco que podem desencadear ou explicar o uso de testes e exames de baixo valor. Como mostramos aqui, a maior proteção de dados em âmbito nacional deve auxiliar na disseminação no país do Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), que já apresentamos os benefícios no TD “Prontuário Eletrônico do Paciente e os benefícios para o avanço da saúde”.
A ampliação do uso deve ser um passo primordial para garantir mais celeridade nas relações, otimizar o tempo dos profissionais e representar ganho de eficiência operacional e melhoria das diferentes formas de assistência ao paciente, com maior controle de agendamentos de consultas, estoques de medicamentos, disponibilidade de vagas, escalas médicas e outros.
Entre aqui para conferir a publicação Inside HealtTech na íntegra.
Em um mundo cada vez mais digital, o setor de saúde (tanto pública quanto privada) segue sendo analógico. A utilização cada vez mais frequente de Tecnologia da Informação (TI) nos mais diversos segmentos não é tendência, mas realidade. Na saúde, contudo, o emprego de TI ainda está engatinhando e a chamada eHealth é apenas especulação sobre o futuro.
Uma pesquisa feita pela CIOnet, a maior comunidade de executivos do setor de tecnologia da Europa, aponta que a eHealth deve se tornar realidade nos próximos 10 anos, atingindo 75% dos pacientes e profissionais de saúde ao redor do mundo.
A mudança seria bem-vinda. Hoje, mesmo o prontuário dos pacientes continua sendo arquivado em papel. E quando o registro é eletrônico, os dados não são compartilhados entre médicos e pacientes, muito menos entre instituições de saúde (como clinicas e hospitais). O que evitaria gastos adicionais com exames já realizados, por exemplo, e resultaria em ganhos de eficiência na gestão de processos, na contenção de desperdícios e, mais importante, na qualidade do atendimento ao paciente.
A adoção de um Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), importante passo para a incorporação de TI na saúde, já foi analisada pelo IESS. Segundo o TD “Prontuário Eletrônico do Paciente e os benefícios para o avanço da saúde”, a criação do Cartão Nacional de Saúde pelo Ministério da Saúde brasileiro é a iniciativa que mais se aproxima da implementação de um registro eletrônico nacional para usuários do Sistema Único de Saúde. Em São Paulo, o governo do Estado investiu R$ 56 milhões para que os pacientes pudessem ter acesso aos exames clínicos e laboratoriais via internet, um primeiro passo de uma longa jornada para a implementação plena de um sistema mais amplo. No Brasil, entre 5% e 9% dos hospitais já adotam o PEP desde 2010, mas o utilizam de forma isolada, sem comunicação entre os diversos elos da cadeia de saúde. A troca de informações entre estabelecimentos, no entanto, ainda é insuficiente para integrar o atendimento aos pacientes.
Nos EUA, por exemplo, a implementação do PEP a nível nacional tem sido considerada como política de governo desde 2011 e o investimento já chega a US$ 20 bilhões. O sistema norte-americano detém as seguintes informações: de consultas do paciente (dados da enfermidade e medicação receitada), informações para os medicamentos e gestão de resultado de exames. Como resultado, de 2001 a 2013, aumentou de 18% para 78% o total de médicos norte-americanos que utilizam algum tipo de PEP em seus consultórios.
O TD lista as vantagens e desvantagens da implementação do Prontuário: