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Dezembro 2025
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São Paulo, dezembro de 2025 — O adoecimento mental entre professores brasileiros não apenas cresceu ao longo da última década, como passou a ser dominado por quadros ansiosos, segundo um novo estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). A mudança no perfil das licenças e afastamentos é evidente: em segmentos da educação infantil (zero a seis anos), 100% dos afastamentos acidentários são causados por transtornos ansiosos — categoria que inclui ansiedade generalizada, ansiedade mista e sintomas ansiosos não especificados. Entre professores que atuam com adultos em processos de alfabetização e séries iniciais, 75% dos afastamentos também se devem à ansiedade, reforçando a concentração inédita desse tipo de transtorno na docência.

 

O trabalho integra a série Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035. Clique aqui e acesse a íntegra do estudo.

 

Ao analisar dados do INSS e do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, foi possível identificar que ansiedade, depressão e reações ao estresse figuram entre as principais razões para afastamentos ocupacionais e previdenciários entre professores. Quadros adaptativos e episódios depressivos também aparecem de forma significativa, especialmente na educação infantil e nos ciclos iniciais.

 

Embora baseada em dados previdenciários, a análise dialoga diretamente com o ecossistema da saúde ao revelar tendências estruturais que devem pressionar tanto o SUS quanto a saúde suplementar nos próximos anos. O avanço dos diagnósticos de saúde mental entre trabalhadores — sobretudo em profissões com alta carga emocional, como a docência — tende a ampliar a demanda por atendimento especializado e reforça a necessidade de políticas preventivas.

 

“O adoecimento mental dos professores afeta a qualidade do ensino, reduz produtividade, aumenta custos públicos e privados de saúde e educação e eleva a procura por serviços especializados”, afirma o superintendente executivo do IESS, José Cechin. “Monitorar essas tendências é fundamental para orientar ações de prevenção e gestão até 2035.”

 

O estudo também situa o Brasil dentro de um movimento global: burnout, ansiedade e depressão cresceram entre docentes de diversos países, intensificados após a pandemia de Covid-19. No contexto brasileiro, fatores como indisciplina, conflitos interpessoais, violência escolar, sobrecarga emocional e ausência de apoio multiprofissional tornam o ambiente escolar ainda mais desafiador.

 

A publicação diferencia, ainda, os desafios enfrentados por professores que atuam com adolescentes típicos e aqueles que lecionam para alunos com transtorno do espectro autista (TEA) ou Síndrome de Down. Este segundo grupo apresenta maior risco de esgotamento quando não há formação específica, suporte técnico ou equipes interdisciplinares.

 

Para os próximos anos, o estudo recomenda medidas como formação continuada em saúde mental, ambientes escolares mais acolhedores, equipes multiprofissionais e integração das políticas de saúde, educação e assistência social. Essas ações são consideradas essenciais para reduzir afastamentos e mitigar impactos sobre os sistemas de saúde.

 

Os resultados reforçam que o avanço dos transtornos ansiosos e depressivos na docência tende a aumentar a demanda por atenção em saúde mental, com efeitos diretos sobre a rede pública e a saúde suplementar. O IESS destaca que compreender essas tendências é essencial para que operadoras, gestores públicos e empresas se preparem para um cenário de maior utilização de serviços psicológicos e psiquiátricos, pressões adicionais sobre a capacidade assistencial e necessidade crescente de modelos preventivos.

 

Sobre o IESS

O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover e realizar estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade da saúde suplementar.

 

Mais informações

LetraCerta Inteligência em Comunicação

Jander Ramon

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Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035

Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035 - Saúde Mental dos Docentes

Dezembro 2025

O objetivo deste estudo é de contribuir para um sistema educacional e de saúde mais resiliente, capaz de garantir qualidade de vida aos profissionais e sustentabilidade às políticas públicas. O estudo integra a série “Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035”, que tem como propósito antecipar cenários, identificar gargalos estruturais e propor soluções inovadoras para a sustentabilidade da saúde no Brasil. Clique aqui e acesse a íntegra do estudo.

Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035

Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035 - Judicialização

Dezembro 2025

Este documento integra a série "Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035" e propõe-se a mapear o panorama atual da judicialização, identificar seus principais motivadores, analisar experiências bem-sucedidas de enfrentamento do problema e, principalmente, antecipar desafios e tendências para os próximos dez anos, e apresentar recomendações práticas para que o setor de saúde suplementar possa desenvolver mecanismos técnicos e institucionais capazes de reduzir a necessidade de intervenção judicial, garantindo acesso adequado aos serviços de saúde dentro de parâmetros sustentáveis. Clique aqui e acesse a íntegra do estudo.

Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035

Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035 - Medicina Personalizada e Genômica

Dezembro 2025

Este estudo integra a série "Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035", analisando como a medicina personalizada, genômica e desospitalização podem transformar o setor de saúde suplementar brasileiro em modelo de eficiência e precisão terapêutica, mantendo compromisso com equidade, sustentabilidade econômica e excelência nos resultados clínicos. Clique aqui e acesse a íntegra do estudo.

Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035

Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035 - Capacitação Profissional

Novembro 2025

A capacitação dos profissionais de saúde  emerge como peça-chave para a promoção de um cuidado qualificado, resolutivo e equitativo. Esse texto integra o Projeto Caminhos da Saúde Suplementar 2035, uma iniciativa do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) que visa antecipar tendências e propor soluções para os desafios emergentes do setor. Clique aqui e acesse a íntegra do estudo.

Outubro 2025
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O Brasil ocupa o primeiro lugar mundial em prevalência de ansiedade e a quinta posição em depressão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse cenário, somado ao aumento de 240% nos atendimentos por ansiedade no SUS entre 2018 e 2023, projeta um futuro preocupante: a prevalência dos transtornos relacionados à saúde mental tende a aumentar e os custos com cuidado podem crescer 60% até 2035. A conclusão é do estudo “Caminhos da Saúde Suplementar 2035 – Perspectivas 2035: Saúde Mental”, realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), em parceria com a Ecare, maior rede de clínicas em psiquiatria e psicologia e soluções em saúde mental da América Latina, e a Heads in Health, consultoria especializada em gestão de dados na saúde.

 

O trabalho integra a série especial “Caminhos da Saúde Suplementar – Perspectivas 2035”, que vem analisando os principais desafios e tendências para o setor no horizonte das próximas décadas. Clique aqui e acesse a íntegra do estudo.

 

O cenário preocupante e de tendência de agravamento estimulou os pesquisadores a proporem seis eixos estratégicos para a melhoria dos cuidados de saúde mental dentro do sistema de saúde brasileiro (público e privado):

  • Prevenção estrutural e políticas públicas;

  • Integração público-privada com financiamento baseado em valor;

  • Uso responsável de tecnologia;

  • Capacitação de profissionais em competências digitais e medicina de precisão;

  • Monitoramento e pesquisa com indicadores confiáveis; e

  • Redução do estigma e da garantia de direitos.

 

Ao analisar tendências emergentes da área e que já estão em curso, o trabalho chama atenção para alguns pontos capazes de redesenhar o futuro do cuidado em saúde mental. É o caso do uso de biomarcadores genéticos e digitais para diagnóstico precoce; adoção de novas terapias farmacológicas (como cetamina, psicodélicos e até terapia gênica); e uso de tecnologias digitais de suporte, como telepsiquiatria e aplicativos terapêuticos.

 

“O Brasil precisa decidir se seguirá em um caminho tendencial, com custos crescentes e insustentáveis, além de desigualdades crescentes, ou se adotará um modelo transformador, baseado em integração e inovação responsável”, afirma José Cechin, superintendente executivo do IESS.

 

Segundo o estudo, 10,27% da população adulta brasileira, cerca de 16,3 milhões de pessoas, apresenta sintomas depressivos. Há também uma correlação entre saúde mental e doenças físicas. Pacientes com transtornos psiquiátricos têm 54% mais risco de desenvolver doenças cardiovasculares, além de maior vulnerabilidade em condições como diabetes, câncer e obesidade. Em todas essas situações, a presença de comorbidades mentais compromete a adesão ao tratamento e os resultados clínicos.

 

Do ponto de vista econômico, os custos indiretos relacionados a absenteísmo e presenteísmo variam entre US$ 681 e US$ 10.965 por trabalhador/ano, frequentemente superando as despesas médicas diretas, segundo o estudo. Além disso, os custos com saúde mental crescem em ritmo mais acelerado do que a média das demais despesas médicas, o que amplia o risco de insustentabilidade para o sistema.

 

A situação identificada mostra um cenário desafiador: apenas 23% dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) contam com psiquiatras em tempo integral, sobrecarregando profissionais que chegam a atender até 1,2 mil pacientes ao ano. No setor privado, o desafio não é menor: 78% dos psiquiatras estão concentrados em capitais, ampliando os vazios assistenciais no interior dos Estados, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste.

 

Além disso, o estudo sugere atenção especial ao diagnóstico precoce de transtornos mentais em crianças e adolescentes, especialmente no ambiente escolar. A triagem em fases iniciais permite a identificação mais rápida, maior adesão a tratamentos e melhores resultados clínicos. Países como o Brasil, inclusive, onde há escassez de especialistas, a escola pode se tornar um ponto estratégico de intervenção em saúde pública, funcionando como porta de entrada para encaminhamentos e cuidados adequados.

 

“O cuidado em saúde mental precisa ser visto como estratégico e transversal, impactando diretamente resultados clínicos em todas as áreas da medicina”, afirma Eduardo Tancredi, médico psiquiatra e sócio-fundador da Ecare

 

Para Paulo Vaz, fundador da Heads in Health e sócio da Ecare, a saúde mental é determinante não apenas para o bem-estar individual. “Estamos falando de uma agenda que busca equilíbrio social e sustentabilidade econômica de empresas e dos próprios sistemas de saúde”, observa.

 

Sobre o IESS

O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover e realizar estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade da saúde suplementar.

 

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LetraCerta Inteligência em Comunicação

Jander Ramon

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Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035

Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035 - Saúde Mental

Outubro 2025

Este trabalho tem como objetivo principal contribuir para o debate qualificado sobre os desafios e oportunidades na promoção do bem-estar mental da população brasileira. Uma união de esforços entre IESS, Heads in Health (HINH) e Ecare Plus para elaborar um estudo que traça um panorama abrangente da saúde mental no Brasil, com conexões importantes com o cenário internacional. Clique aqui e acesse o conteúdo.

Setembro 2025
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São Paulo, setembro de 2025 – A expectativa de vida no Brasil deve alcançar 77,8 anos até 2030, segundo projeções do IBGE, mas os anos vividos com saúde não acompanham essa evolução, ampliando a lacuna entre longevidade e vida saudável (também conhecida como lacuna healthspan-lifespan) – diferença entre o tempo total de vida e o período vivido sem doenças incapacitantes. Essa disparidade crescente coloca em risco a sustentabilidade do sistema de saúde brasileiro. O alerta faz parte do novo estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), que mostra ainda que, no cenário global, essa lacuna já é de 9,6 anos e pode chegar a 16 anos até 2035.

 

Intitulado “Vivendo mais, mas com mais doenças: Análise da lacuna entre longevidade e vida saudável na saúde suplementar”, o trabalho integra a série Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035, um projeto desenvolvido pelo IESS e que conta com participação e contribuições de especialistas brasileiros do setor de saúde.

 

O levantamento revela que a obesidade, hoje responsável por quase 10% dos gastos da saúde suplementar, poderá atingir 46% dos beneficiários em 2030, consumindo mais da metade das despesas assistenciais. O custo médio por beneficiário, que era de R$ 2,2 mil em 2020, deve crescer para R$ 3,1 mil em 2030 – alta de 42% em uma década, muito acima do crescimento estimado do PIB per capita (7,7%). Por outro lado, intervenções preventivas poderiam gerar uma economia de até R$ 45 bilhões anuais até 2035.

 

Para o superintendente executivo do IESS, José Cechin, a economia da saúde suplementar dificilmente resistirá a uma prevalência crescente de obesidade sem que se mude o foco para prevenção e cuidado de longo prazo. “A conta simplesmente não fecha. Por isso, temos que adotar iniciativas imediatamente”, sugere.

 

O estudo indica que a sustentabilidade do setor depende de uma transformação estrutural baseada em quatro pilares: medicina preventiva, inovação tecnológica, cuidado baseado em valor e sustentabilidade sistêmica. Esses elementos incluem desde a incorporação de telessaúde e inteligência artificial até a reorganização dos ambientes urbanos e novas políticas regulatórias.

 

Cechin acrescenta: “O sistema precisa mudar de lógica, prevalecendo menos volume de procedimentos e mais resultados concretos para os pacientes”.

 

Entre 2008 e 2023, os beneficiários da saúde suplementar apresentaram tendências preocupantes: obesidade subiu de 12,5% para 21,9%; diabetes, de 5,8% para 9,8%; e hipertensão se manteve em 26,3%. Além disso, o excesso de peso já atinge 60,9% da população com plano de saúde. Apesar da queda do tabagismo (de 12,4% para 6,8%, no período), o sedentarismo permanece elevado e hábitos alimentares protetores, como o consumo de feijão, vêm diminuindo.

 

O estudo também chama atenção para as desigualdades: mulheres concentram 60% dos custos com obesidade e vivem mais anos com morbidade; diferenças regionais chegam a 6 anos de expectativa de vida saudável nas regiões Sul/Sudeste em relação a Norte/Nordeste – diferença também observada entre alguns bairros vizinhos de uma mesma cidade; e mulheres negras estão entre as mais vulneráveis a doenças crônicas e mortalidade materna.

 

Esses números revelam que o modelo vigente, centrado em episódios e medicina curativa, mostra-se inadequado para o perfil epidemiológico atual. O predomínio da remuneração por procedimento (fee-for-service) perpetua fragmentação e altos custos no manejo das doenças crônicas.

 

“Se o Brasil não fizer agora a transição para um modelo proativo e baseado em valor, prevenção e promoção de saúde, corremos o risco de repetir a trajetória de países onde a longevidade aumentou, mas a qualidade de vida não acompanhou – e o sistema passou a viver sob a ameaça de entrar em colapso financeiro”, pondera.

 

Sobre o IESS

O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover e realizar estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade da saúde suplementar.

Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035

Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035 - Longevidade

Setembro 2025

A lacuna entre longevidade e longevidade saudável representa um dos maiores desafios de saúde do século XXI, configurando-se como uma ameaça silenciosa aos sistemas de saúde globais. Este estudo integra a série "Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035", iniciativa do IESS que busca mapear tendências e propor soluções para a sustentabilidade do setor de saúde suplementar no Brasil até 2035. Clique aqui e acesse a íntegra do estudo.

Agosto 2025
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São Paulo, agosto de 2025 – O Brasil caminha para que, em 2035, um terço da população adulta viva com obesidade, cenário que traria impactos bilionários para os sistemas público e suplementar de saúde. Mas este não é um destino inevitável. De acordo com estudo inédito do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), a implementação de estratégias integradas – que combinam políticas públicas, reorganização do cuidado e incentivos econômicos – pode reduzir em até 25% a prevalência projetada e frear o crescimento dos custos assistenciais.

 

A pesquisa, intitulada “Obesidade no Horizonte 2035: Desafios Sistêmicos e Perspectivas para o Brasil”, apresenta uma abordagem multidimensional para o enfrentamento da obesidade, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como pandemia global. No Brasil, a prevalência saltou de 12,2% em 2006 para 22,5% em 2020. Entre os beneficiários da saúde suplementar, o avanço foi de 55,8% em 14 anos.

 

No enfrentamento desse desafio, o estudo cita casos internacionais de sucesso, como a taxação de bebidas açucaradas no México, que reduziu o consumo em 7,6% em dois anos; o modelo britânico de serviços escalonados de gestão de peso, que ampliou a retenção de pacientes; e os centros especializados em obesidade infantil da Dinamarca, articulados com a atenção primária.

 

Medidas-chave recomendadas pelo estudo:

 

  • Mudança nos modelos de remuneração em serviços prestados na saúde suplementar: migrar de pagamento por episódio (fee-for-service) para o cuidado baseado em valor, incentivando desfechos clínicos como redução de IMC e complicações.
  • Linhas de cuidado específicas para obesidade, com triagem sistemática, acesso a equipes multiprofissionais e protocolos clínicos padronizados.
  • Medidas fiscais e regulatórias, como maior taxação de alimentos calóricos e de baixo conteúdo nutritivo (entre eles muitos dos ultraprocessados e bebidas açucaradas), com reinvestimento em programas de educação nutricional e subsídios a alimentos saudáveis.
  • Sistemas robustos de vigilância epidemiológica, integrando dados do SUS e da saúde suplementar para monitoramento contínuo e tomada de decisão baseada em evidências.

 

Impacto econômico

Atualmente, a obesidade custa ao Brasil mais de R$ 70 bilhões por ano, considerando despesas médicas e perdas de produtividade. Sem mudanças, a projeção é de aumento de 60% nos custos até 2035. “O combate à obesidade é não apenas um imperativo de saúde pública, mas também uma estratégia econômica inteligente. Prevenir e tratar de forma integrada significa economizar recursos e melhorar a qualidade de vida e a longevidade de milhões de brasileiros”, afirma José Cechin, superintendente executivo do IESS.

 

O estudo integra a série Caminhos da Saúde Suplementar: Perspectivas 2035, que reúne a visão de especialistas em economia da saúde, gestão hospitalar, promoção da saúde e profissionais especializados em políticas públicas para indicar as tendências da saúde na próxima década e propor soluções sustentáveis capazes de enfrentar os desafios projetados. O documento completo, bem como os demais trabalhos da série, está disponível em: www.iess.org.br.

 

Sobre o IESS

O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma organização sem fins lucrativos que tem por objetivo promover e realizar estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade da saúde suplementar.

 

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