O valor médio de gastos assistenciais com obesidade por beneficiário em 12 meses – estimado em R$ 2,2 mil em 2020 – pode atingir R$ 3,1 mil em 2030. A quantia, que considera um cenário com ausência de políticas públicas ou privadas efetivas, representa um aumento de 42% em 10 anos, enquanto o PIB deve aumentar apenas 7,7% no período.
As informações fazem parte do estudo “Como o aumento da prevalência da obesidade entre beneficiários pode impactar a sustentabilidade da saúde suplementar”. O material foi apresentado no dia 22 de junho, durante o Seminário IESS: Obesidade no Brasil: Impactos sociais e econômicos - clique aqui para assistir o evento na íntegra.
A análise considera valores no período de 2001 a 2020, que foram corrigidos aos preços de dezembro de 2010, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para não perder graus de liberdade para as projeções, os pesquisadores transformaram as despesas anuais em trimestrais via interpolação.
As despesas assistenciais por beneficiário iniciam a série, em 2001, com R$ 965,30 (valor médio de gasto em 12 meses) e atingem R$ 2,2 mil em 2020, uma alta real de 128,44% no período. Também é importante ressaltar que, no Brasil, a taxa de obesidade de 2003 a 2019 saltou de 12,20% para 26,80%, um crescimento de 119,67% no período, ou um acréscimo equivalente a 5,04% ao ano.
Em outro cenário avaliado, consideram-se intervenções bem-sucedidas, visando a prevalência da obesidade à metade em 2030, para 13,4% em vez de 46%. Nessa situação, a taxa de prevalência da obesidade se reduziria a 3,7% ao ano nesse período. Neste caso, o valor total pago pelo beneficiário diminuiria para R$ 1,4 mil e a despesa para os tratamentos da condição passam a representar cerca de 4,70% do total.
Para acessar o estudo na íntegra, clique aqui.
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Estudos inéditos do IESS sobre o tema serão apresentados em seminário com a presença de especialistas, na próxima quarta-feira (22), na Abramge
Assim como a Covid-19, a obesidade também é considerada uma pandemia mundial, um problema de saúde pública, que está associado ao desenvolvimento de muitas outras doenças, como hipertensão, diabetes, problemas cardiovasculares e musculoesqueléticos, depressão e ansiedade. Também é responsável por mortes prematuras, reduzindo a expectativa de vida das pessoas afetadas.
Espera-se que, na ausência de políticas públicas ou privadas efetivas, a taxa de obesidade no País continue a crescer 5% ao ano (foi a taxa entre 2003 e 2019) e que a prevalência pode atingir a marca de 46% em 2030.
Dada a gravidade dessa tendência, o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) encomendou estudos específicos sobre o tema para mostrar seu impacto na evolução dos custos. Intitulado “Cenários para o futuro: como o aumento da prevalência da obesidade entre beneficiários pode impactar a sustentabilidade da saúde suplementar”, o estudo projeta um cenário base para 2030, tanto do crescimento do PIB per capita quanto das despesas com saúde dos beneficiários de planos de saúde.
Como cenário alternativo, consideram-se intervenções bem-sucedidas, visando a prevalência da obesidade à metade em 2030, para 13,4% em vez de 46%. Nessa situação, a taxa de prevalência da obesidade se reduziria a 3,7% ao ano nesse período.
“Sabemos que é muito difícil conseguir redução da prevalência da obesidade, ainda mais nesse ritmo. O propósito dos estudos foi o de mostrar os impactos dessa tendência de aumento da prevalência da obesidade, que levou o Fórum de Davos a equipará-la a uma pandemia mundial. Os impactos são expressivos: enquanto o PIB per capita cresce modestissimamente nesse período – será com alegria que reconheceremos o erro se crescermos, como deveríamos, a taxas mais altas os custos assistenciais per capita passam de R$ 2,2 mil em 2020 para R$ 3,1 mil, em 2030 (crescimento de 42%, em contraste com aumento de apenas 7,7% do PIB no período)”, comenta o superintendente executivo do IESS, José Cechin.
“Esses números podem e devem ser aperfeiçoados e deve ser objeto de intensos debates. Mesmo que contenham certa imprecisão, são suficientemente significativos para recomendar ação e políticas que visem a contenção e mesmo redução dessa escalada da obesidade”, continua Cechin.
O estudo adota como parâmetros que o percentual de custos atribuíveis à obesidade representa 9,3% dos gastos registrados com saúde na saúde suplementar, o que deriva do fato de o número de procedimentos de cirurgias bariátricas realizados na saúde suplementar é cerca de cinco vezes maior que os realizados pelo SUS.
Custos diretos com obesidade na saúde suplementar
Outro estudo encomendado pelo IESS, realizado pela Orizon, apresenta dados e informações de custos diretos e atribuíveis à obesidade grave e mórbida no sistema de saúde suplementar do Brasil. Mostra que o custo por beneficiário representa R$ R$ 33 mil por ano e que 22% dos sinistros, entre 2015 e 2021, (R$ 4,8 bilhões) estão relacionados a consequências diretas com a doença.
A base do estudo contempla dados de faturamento de nove milhões de beneficiários (cerca de 19% do total de vínculos da saúde suplementar). Das 80 mil pessoas estudadas com obesidade grave ou mórbida, observou-se que 60% dos gastos das operadoras são com o público feminino e 32% masculino. Constatou-se, ainda, que o diabetes tipo 2 é a doença que mais custa para o sistema entre as comorbidades que podem ser prevenidas com a obesidade.
Seminário IESS
Os dois estudos inéditos sobre obesidade com dados, informações e projeções sobre o impacto provocado pela doença no sistema de saúde do País serão apresentados na próxima quarta-feira (22/6), durante seminário com a presença de especialistas.
Seminário IESS “Obesidade no Brasil: Impactos sociais e econômicos e como vencer essa pandemia”
Evento híbrido e gratuito – vagas limitadas
Data – 22/06, das 9h às 12h
Local - Auditório da Abramge (Rua Treze de Maio, 1.540, Bela Vista, SP).
Inscrições pelo site (https://www.iess.org.br/eventos)
Sobre o IESS
O Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) é uma entidade sem fins lucrativos com o objetivo de promover e realizar estudos sobre saúde suplementar baseados em aspectos conceituais e técnicos que colaboram para a implementação de políticas e para a introdução de melhores práticas. O Instituto busca preparar o Brasil para enfrentar os desafios do financiamento à saúde, como também para aproveitar as imensas oportunidades e avanços no setor em benefício de todos que colaboram com a promoção da saúde e de todos os cidadãos. O IESS é uma referência nacional em estudos de saúde suplementar pela excelência técnica e independência, pela produção de estatísticas, propostas de políticas e a promoção de debates que levem à sustentabilidade da saúde suplementar.
Mais informações
LetraCerta Inteligência em Comunicação
Emerson Oliveira – [email protected]
(11) 98231-8002
Jander Ramon – [email protected]
(11) 3812-6956
Um estudo encomendado pelo IESS (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar) e realizado pela Orizon mostrou que o custo da obesidade grave e mórbida no sistema de saúde suplementar do Brasil representa, por beneficiário, R$ 2.750 por mês, o que somado ao ano resulta em R$ 33 mil
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A obesidade é considerada uma pandemia mundial, assim como a Covid-19. Está relacionada a diversos outros problemas de saúde associados ao desenvolvimento de muitas outras doenças, como hipertensão, diabetes, problemas cardiovasculares, depressão e ansiedade. Diante desse cenário, o IESS realizou, na quarta-feira (22), o seminário “Obesidade no Brasil: Impactos sociais e econômicos e como vencer essa pandemia”. Durante o evento híbrido, com a presença de especialistas, foi realizada a apresentação de dois estudos inéditos sobre o tema com foco na saúde suplementar.
Dada a gravidade dessa tendência, o IESS encomendou estudos específicos sobre o tema para mostrar diferentes visões sobre o impacto da obesidade e seus desdobramentos nas despesas de saúde e algumas formas de evitar um cenário catastrófico. Um deles, intitulado “Cenários para o futuro: como o aumento da prevalência da obesidade entre beneficiários pode impactar a sustentabilidade da saúde suplementar” projeta um cenário base para 2030, tanto do crescimento do PIB per capita quanto das despesas com saúde dos beneficiários de planos de saúde.
O estudo aponta que, na ausência de políticas públicas ou privadas efetivas, a taxa de obesidade no País continue a crescer 5% ao ano (mesma taxa entre 2003 e 2019) e que a prevalência pode atingir a marca de 46% em 2030. Também foi considerado o cenário com intervenções bem-sucedidas, visando a prevalência da obesidade à metade em 2030, para 13,4% em vez de 46%. Nessa situação, a taxa da obesidade se reduziria a 3,7% ao ano nesse período.
Um segundo estudo encomendado, realizado pela Orizon, intitulado “Custos diretos atribuíveis à obesidade no Sistema de Saúde Suplementar do Brasil” mostra que o custo por beneficiário representa R$ R$ 33 mil por ano e que 22% dos sinistros, entre 2015 e 2021, (R$ 4,8 bilhões) estão relacionados a consequências diretas com a doença.
A base do estudo contempla dados de faturamento de nove milhões de beneficiários (cerca de 19% do total de vínculos da saúde suplementar). Das 80 mil pessoas estudadas com obesidade grave ou mórbida, observou-se que o diabetes tipo 2 é a doença que mais custa para o sistema entre as comorbidades que podem ser prevenidas com a obesidade.
Para assistir ao seminário na íntegra, acesse o canal no Youtube do IESS aqui.
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