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Novembro 2019
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A cadeia produtiva da saúde responde por 9% do Produto Interno Bruto (PIB) e 11,6% da força de trabalho no Brasil. Ou seja, tem uma participação intensa na economia nacional. E acreditamos que a tendência para os próximos anos, até mesmo pela demanda crescente que será gerada com o envelhecimento da população, é de que essa participação aumente ainda mais. 

  

emprego1 

  

Em agosto de 2019, pela primeira vez, o total de empregos formais na cadeia produtiva da saúde ultrapassou a marca de 5 milhões. De acordo com o Relatório de Emprego da Cadeia Produtiva da Saúde, que acabamos de publicar, a quantidade de postos de trabalho no setor cresceu 3,4% entre agosto de 2019 e o mesmo mês do ano passado. Hoje, há 3,6 milhões de trabalhadores com carteira assinada no setor privado e mais 1,5 milhão de estatutários na saúde pública, totalizando 5,1 milhões de empregos. No mesmo período, o total de postos de trabalho na economia avançou 1,1% – descontando os empregos da saúde, o incremento foi de 0,8%. 

Olhando os dados por região, quase metade da força de trabalho se concentra no Sudeste do País. São 1,9 milhão de empregos CLT e mais 515,5 mil estatutários, totalizando 2,4 milhões de postos de trabalho. O que equivale a 46,8% do total no setor ou 5,4% da força de trabalho no País. A região Nordeste tem o segundo maior número de vínculos empregatícios, 1 milhão (563,7 mil CLT e 453,8 mil estatutários). Já o Sul se destaca por apresentar o menor número proporcional de servidores estatutários, sendo 19,2% em relação ao total de empregos na Saúde da região que conta com 651,9 mil trabalhadores com carteira assinada e 155,2 mil estatutários. 

  

Postos de trabalho na cadeia produtiva da saúde, por tipo de contratação 

  

gráfico 1 

  

O saldo de contratados na cadeia produtiva da saúde nos 12 meses encerrados em agosto deste ano foi de 166,6 mil novos postos de trabalho. O que representa 36,3% dos 458,9 mil novos empregos gerados no País neste período. O saldo foi positivo tanto para “CLTistas” quanto estatutários em todo o País, exceto no Norte e no Sul, que fecharam 2,2 mil vagas estatutárias cada. 

  

Saldo de emprego na cadeia produtiva da saúde, por tipo de contratação 

  

gráfico 2 

 

Novembro 2019
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Do mesmo modo que o câncer de mama é o que mais afeta as mulheres após o câncer de pele não melanoma, o tumor na próstata é mais frequente entre os homens. O que justifica a força que vem ganhando a campanha Novembro Azul – inspirada no Outubro Rosa, que comentamos aqui

De acordo com dados do Mapa Assistencial, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o total de internações relacionadas e essa ocorrência cresceu 28,6% entre 2016 e 2018. Foram 11,4 mil internações em 2016 e 14,7 mil no ano passado. Além disso, também tem avançado o número de consultas com proctologistas, o especialista que normalmente é procurado quando alguma anomalia na região é encontrada. No mesmo período, o total de consultas com esses profissionais subiu de 878,4 mil para 937,9 mil. Alta de 6,8%. Isso apenas na saúde suplementar.  

De acordo com a pesquisa IESS/Ibope, como comentamos aqui, o exame de próstata é proporcionalmente mais procurado por beneficiários de planos de saúde. Enquanto 31% dos beneficiários com mais de 50 anos realizaram o exame no último ano, apenas 19% dos não beneficiários fizeram o mesmo. Vale destacar que, segundo estimativas do Ministério da Saúde, espera-se detectar pouco mais de 68 mil casos da doença este ano.  

O exame é recomendado uma vez por ano para homens com 50 anos ou mais e que não têm nenhum fator de risco, como parentes de primeiro grau que já tiveram a doença. Nesse caso, o exame é recomendado a partir dos 45 anos. Além disso, como o risco de desenvolver a doença aumenta com a idade, o médico pode julgar necessário reduzir o período entre exames.  

Apesar de ser possível detectar alterações na próstata por meio de exames de sangue para medir o PSA, o exame de toque continua sendo o mais confiável e o diagnóstico só é confirmado após a biópsia. 

O Ministério da Saúde destaca, ainda, que a doença costuma ser silenciosa, mas há alguns sinais aos quais os homens devem ficar atentos: 

• Dificuldade de urinar 

• Demora em começar e terminar de urinar 

• Sangue na urina 

• Diminuição do jato de urina 

• Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite 

O ideal é procurar um médico para uma avaliação completa caso se perceba qualquer um desses sintomas. 

Outubro 2019
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O Facebook acabou de lançar uma nova ferramenta que promete ajudar as pessoas a cuidar da própria saúde. Por enquanto, a função está disponível apenas em inglês e para os Estados Unidos, mas a expansão para outros idiomas e países não deve demorar (a tradução para espanhol já está sendo feita). 

A ferramenta, desenvolvida em conjunto com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, o American College of Cardiology, a American Cancer Society e a American Heart Association, irá sugerir uma série de exames e consultas com base na idade e sexo dos usuários e, a partir daí, possibilitar o registro de check-ups e outros exames, consultas e atividades para aprimorar as sugestões dadas a cada indivíduo.  

A iniciativa se junta à lista de novas tecnologias aplicadas à saúde, como as que comentamos aqui, e apesar de ter um risco reduzido de estimular o autodiagnóstico – um problema que também já analisamos no Blog –, já que sugere consultas e exames com profissionais, vem acompanhada de questões importantes sobre a privacidade dos dados. Especialmente frente à nova Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) – saiba mais sobre os desdobramentos da mudança no setor de saúde – que deve entrar em vigor em 2020 aqui no Brasil e tem versões similares nos Estados Unidos, Europa e outros países. 

O Facebook promete não compartilhar os dados imputados na ferramenta com outros usuários ou terceiros e, mesmo dentro da empresa, a equipe que teria acesso às informações seria restrita - o que não significa que os usuários do novo recurso não receberam propagandas segmentadas com base nos dados coletados. 

Há perspectivas positivas, especialmente por ser mais uma iniciativa a dar subsídios para as pessoas se envolverem mais nos cuidados com a própria saúde, mas também dúvidas sobre a efetividade da ferramenta. Ainda é cedo para julgar a iniciativa. Mas, certamente, vamos acompanhar seus desdobramentos com interesse e comentar as futuras novidades aqui. Continue nos acompanhando. 

 

Outubro 2019
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Este mês, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apresentou a terceira fase do projeto Parto Adequado, realizado em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein e o Institute for Healthcare Improvement (IHI) – relembre a fase anterior aqui

A iniciativa, que busca melhorar a qualidade assistencial durante a gestação, o parto e o período neonatal, evitou 20 mil cesarianas desnecessárias desde 2015. De acordo com dados preliminares apresentados por representante do Hospital Israelita Albert Einstein, o total de partos naturais nas maternidades que integraram a segunda fase do projeto, de janeiro de 2017 até maio de 2019, avançou de 32,7% para 36,7%. 

Agora, na nova fase, o projeto pretende evoluir para um programa nacional de larga escala, destacando os benefícios do parto natural, que no País ocorre em proporção menor do que a recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 85%. Como já apontamos aqui, apenas 45% dos partos no Brasil ocorrem desta forma. Vale lembrar, o risco de morte materna pós-parto é três vezes maior em cesarianas do que em outras modalidades de parto, como também já destacamos no blog

A ANS antecipou que a nova fase prevê a criação de um selo de qualidade para hospitais e Operadoras que tenham resultados de destaque na mudança desse cenário. Além disso, também será marcada por uma maior transferência de conhecimento e implementação de uma plataforma única para interação entre as unidades de saúde participantes do projeto (atualmente, são 113 hospitais e 62 Operadoras de planos de saúde). 

Acreditamos que iniciativas que incentivem a divulgação de conhecimento e a melhoria da qualidade assistencial com foco no paciente sempre merecem reconhecimento e destaque. Além disso, defendemos que a decisão sobre o tipo de procedimento adotado no parto deve ser avaliado caso a caso pela mãe e a equipe médica de sua confiança. Para que a melhor decisão seja tomada, claro, é fundamental que todos os envolvidos tenham acesso às informações sobre os riscos e vantagens de cada procedimento. 

Outubro 2019
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Muito tem sido comentado sobre possíveis mudanças no mercado de saúde suplementar, desde a flexibilização do reajuste para os planos médico-hospitalares individuais e familiares – hoje, com teto determinado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) –, passando pela possibilidade de reajuste por faixas etárias acima de 60 anos e até regras mais precisas para a inclusão de novos procedimentos no rol de coberturas obrigatórias. 

De tudo o que tem sido comentado, um assunto específico nos parece o mais importante – apesar, claro, de haver diversas questões relevantes sendo perpassadas nesse entrevero sobre o futuro do setor. A possibilidade de criação de planos de saúde médico-hospitalares segmentados pela cobertura ou não de determinados procedimentos. 

Sim, a proposta vai contra a cobertura obrigatória exigida pela ANS. Mas isso é negativo? A nosso ver, não. 

No mundo todo, os casos de saúde que mais preocupam (os gestores do setor, as empresas que contratam o benefício para seus funcionários e, especialmente, as famílias) são aqueles conhecidos como eventos catastróficos em saúde. Questões como o tratamento de câncer, politraumatismos causado por acidentes, nascimentos prematuros com má formação do feto etc. Casos em que o desembolso para o tratamento médico é, certamente, muito elevado para a maior parte das pessoas e famílias (tecnicamente, um evento é classificado nessa categoria quando corresponde a mais de 10% da renda anual de um indivíduo). Portanto, quase impraticáveis sem a cobertura de um plano de saúde. 

Obvio que esse tipo de evento varia de acordo com diversos fatores. Entre os idosos, por exemplo, a diabete Mellitus e as doenças cardiovasculares causam mais gastos catastróficos do que o câncer, como já apontamos aqui. Uma realidade que precisa ser considerada frente à mudança demográfica pela qual o País está passando. 

Mas pensando no comportamento do brasileiro e as novas tendências, permitir que sejam criados e comercializados planos com coberturas específicas para certos procedimentos fazem ainda mais sentido. 

Um jovem de 20 anos a 30 anos, que pratique exercícios e tenha uma alimentação saudável está menos sujeito a precisar de planos que cubram serviços como internação e diversas terapias. Mas pode se interessar por um plano bem mais barato que lhe permita realizar consultas periódicas e exames com caráter preventivo. 

Ou, alternativamente, pode acreditar que esses exames, talvez realizados anualmente, não representam um gasto expressivo que justifique a contratação de um plano. Mas, por outro lado, deseja estar coberto para a eventualidade de um câncer, a descoberta de uma doença rara ou a necessidade de uma cirurgia em caso de um acidente. 

Permitir planos mais diversificados, com foco em coberturas específicas, portanto, não é retirar direitos da população. Ninguém está sugerindo que os planos de referência e a cobertura completa sejam extintos. Somente que o consumidor possa escolher exatamente aquilo que quer contratar.

Outubro 2019
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Em agosto de 2019, a contratação do tipo coletivo empresarial era responsável por 73,2% dos beneficiários de planos exclusivamente odontológicos do País. Segundo dados da nova edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), essa faixa representa 18,4 milhões de vínculos para o setor. 

Como adiantamos anteriormente, este ano o número de beneficiários de planos odontológicos alcançou o melhor resultado desde o início da série histórica, passando de 25 milhões de pessoas (12% da população brasileira). O setor começou a ser mensurado em 2000 e vem apresentando crescimento contínuo todos os anos. 

Além da alta expressiva no tipo de plano coletivo empresarial, as demais categorias também mostraram resultados positivos. Os planos individuais ou familiares somaram 4,4 milhões de beneficiários e os coletivos por adesão, 2,3 milhões. 

Entre agosto de 2018 e o mesmo mês de 2019, o setor de planos exclusivamente odontológicos teve crescimento de 5,7% como um todo, com 1,4 milhão de novos contratos registrados.  

Um dos fatores para esse resultado foi a leve recuperação da economia. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em agosto a produção industrial nacional registrou alta de 0,8%, em comparação com o mês anterior. A retomada impacta o mercado de trabalho, levando à criação de vagas e à consequente contratação de planos odontológicos e de saúde. 

Como já dissemos, além de mais acessíveis que os médico-hospitalares, os planos exclusivamente odontológicos têm sido, cada vez mais, ofertados pelos contratantes como forma de atrair e reter talentos. Além disso, ofertá-los é uma forma que as empresas encontraram para reduzir o absenteísmo e melhorar a produtividade dos seus colaboradores, tornando-se assim, benefício tanto para os funcionários, quanto para as companhias. 

Claro que a expansão é de grande importância para aquecimento do setor e o sorriso de mais brasileiros, mas ainda há muito espaço para evoluir. Confira a Análise Especial da NAB

Outubro 2019
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Você sabe quais são os assuntos que mais tratamos aqui no Portal do IESS? Total de beneficiários de planos de saúde, talvez? Ou a variação dos custos médico-hospitalares aferida pelo índice VCMH? Envelhecimento também poderia ser um bom palpite considerando nossas últimas postagens, mas a resposta correta não é nenhuma dessas. 

Com o objetivo de ter uma noção mais precisa dos conteúdos que temos gerado, realizamos um levantamento dos assuntos abordados aqui no Portal em blogs, vídeos, estudos, apresentações e releases para a imprensa, levando em consideração a divisão empregada em nossa Área Temática. O resultado nos surpreendeu. 

Primeiro, porque não há uma homogeneidade. Enquanto alguns assuntos aparecem com mais frequência no Blog, como o Perfil de uso dos serviços de saúde, outros são mais comumente objetos de nossos estudos, como os Aspectos tributários de planos de saúde, ou vídeos, como as Falhas de mercado na cadeia produtiva da saúde suplementar

total de beneficiários de planos médico-hospitalares ou exclusivamente odontológicos, que abordamos todos os meses na NAB e aqui no Blog, estão entre os assuntos que mais abordamos, respectivamente na 4° e 3° posições. Sim, falamos mais de planos odontológicos do que de médico-hospitalares.  

Variação do Custo Médico-Hospitalar (VCMH), um dos assuntos mais importantes para o setor e pelo qual somos constantemente procurados por empresas, pesquisadores e imprensa, por outro lado, é apenas o 12° na lista, analisado em somente 60 dos nossos cerca de 850 posts de blog.  

Qual, afinal, é o assunto que mais abordamos? Qualidade assistencial e segurança do paciente. No total, o tema foi abordado em 359 textos do blog, 23 apresentações em eventos, 82 materiais distribuídos à imprensa, 20 de nossos estudos e 38 vídeos. O resultado é condizente com aquilo que pregamos. Precisamos trazer o paciente para o foco da atenção assistencial. 

Confira, no gráfico abaixo, a quantidade de menções por tipo de conteúdo. Ah, cada publicação pode tratar de mais de um assunto. Por exemplo, quando analisamos o impacto do envelhecimento, da judicialização ou da incorporação de novas tecnologias na VCMH.  

 IESS_21-10-2019_PRINCIPAIS-ASSUNTOS-DO-IESS 

 

 
 

Outubro 2019
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O mercado de planos exclusivamente odontológicos segue como destaque positivo na saúde suplementar brasileira. A nova edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), aponta que, entre agosto deste ano e o mesmo mês do ano passado, houve crescimento de 5,7% no total de beneficiários exclusivamente odontológicos, correspondendo a 1,3 milhão de novos contratos.  

Com isso, o segmento ultrapassou a marca de 25 milhões de vínculos, o maior número já registrado, o que representa 12% da população nacional. O total de vidas nessa modalidade tem crescido de forma contínua desde o momento que passaram a ser mensurados.  

Considerando toda a série histórica, que se inicia em 2000, foram adicionados 22,5 milhões de vínculos neste período, equivalente à população do Estado de Minas Gerais, por exemplo.  

Conforme já mostramos na pesquisa IESS/Ibope, o crescimento do setor está sendo impulsionado pela satisfação dos beneficiários e pela propaganda boca a boca, já que 91% dos entrevistados têm intenção de continuar com o plano que possuem e 93% o recomendariam para amigos e parentes.  

Vale lembrar que o segmento tem se beneficiado de custos mais acessíveis em relação aos planos médico-hospitalares. Claro que a marca de mais de 25 milhões de vidas representa um avanço, mas o mercado ainda está longe de alcançar seu potencial. Isso porque a taxa de cobertura dessa modalidade de planos de saúde está em 11,9%. 

O bom desempenho no período é justificado pelo aumento no número de beneficiários em todas as regiões do País. Se em porcentual a região Norte impressiona, com variação de 12,8%, com mais de 131 mil novos vínculos, em números absolutos o destaque fica para a região Sudeste. O expressivo resultado de mais de 838 mil novos beneficiários na região foi puxado pelo bom desempenho do Estado de São Paulo, com cerca de 550 mil novas vidas.  

A análise completa será apresentada na 39º edição da NAB. Continue acompanhando aqui nos próximos dias. 

Outubro 2019
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De acordo com a pesquisa IESS/Ibope, pouco mais de um quarto (26%) dos brasileiros sem planos de saúde faz uso de serviços médicos por acompanhamento, rotina ou prevenção.  Além disso, quase metade (49%) só procuram ajuda médica quando é necessário ou extremamente necessário.  

Por outro lado, entre os beneficiários de planos, a situação é inversa. Sendo que o principal motivo para usar os serviços de saúde, apontado por 43% dos entrevistados, é por rotina e prevenção. A nosso ver, a diferença de comportamento acaba por influenciar diretamente a qualidade de vida da população, como pode ser percebido nos números detectados pelo levantamento.  

A proporção de beneficiários e não beneficiários que procuram atendimento médico em caso de necessidade é praticamente a mesma. Entre os que possuem plano de saúde, 24% apontam esse uso na pesquisa e, entre a população geral, 25%. Entretanto, quando olhamos para o uso de serviços médicos por conta de extrema necessidade ou emergência, a diferença é nítida. Enquanto 24% dos não beneficiários procuram assistência médica por esse motivo, apenas 14% daqueles que têm planos médico-hospitalares fazem o mesmo. Ou seja, com o aumento do cuidado preventivo, temos uma redução dos casos de emergência. 

O que é positivo para o beneficiário, que está ganhando em qualidade de vida, mas também para o sistema como um todo, que pode aplicar seus recursos de forma mais efetiva em promoção de saúde ao invés de ter que focar no tratamento de condições mais severas. 

Outra diferença detectada na pesquisa é a utilização de serviços médicos por necessidade de cuidados constantes, como no tratamento de doenças crônicas. Enquanto 13% da população geral afirma precisar desse tipo de cuidado, entre os beneficiários o número sobe para 18%.  

Acreditamos que há dois importantes aspectos que precisam ser considerados neste cenário. Primeiro, que a idade média daqueles que têm vínculo com plano de saúde tende a ser ligeiramente superior à dos não beneficiários, inclusive por conta dos cuidados preventivos tomados ao longo da vida. Como é esperado que doenças crônicas e outras patologias que demandam atenção continuada se manifestem com mais frequência em idades avançadas, esse pode ser considerado um resultado natural. O outro aspecto é que muitos brasileiros passam a contar com um plano de saúde justamente por se sentirem mais seguros para receber esse tipo de tratamento contínuo. 

A pesquisa do Ibope indica que 48% dos beneficiários afirmam que a principal razão para ter o plano é a segurança e o respaldo com relação à própria saúde e que 14% dos não beneficiários desejam ter o plano justamente por necessitarem de acompanhamento médico constante. 

Quer saber mais sobre o uso de serviços de saúde no Brasil? Continue acompanhando nosso Blog. 

Outubro 2019
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A incorporação de novas tecnologias é um dos temas mais sensíveis para a saúde, sendo um dos principais impulsionadores dos custos do setor no mundo. Por isso, é um dos assuntos que mais buscamos analisar aqui no Blog e no portal IESS como um todo. O tema já foi abordado 158 posts do blog (159, contando com este), 29 vídeos, 25 estudos, e 21 apresentações em eventos. Todo esse material pode ser acessado facilmente em nossa Área Temática

Claro, como já falamos aqui, a inovação tecnológica é boa e desejada, mas precisamos ponderar bem em que casos ela deve ser empregada e, principalmente, que não há como prover tudo o tempo todo para todos. Para garantir equilíbrio, a Avaliação de Tecnologia em Saúde (ATS), em moldes semelhantes ao que o Conitec faz para o Sistema Único de Saúde (SUS), é fundamental. 

Ou seja, acreditamos que antes de uma nova tecnologia ser incorporada na saúde suplementar é necessário um extenso processo avaliatório com critérios bem claros para indicar em que casos a nova tecnologia é ou não eficiente, bem como sua relevância frente ao uso de outros dispositivos. 

Apenas para ter um exemplo prático e claro: a tomografia computadorizada é um exame reconhecidamente efetivo para diversos casos, especialmente para a detecção de câncer, mas há outros que um simples raio x pode resolver. Quando uma criança bate a cabeça e é levada ao hospital, por exemplo, é mais prático e seguro para a própria criança tirar uma radiografia e colocá-la em observação do que tentar manter a criança imóvel para passar por um tomógrafo que emite uma quantidade maior de radiação. Realizar os dois exames, então, nos parece completamente descabido. 

Claro que há outras questões que podem contribuir para o uso mais eficiente dos recursos de saúde e para que a incorporação de novas tecnologias não tenha um impacto tão elevado nos custos do setor, como a mudança do modelo de remuneração dos prestadores de serviços de saúde, comentada aqui, o emprego de recursos como franquia e coparticipação para trazer o beneficiário mais para perto do processo decisório, como analisamos aqui, e mesmo uma mudança de consciência dos próprios beneficiários, como destacamos recentemente

Entendemos, contudo, que nada disso deve ser empecilho para o setor procurar adotar ações mais claras e avançar na Avaliação de Tecnologias em Saúde. 

Você tem um trabalho sobre esse assunto? Que tal exibir sua ideia para pesquisadores e gestores do setor durante a cerimônia de entrega do IX Prêmio IESS? Confira o regulamento e inscreva seu pôster. Você tem até 15 de outubro!