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Novembro 2020
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Recentemente falamos aqui sobre o desempenho do emprego em saúde no Brasil. Em três meses, o total de pessoas empregadas na saúde brasileira cresceu 2,2%. Mostramos que no mesmo intervalo de tempo, entre maio e agosto, o emprego total no país aumentou 1,0%. Excluindo os postos gerados na cadeia de saúde, esse crescimento foi de 0,8%. Se na primeira publicação falamos um pouco mais sobre o setor privado, importante, agora, apontar os dados do setor público.

Nos entes da Federação, o maior crescimento do número de vagas na saúde pública entre maio e agosto foi registrado nos estados, com avanço de 3,4%. Nos municípios contidos do levantamento do IESS, o crescimento foi de 2,1%. Na esfera federal, o emprego público em saúde teve queda de 1,3% no período.

O emprego público na saúde aqui contabilizado diz respeito a funcionários ativos nas três esferas da administração pública (estatutários, CLT, comissionados, temporários). Embora a região mais populosa seja a região Sudeste, a Nordeste se destaca por possuir o maior número de funcionários estaduais com um total de 130,1 mil.

Mesmo com a lenta e gradual retomada do mercado de trabalho formal brasileiro, o avanço da cadeia de saúde repercute na economia como um todo. A criação de novas vagas influencia a renda das famílias, sua capacidade de consumo, de acessar crédito e mesmo a confiança da população.

Em agosto, o saldo de emprego da cadeia de saúde foi de aproximadamente 29 mil novos postos públicos e privados, ou seja, 12% das 249,4 mil vagas criadas na economia como um todo no mesmo mês. O setor público registrou saldo positivo de 10,4 mil empregos e o privado, de 19,0 mil.

Não existe no Brasil uma base de dados que disponibiliza o total de pessoas empregadas no serviço público municipal na área de saúde. Por isso, o IESS está levantando informações do emprego na saúde nos sites de cada prefeitura. Até o momento o Instituto conseguiu dados de 292 municípios, cuja população representa 55,8% da população nacional.

Acesse a íntegra do “Relatório de Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde”

Novembro 2020
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O total de pessoas empregadas na saúde brasileira cresceu 2,2% em três meses. É o que aponta o “Relatório de Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde”, que acabamos de publicar. Com isso, o segmento atinge a marca de 4,3 milhões de pessoas empregadas, considerando setor público e privado com empregos diretos e indiretos.

Os números ressaltam o impacto positivo que a cadeia da saúde tem sobre o mercado de trabalho brasileiro. No mesmo intervalo de tempo, entre maio e agosto, o emprego total no país aumentou 1,0%. Excluindo os postos gerados na cadeia de saúde, esse crescimento foi de 0,8%.

O setor responde por cerca de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) e representa 8,7% da força de trabalho no Brasil. Ou seja, uma participação intensa no mercado nacional. A pandemia do novo Coronavírus reforçou essa importância e a tendência deve se manter nos próximos anos, até mesmo pela demanda crescente que será gerada com o envelhecimento da população.

Do total de 4,3 milhões de empregados na cadeia da saúde em agosto desse ano, 3,3 milhões estavam no setor privado com carteira assinada, o que representa 76,5%, e 1,0 milhão, ou 23,5%, eram empregos do setor público, considerando todas suas modalidades (estatutários, CLT, cargos comissionados, entre outros).

No acumulado do ano, a saúde privada teve saldo positivo de 75,6 mil, o que demonstra o bom dinamismo mesmo com a crise econômica e sanitária desse período de pandemia, já que a economia como um todo registrou saldo negativo em aproximadamente 850 mil vagas formais entre janeiro e agosto. O resultado do setor privado foi puxado pelo bom desempenho do subsetor de Fornecedores, com saldo de 75,7 mil vagas, enquanto os Prestadores avançaram em 2 mil e as Operadoras registraram queda 2 mil vagas.

Traremos mais dados do setor nos próximos dias. Você pode acessar aqui a íntegra do “Relatório de Emprego na Cadeia Produtiva da Saúde”. 

Novembro 2020
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O setor de planos de saúde médico-hospitalares registrou aumento das despesas na assistência à saúde, mesmo com redução do número total de beneficiários. É o que mostra a “Análise Especial do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar no Brasil entre 2014 e 2019” que acabamos de publicar. No intervalo analisado, as despesas passaram de R$ 105 bilhões para R$ 179 bilhões, crescimento de 70,8%.

Nesse período, observou-se um aumento de 37,7% do gasto per capita. Com isso, as despesas com terapias e outros atendimentos ambulatoriais mais que dobraram, registrando aumento de 150,0% e 107,4%, respectivamente. No mesmo intervalo de tempo, o número de brasileiros com planos de saúde foi de 50,1 milhões para 47,0 milhões, redução de 6,1%.

As terapias e outros atendimentos ambulatoriais, foram seguidos pelas internações, que tiveram avanço de 70,1%, consultas em pronto-socorro, com alta de 61,8%, e dos exames complementares, que subiram em 59,6%.

Apesar das internações serem uma parcela pequena da quantidade de procedimentos assistenciais, com menos de 1%, elas ainda representam a maior quantia em termos financeiros. Em 2019, essas despesas chegaram aos R$ 80,4 bilhões, o que representa 44,8% do total, uma alta de 70,1% no período analisado. O que reforça a necessidade de o sistema de saúde privado estar atento ao processo de envelhecimento populacional, que irá demandar um maior número de consultas, exames e internações.

Com o objetivo de contribuir ainda mais com a disseminação de dados da assistência à saúde no Brasil, a “Análise Especial do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar no Brasil entre 2014 e 2019” foi elaborado com base nos números do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar, publicação anual da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O relatório ainda traz números de exames, consultas, terapias e internações no período assinalado, além de comparar com dados de outros países para avançar nas discussões sobre ações de prevenção de doenças e promoção da saúde, políticas e práticas do setor. 

Acesse na íntegra 

Agosto 2020
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Diversos fatores e hábitos impactam diretamente na saúde da população e preocupam órgãos responsáveis, tomadores de decisões e os variados participantes dos setores de saúde em todo o mundo. Isso tem ficado cada vez mais claro em função do momento que vivemos de pandemia pelo novo Coronavírus.

Como falamos aqui, o atual cenário serviu como um gatilho para acelerar tendências que estavam no horizonte, como de dar mais atenção para as doenças crônicas não transmissíveis. Envelhecimento populacional, aumento da incidência e prevalência de doenças crônicas, hábitos de vida e alimentação e outros temas estão na pauta dos interesses e preocupações.

Conhecer e entender a população nacional é mais que fundamental para agora e o futuro. É com bons olhos, portanto, que vemos a publicação da pesquisa Vigitel da Saúde Suplementar 2018 - Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, divulgada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na última semana, que apresenta os diferentes hábitos dos beneficiários de planos de saúde. Entre eles, informações sobre consumo de alimentos e bebidas alcoólicas, prática de atividades físicas, obesidade e excesso de peso, exames e diagnósticos médicos, entre outros.

O objetivo da pesquisa é monitorar a frequência e a distribuição dos principais determinantes das DCNT entre a população do país. Para tanto, utilizou uma amostra de adultos com plano de saúde extraída do Vigitel Brasil. Participaram da pesquisa 52 mil brasileiros, dos quais, 28.611 beneficiários de planos de saúde que responderam as entrevistas telefônicas.

A pesquisa traz um grande panorama dos hábitos dos brasileiros beneficiários de planos de saúde e pretendemos abordar em futuras publicações. Considerando o conjunto da população coberta, o Vigitel mostra que houve significativa variação entre indicadores relacionados ao tabagismo, excesso de peso e obesidade, consumo alimentar, atividade física e diagnóstico médico de diabetes

O consumo de tabaco, por exemplo, apresentou redução no período entre 2008 e 2018. A frequência de fumantes diminuiu em média 0,54 pontos percentuais (p.p.) ao ano. A frequência de fumantes passivos no domicílio e no local de trabalho (disponíveis na amostra a partir de 2009) diminuiu em média 0,50 e 0,46 p.p. ao ano, respectivamente.

Os indicadores de obesidade, no entanto, têm aumentado nas capitais brasileiras. A frequência de adultos com excesso de peso aumentou em média 0,85 p.p. ao ano e a de obesos, em 0,58 p.p. ao ano no período entre 2008 e 2018.

Continuaremos trazendo mais estatísticas do estudo para auxiliar na construção de conhecimento para o setor. Os dados podem ser acessados por meio do portal da Agência. Veja aqui.

Maio 2019
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Na última semana, aqui, comentamos o relatório da Willis Towers Watson que projeta o crescimento 15,3% no custos médico-hospitalares em 2019 no Brasil. Agora, foi a vez da Aon Hewitt lançar o 2019 Global Medical Trends Rates Report, outro dos relatórios que usamos como base para o TD 69 – "Tendências da variação de custos médico-hospitalares: comparativo internacional"

De acordo com o levantamento da Aon, o avanço dos custos médico-hospitalares no Brasil deve ser de 17% em 2019. Acima, portanto, dos 15,3% estipulados pela Towers. Outra diferença entre os dois relatórios é a quantidade de países analisados. Enquanto o da Towers traz a projeção para 77 países, o da Aon avalia 103. Apesar de ligeiras diferenças nos relatórios, o resultado de ambos destacam a necessidade de reavaliar o setor no País e avançar em uma agenda de combate à desperdícios e maior transparência, como comentamos ontem

O relatório da Aon foi analisado em uma boa reportagem do UOL. Então, como as conclusões são basicamente as mesmas, gostaríamos de aproveitar para retomar outro importante debate: o da diferença entre a variação dos custos médico-hospitalares e da inflação geral. Inclusive porque a reportagem do Uol compara as duas coisas quando, na realidade, elas não são comparáveis. 

O motivo é simples. Enquanto a inflação considera apenas a variação média dos preços em uma cesta de produtos, a variação dos custos médico-hospitalares (VCMH) é composta não apenas pela variação de valores dos serviços de saúde (consultas, exames etc.), mas também pela frequência de utilização destes. 

O que torna possível, inclusive, que o custo dos serviços de saúde caia, mas a variação dos custos médico-hospitalares suba. Por exemplo: se as consultas médicas custavam, em média, R$ 100 e passaram a custar R$ 95, indicadores como a inflação registrariam uma queda de 5%. Contudo, se eram realizadas 1.000 consultas e passaram a ser realizadas 1.100, o custo médico-hospitalar subiu 4,5%, avançando de R$ 100 mil (R$ 100 por consulta x 1.000 consultas) para R$ 104,5 mil (R$ 95 por consulta x 1.100 consultas). 

Claro, a tendência não é que os custos médios de cada procedimento caiam, assim como não temos deflação no País. E, apesar do rompimento de cerca de 3 milhões de vínculos desde 2014, o setor não tem registrado redução no uso de serviços médicos. Então, é natural que a VCMH continue acima da inflação. O que não é natural é comparar as duas coisas como se fossem iguais.