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Março 2020
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Gisele Gonçalves de Brito conquistou o primeiro lugar do IX Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar, na categoria Economia, com o trabalho “Tendências e fatores associados ao custo da saúde privada no Brasil: uma análise via modelo Getzen expandido para o envelhecimento da população”, que fez para a conclusão de seu mestrado na Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG).

O estudo analisa os fatores associados ao crescente custo da saúde privada no País, especialmente frente ao envelhecimento populacional e ao fim do bônus demográfico, destacando também o valor das novas tecnologias nesse cenário.  A melhor pessoa para explicar os objetivos deste trabalho é a própria autora.

Como temos apontado há algum tempo, o trabalho indica que uma vez que os reajustes das mensalidades da saúde privada visam refletir os custos do setor e há tendência de crescimento destes custos acima do incremento da renda real e da inflação. No longo prazo, se nada for feito, este comportamento pode pôr em risco a sustentabilidade do setor e inviabilizar a realização de um dos maiores desejos dos brasileiros: a aquisição de um plano de saúde, como mostra a pesquisa IESS/Ibope – leia mais.

É para aprimorar a gestão do setor e incentivar melhores práticas que elaboramos constantemente novos estudos e indicadores, bem como mantemos o Prêmio IESS. Fato reconhecido e destacado por Gisele.

Você também tem um estudo capaz de ajudar no desenvolvimento da saúde suplementar ou está fazendo um trabalho de conclusão de curso de pós-graduação com foco no setor? Fique atento para a abertura das inscrições da edição 2020. Teremos novidades em breve.

Enquanto isso, confira por que a premiação é tão relevante na opinião da vencedora do último ano.

Fevereiro 2018
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Ontem (26/2), o jornal Folha de Pernambuco publicou uma reportagem destacando que 77% dos brasileiros não tem plano de saúde. A reportagem destaca que o custo de manter o plano é o principal fator para os brasileiros não contarem com o benefício, de acordo com pesquisa do SPC Brasil e da Câmara Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). 

O resultado está em linha com aqueles que destacamos na pesquisa IESS/Ibope realizada ano passado, que indicou que o plano de saúde é o terceiro maior desejo da população, atrás da casa própria e de educação, e que o principal motivo para não ter o plano, apontado por 78% dos não beneficiários, é justamente o custo do plano.

Outro dado interessante apontado pela pesquisa do SPC e da CNDL é que entre os não beneficiários, 25% pagam do próprio bolso para ter assistência privada quando precisam de serviços de saúde, para não depender do SUS. O resultado é 10 pontos porcentuais superior ao encontrado na pesquisa IESS/Ibope do ano passado.

O que mais chama atenção na reportagem, contudo, é o depoimento do “comerciante Rener Rufino, de 30 anos, que está há oito meses sem plano de saúde: ‘Passei um ano pagando plano de saúde, mas desisti porque utilizava pouco e era muito caro. Eu acho que o valor cobrado pelas empresas deveria ser de acordo com o uso’”.

Como já temos destacado, além dos “planos populares”, parece lógico que o setor precisa repensar a regulação para planos com coparticipação. Uma das saídas que defendemos não apenas para reduzir os custos de acesso aos planos de saúde e auxiliar três quartos dos brasileiros a realizar um de seus maiores desejos, mas também para trazer o beneficiário mais para perto da gestão do benefício.

Para entender um pouco mais sobre a questão da coparticipação e seu papel no futuro do setor, recomendamos a leitura do trabalho “Efeito da coparticipação no número de consultas médicas eletivas em modelos dinâmicos de contagem”, de Wescley de Freitas Barbosa, vencedor do 2º lugar na categoria Economia do VI Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar. Também já apresentado aqui no Blog.

 

Agosto 2017
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Já apontamos, por mais de uma vez aqui no Blog, que os recursos do setor de saúde são escassos e não é possível oferecer tudo, o tempo inteiro, para todo mundo. Contudo, as relações de interesse entre os desejos do consumidor e das operadoras nem sempre estão alinhadas, o que pode resultar em conflitos. 

O assunto é o foco do trabalho “O direito fundamental do consumidor em contratos de plano de Saúde: a busca de um ponto de equilíbrio entre os interesses dos consumidores e das operadoras”, de Bernardo Franke Dahinten, 2° lugar na categoria Direito da edição 2014 do Prêmio IESS de Produção Científica em Saúde Suplementar. 

Conversamos com o autor do trabalho que acredita que as decisões judiciais tomadas quando esses conflitos de interesse chegam a justiça tendem a privilegiar a perspectiva apenas individualista dos consumidores de planos de saúde e não consideram a ótica coletiva, que deve ser buscada para garantir a proteção efetiva dos beneficiários e a sustentabilidade do setor como um todo. 

Confira, a seguir, nossa conversa com Dahinten e a visibilidade que o Prêmio IESS deu ao seu trabalho e não deixe de inscrever gratuitamente, até 15 de setembro, seu trabalho de conclusão de curso de pós-graduação (especialização, MBA, mestrado ou doutorado) com foco em saúde suplementar nas áreas de Economia, Direito e Promoção de Saúde, Qualidade de Vida e Gestão em Saúde. Veja o regulamento completo. 

Os dois melhores de cada categoria receberão prêmios de R$ 10 mil e R$ 5 mil, respectivamente, além de certificados, que serão entregues em cerimônia de premiação em dezembro deste ano. 

 

BLOG DO IESS – Foi sua primeira participação na premiação?

Bernardo Franke Dahinten – Na verdade, eu tive a felicidade de participar do prêmio em duas oportunidades. A primeira foi em 2012, com a pesquisa que havia feito para o curso de especialização em Direito Empresarial, na PUC-RS. O trabalho tratava de regulação e concorrência na saúde suplementar e recebeu menção honrosa naquela premiação. 

A segunda participação foi em 2014, com a dissertação que havia feito no mestrado em Direito – “O direito fundamental do consumidor em contratos de plano de Saúde: a busca de um ponto de equilíbrio entre os interesses dos consumidores e das operadoras”, que ficou em segundo lugar na categoria Direito da edição 2014.

 

BLOG – Sobre o que é a pesquisa premiada?

Dahinten – O trabalho buscou discutir questões inerentes à proteção dos consumidores junto aos planos de saúde, inclusive com um levantamento de diversas decisões judiciais. O objetivo foi tentar concluir e/ou mostrar o que poderia ser um "ponto de equilíbrio" em cada uma das principais discussões jurídicas que são levadas ao judiciário no âmbito dos planos de saúde.

 

BLOG – Como surgiu o interesse pela premiação?

Dahinten – Eu já conhecia o IESS por conta do site, que costumo acessar para fazer pesquisas. O Prêmio IESS, todavia, eu conheci por meio do professor que orientou os trabalhos que inscrevi nas edições de 2012 e 2014 da premiação, Dr. Adalberto Pasqualotto.

 

BLOG – Em sua opinião, qual a importância do prêmio no incentivo à pesquisa nacional? 

Dahinten – Por ser um Instituto sério, que cresce a cada ano e é reconhecido por quem atua no setor da saúde suplementar, o prêmio ganhou grande prestígio. Muito mais do que a premiação em dinheiro, o reconhecimento da excelência do trabalho por uma instituição do porte do IESS é o que mais vale e é o que serve, em minha opinião, como grande estimulador à pesquisa nacional, no âmbito dos planos de saúde.

 

BLOG – E como foi a recepção do trabalho em sua área de atuação após a premiação?

Dahinten – Foi muito boa, especialmente por tratar de algo que decorre puramente da ciência/academia, campo que, no Brasil, não é minimamente valorizada como em outros países de excelência nesse âmbito.

Janeiro 2017
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Ao longo da última semana, com a divulgação do total de beneficiários que deixaram os planos de saúde em 2016, na NAB, temos visto, nas redes sociais e em diversos sites e jornais, surgir a tese de que os planos mais acessíveis ou “populares” propostos pelo Ministério da Saúde seriam uma solução para “conter a debandada dos planos de saúde”.

É muito importante entender duas coisas: primeiro, não há “debandada”; depois, os planos mais acessíveis não são nem serão solução para que beneficiários não rompam o vínculo com a operadora, principalmente porque não foram pensados com esse objetivo.

Os planos “populares”, conforme já falamos aqui, são uma boa ideia que pode colaborar para que mais brasileiros alcancem o sonho de ter um plano de saúde; que, aliás, é o terceiro maior desejo do brasileiro. Contudo, é importante destacar que esses planos teriam outras características e cobertura mais restrita em relação aos planos vendidos hoje no mercado, não podendo ser considerados substitutos destes.

Uma das diferenças fundamentais é que os planos populares devem estimular a contratação de planos individuais, enquanto o mercado hoje está vivenciando, principalmente e como já apontamos anteriormente, a perda de vínculos coletivos empresariais (aqueles oferecidos pelas empresas aos seus colaboradores). Ou seja, enquanto a economia brasileira não se restabelecer minimamente e o saldo de trabalhadores com carteira assinada não para de apresentar quedas nos níveis atuais, devemos continuar a registrar reduções no total de planos de saúde. 

Claro que a proposta de planos mais acessíveis, que nós apoiamos, é uma novidade no mercado brasileiro e, se for aprovada, poderá motivar alguns movimentos interessantes no mercado de saúde, inclusive com a migração de alguns planos do padrão atual para o novo modelo. Contudo, ainda é muito cedo para tentar prever quais serão esses movimentos e suas consequências para o mercado.

Nós continuaremos acompanhando todos os desdobramentos do setor.