Há uma série de fatores e barreiras que podem influenciar no modo de consumo e nos hábitos alimentares. Eles vão desde o valor dos alimentos e a disposição dos produtos nas gôndolas, até questões como a informação dos benefícios e malefícios de determinados grupos de alimentos e também a publicidade sobre eles.
Com isso em mente, o trabalho “Television food advertising to children in Malta” (Publicidade alimentar de televisão para crianças em Malta) publicado na 19º edição do Boletim Científico analisou a publicidade de alimentos e bebidas para crianças em sete canais gratuitos de televisão na ilha de Malta por sete dias consecutivos em março de 2014. Os anúncios de alimentos e bebidas foram classificados como alimentos essenciais (saudáveis), não essenciais (não saudáveis) ou diversos.
Os resultados da pesquisa apontam que a alimentos e bebidas foram a categoria de produtos com maior número de anúncios em todos os canais, representando 26,9% de todas as propagandas. Em horários de pico, 52,0% das propagandas eram de alimentos não saudáveis e 25,2% eram de restaurantes de comida rápida (fast food) com alimentos com alto teor de gorduras saturadas, gorduras trans, açúcar ou sal.
O trabalho aponta a necessidade de maior regulação sobre a publicidade de alimentos não saudáveis para os horários em que as crianças provavelmente estão assistindo TV, ao invés de restringir a legislação apenas para os programas infantis.
Para se ter uma ideia, o Guia Alimentar para a População Brasileira, elaborado em 2014 pelo Ministério da Saúde aponta que mais de dois terços dos comerciais de alimentos veiculados na televisão são de redes de fast food, salgadinhos, biscoitos, bolos, cereais matinais, balas, refrigerantes, sucos e refrescos.
A publicidade de alimentos não saudáveis pode impactar diretamente nas escolhas e nos hábitos alimentares, ou seja, sua regulamentação é fator chave nas políticas de promoção da saúde e prevenção da obesidade infantil.
A saúde suplementar traduzida em dados de forma simples e prática
Infográficos didáticos explicam como funciona a saúde suplementar no país