Estudo do IESS mostra que, entre 2008 e 2012, gasto com internação aumentou 53,7% motivado, principalmente, por variação de 60,4% nas despesas com materiais, componente de maior peso na formação de custos
São Paulo, 05 dezembro de 2013 – Os custos médios de internações pagas por planos de saúde individuais cresceram 53,7% entre 2008 e 2012. No mesmo período, a inflação acumulada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 24,3%. O levantamento inédito consta do estudo “Por que os custos com internação dos planos de saúde são os que mais crescem?”, realizado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), e que analisou uma amostra de mais de 1 milhão de beneficiários de planos de saúde individuais.
Historicamente, os custos médico-hospitalares têm se mostrado acima da inflação. “Esse novo estudo mostra, de forma inédita, que as internações tornaram-se um vetor de custos para o mercado de saúde suplementar, uma conta que é paga pelas operadoras de planos de saúde e, por extensão, pelos beneficiários dos planos”, analisa Luiz Augusto Carneiro, superintendente-executivo do IESS. O Instituto considerou, para chegar aos valores, o total de despesas do plano de saúde com internações de beneficiários dividido pelo número de beneficiários.
Embora diárias hospitalares, com alta de 68,8%, tenha sido a componente de maior expansão dos custos das internações, o item “materiais”, com elevação de 60,4% no período, é o principal propulsor do amplo aumento de custo com internações, de 53,7%. Além disso, conforme identificou o IESS, 23% dos gastos totais com internações, em 2012, destinaram-se ao pagamento de materiais, enquanto que as despesas com diárias representaram 14,1% dos pagamentos no ano.
“No período analisado, os materiais registraram elevação de custos quase duas vezes e meia acima do IPCA. É um item importante a ser enfrentado”, analisa Carneiro. Uma das principais causas para a escalada de custos dessa componente, aponta o estudo, é a assimetria de informações, o que dificulta a comparação de preços no setor e compromete a competitividade entre os concorrentes de mercado.
Outra despesa relevante é a de honorários médicos, que apresentou alta de 55,1%, no período, e correspondeu a 17,2% dos gastos com internações em 2012. Serviços de Apoio à Diagnose e Terapia (SADT), que incluem exames diagnósticos e terapias necessárias durante a internação, como, por exemplo, uma tomografia computadorizada ou uma hemodiálise, registraram alta de 17,4% no período, equivalendo a 5,1% dos gastos em 2012, item que contribuiu para que a variação dos custos de internação não fosse ainda maior.
O levantamento constatou que o gasto médio de cada internação saltou de R$ 7,6 mil, em 2008, para R$ 11,8 mil, em 2012. Dessa maneira, o IESS estima que, em 2012, o valor total das internações pagas pelos planos de saúde, em todo o País, atingiu R$ 37,6 bilhões.
Para obter a íntegra do estudo, acesse:
http://www.iess.org.br
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